O cortejo ingressou no Templo.
Cada qual fazendo a caminhada que lhe era devida. O Mestre de Cerimônias, zeloso pelo seu ofício, postado Entre as Colunas, marca a divisão dos espaços.
Quem trabalha e se hospeda no setentrião demanda essa Coluna. Luz, oficiais e hospedes do meio-dia tomam aquele rumo. ]
E, finalmente, autoridades, oficiais e o Presidente vão aos respectivos postos de trabalho ao Oriente.
Cumprida, com admirável desempenho, esta parte inicial das atividades que lhe são atinentes, o Mestre de Cerimônias também ocupa o seu lugar.
Todos de pé, entreolham-se, e alguns, fitando para o Pavimento de Mosaico, fingindo que não, ainda arriscam, discretamente, com o Irmão ao lado, uma conversinha.
Aí, o Presidente larga sobre a sua mesa de trabalho os papéis que os tinha à mão, reexamina e repõe o chapéu sobre a cabeça, estende um olhar atento como que varrendo todo o Ocidente, toma do Malhete e com ele bate sobre a mesa, dizendo:
Outro dia, um recém-Iniciado encontra-me no salão de Banquetes, abre o livrinho do REAA, aponta a frase dita pelo Presidente das reuniões e me pergunta se é só aquilo mesmo que está escrito e foi dito, ou se a autoridade queria com a frase transmitir alguma sugestão.
O Aprendiz alimenta a sua dúvida no que já foi instruído de que a “Maçonaria é um sistema de moral velado por alegorias e ilustrado por Símbolos”.
Ensinamentos que se colhem pela interpretação …
Bravo, meu pertinente Aprendiz!
Continue assim: perguntando.
O seu futuro, na Ordem, será brilhante.
O Presidente falou somente aquelas palavras, mas queria dizer muito mais. Muitas outras palavras.
Decerto um pedido de reflexão, antes de convidar a todos para o efetivo início dos trabalhos, invocando a presença e o auxílio do Grande Arquiteto do Universo.
Por que e para que fomos à Loja?
E só fazer essa breve reflexão sobre isto e pronto.
Atendemos aos anseios do Presidente contidos naquela frase.
Os Maçons se reúnem em Loja para se estimularem uns aos outros na prática da virtude.
Na aprendizagem ao servir a Deus, pois serve ao Criador quem vive no bem e pratica a virtude.
E bom recordar as respostas a um interrogatório posto no nosso Ritual.
Numa das perguntas, deseja-se saber o que o Maçom vai fazer na reunião da Loja.
“O que se faz na sua Loja?”
Pense nisto ao ensejo daquela pausa: eu preciso me lapidar.
A minha vontade, as minhas paixões, talvez sejam elas que me põem em estado de Pedra Bruta, quando devia estar num estado evoluído.
Então, a reunião é a oportunidade para rever tudo isto. Para criar as condições de submissão da vontade e das paixões.
O refletir sobre estas ideias, vai ver que está implícito na frase do Presidente.
A reunião é o laboratório.
Os Irmãos, os Mestres. Não temer sobre o êxito da pretensão.
Recordemos a tibieza inicial de Moisés, quando Jeová o convocou para retirar o povo de Deus do cativeiro do Faraó!
Moisés se achava fraco para aquela grande missão.
Até gago se dizia e por isto com séria dificuldade de comunicação.
Mas Jeová garantiu-lhe: “EU serei contigo”. O Presidente, na reunião, também vai pedir o amparo do Gr∴ Arq∴ do Universo para a felicidade de todos.
Para “ser” com os presentes.
Vamos alertar a consciência para o fato de que aquele é o momento facultado para a aprendizagem da prática da virtude, o qual exige a nossa melhor disposição para isto.
E nesta harmonia de ideias, ajudarmos o Presidente a dar curso aos trabalhos que nos cabe na construção social.
Daí por que estamos ali, “em Loja, meus Irmãos!”.
António do Carmo Ferreira, Or∴ Recife – PE
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