CHI SONO GLI INVIATI, I MERCURI, PER GIORDANO BRUNO?
“La verità, Bruno sa anche questo, non è – e non può essere – ‘figlia del tempo’; il sapere non si accresce secondo un ritmo indefinito; nel processo della civiltà ci sono delle discontinuità, vuoti che lasciano nelle nostre mani – come foglie disperse – solo pochi frammenti delle antiche verità, che bisogna riannodare l’uno all’altro, come se si costruisse un mosaico.
É questa, nella ‘ruota del tempo’, la funzione propria del Mercurio, dell’angelo inviato dagli dèi per restaurare e diffondere tra gli uomini le antiche verità.
Ma i Mercuri – e su questo Bruno è chiaro – non si limitano a restaurare, come semplici custodi, la verità: intrecciando, fino a fonderle, biografia e verità, essi restaurano – rinnovandola e potenziandola – l’antica sapienza, riportandola alla luce in modi e forme nuove, dopo secoli di tenebra.
La ‘rinascita’ dell’antica verità è sempre – al tempo stesso – ‘nascita ‘ di nuove verità; i ‘frutti’ del sapere sono sempre – e al tempo stesso – antichi e nuovi; la sapienza muta indefinitamente luoghi e forme, attraversando paesi e nazioni differenti, senza mai tornare eguale sui suoi passi.
Di tutto questo Bruno è consapevole per esperienza diretta, personale: né dal punto di vista ‘oggettivo’ né da quello ‘soggettivo’ è possibile, o concepibile, un movimento lineare, diretto, tra ‘passato’ e ‘presente’: quello che ‘ripullula’, dopo un lungo ciclo di ignoranza, è, simultaneamente, ‘vecchio’ e ‘originale’”.
Michele Ciliberto in “Giordano Bruno – Il teatro della vita”
Ed. Mondadori – 2007
Immagine: "Imagini delli dei de gl'antichi" (1647).
Venetia : Tomasini-Duke University Libraries
“A verdade, Bruno sabe isto também, não é - nem pode ser - ‘filha do tempo’; o conhecimento não aumenta a um ritmo indeterminado; no processo de civilização existem descontinuidades, vazios que deixam nas nossas mãos - como folhas espalhadas - apenas alguns fragmentos do Verdade antiga, que precisamos de nos re-nó uns aos outros, como construir um mosaico.
ResponderExcluirEsta é a seguinte, na "roda do tempo", a função real de Mercúrio, o anjo enviado pelos deuses para restaurar e espalhar as verdades antigas entre os homens.
Mas Mercúrio - e é claro sobre Bruno - não restaura apenas, como simples guardiões, a verdade: entrelaçando-se, até a derreter, a biografia e a verdade, eles restauram - renovando-o e capacitando-o - conhecimento antigo, trazendo-o de volta à luz de novas maneiras e formas, após séculos de escuridão.
O "renascimento" da verdade antiga é sempre – ao mesmo tempo – o "nascimento" de novas verdades; os "frutos" do conhecimento são sempre – e ao mesmo tempo – antigos e novos; o conhecimento muda de lugar e formas infinitamente, atravessando diferentes países e nações, nunca mais retornando o mesmo nos seus passos. Bruno está ciente de tudo isto a partir de uma experiência pessoal direta: nem do ponto de vista 'objetivo' nem do ponto de vista 'subjetivo' é possível, ou concebível, um movimento linear direto, entre 'passado' e 'presente': aquele que 'repulsa', após um longo ciclo de ignorância, é, simultaneamente, 'velho' e 'original'".
Michele Ciliberto em “Giordano Bruno – O teatro da vida” – Ed. Mondadori – 2007 – p. 391
Imagem: "Imagens dos deuses antigos" (1647). Veneza: Bibliotecas da Universidade Tomasini-Duke