TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

 

A história das teorias da conspiração é, muitas vezes, construída sobre uma mistura de fraudes e reinterpretações de narrativas antigas. Um exemplo clássico são as citadas "cartas" entre o líder maçom Albert Pike e o revolucionário Giuseppe Mazzini, que detalhariam supostos planos Illuminati para dominar o mundo através de guerras. Essas citações, popularizadas por autores como Edith Starr Miller e William Guy Carr, são, na verdade, a continuação de uma longa farsa iniciada no século XIX por Leo Taxil, que durante doze anos (1885-1897) enganou o público com revelações falsas sobre sociedades secretas antes de admitir publicamente que tudo não passava de uma invenção.


Os trechos atribuídos a essa correspondência forjada são verdadeiramente bombásticos.

Eles descrevem um suposto "super-rito" secreto para controlar a Maçonaria mundial e, de forma ainda mais espantosa, preveem o desenrolar das três Guerras Mundiais.

Segundo o texto, a Primeira Guerra seria orquestrada para estabelecer o comunismo na Rússia; a Segunda, para destruir o nazismo e criar o Estado de Israel; e a Terceira, para provocar um conflito entre o mundo islâmico e Israel, levando a uma destruição global que permitiria a imposição de uma doutrina luciferiana.

A narrativa é complexa e assustadora, mas completamente fictícia.

É crucial enfatizar que não existe qualquer documento histórico que corrobore a autenticidade dessas cartas.

A análise interna do texto, incluindo sua linguagem e o contexto dos eventos que "prevê", indica claramente que ele foi fabricado em uma data muito posterior aos eventos que descreve.

A persistência dessa lenda serve como um alerta poderoso sobre como uma fraude do século XIX pode ser revitalizada e apresentada como "prova" no discurso conspiratório.

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