CHAPÉU, SOLIDÉU, BARRETE E MAÇONARIA!

Sobre o uso do barrete na Liturgia | Direto da SacristiaFilhos de Hiram: A COBERTURA DA CABEÇASolidéu Nacional | Cordis Paramentos e Objetos Litúrgicos

Barrete 

O barrete é um objeto quadrangular. Sua cor varia de acordo com o clérigo, podendo ser usado por todos. O barrete tem uma representação de autoridade. Ao pronunciar uma sentença, por exemplo, os juízes na antiguidade utilizavam o barrete. Os doutores (acadêmicos) utilizam o barrete em funções solenes. 
O padre, durante a confissão, utilizava obrigatoriamente o barrete para simbolizar exatamente que era ele em posição de Juiz que estava absolvendo o penitente. 
Nas funções litúrgicas, igualmente, para demonstrar a função de autoridade, junto com os outros clérigos. O barrete surgiu no século X, quando no rito romano o amito (amicto) deixou de ser usado sobre a cabeça e permaneceu apenas sobre os ombros, como é atualmente. 
Primeiro teve a forma do solidéu, conforme conhecemos que se tornou outra peça do vestuário eclesiástico. 
Depois adquiriu a forma de cubo, tal como o chapéu usado pelos juízes romanos, no exercício de sua função, como demonstração da autoridade. Como o solidéu, a mitra e o capuz dos hábitos religiosos, o barrete está entre os chapéus eclesiásticos com uso dentro ou fora da Liturgia ou em ambas as ocasiões. 

Solidéu 

O solidéu é uma pequena calota que os clérigos usam na cabeça, (em latim Pileolus) é um pequeno barrete usado na cabeça por clérigos da Igreja Católica, semelhante à quipá. Seu nome provém do latim soli Deo, "somente para Deus”. Nos primeiros séculos os membros da Hierarquia exerciam as suas funções litúrgicas descobertos. Nos séculos VIII e IX cobriam-se com o amicto. 
No século X o amicto e o capuz do pluvial foram sensivelmente reduzidos e separados do resto do vestuário. Daí uma espécie de boina, um diminutivo do capuz ou birrus, chamado por isso, biretum.Da sua forma primitiva (mole e cingido à cabeça) resta um vestígio, o solidéu. [8].
O barrete atual é uma das fases de deformação do antigo capuz.
Na Igreja Católica o solidéu foi adotado inicialmente por razões práticas — para manter a parte tonsurada da cabeça aquecida em igrejas frias ou úmidas — e sobreviveu como um item tradicional do vestuário clerical. Ele consiste de oito partes costuradas, com um pequeno talo no topo.Como grande parte da indumentária eclesiástica, a cor do solidéu denota o grau hierárquico de quem o usa. 

Chapéu 

A palavra chapéu deriva de uma palavra do latim antigo, “cappa”, que significa “peça usada para cobrir a cabeça”. Os registros mais antigos sobre a existência e uso regular de proteções para a cabeça, datam do ano de 4.000 a.C. e referem-se ao Antigo Egito, à Grécia e à Babilônia. Nessa época era normal usarem-se faixas de tecido na cabeça para prender e proteger os cabelos. 
A “fita” ou “bandana”, que por vezes ainda se vê nos chapéus atuais, nada mais é que uma reminiscência dessas faixas ancestrais. 
Foi com a nobreza e a sua necessidade de mostrar o seu status social que mais tarde surgiram os turbantes, as tiaras e as coroas, que também eram usadas, por vezes, pelos sacerdotes e pelos guerreiros, embora com significados sociais distintos. No entanto, a primeira proteção de cabeça digna de poder ser considerada um chapéu, nasceu por volta do ano 2000 a.C. e foi inventado pelos gregos. Conhecido pelo nome de “Pétaso”, este primeiro chapéu tinha uma copa baixa e umas abas largas, sendo usado pelos gregos como protecção nas suas frequentes viagens. 
A sua grande versatilidade de poder ser ajustado e retirado facilmente fizeram com que o Pétaso perdurasse na Europa durante toda a Idade Média. Na Antiga Roma (por volta do ano 1.000 a.C.), os escravos eram proibidos de usar chapéus. Quando eram libertados passavam a adotar uma espécie de chapéu semelhante ao barrete (boné em forma de cone, com a ponta caída para um lado), em sinal de liberdade. 
Resurgiu durante a Revolução Francesa (final do século XVIII), chamado de "bonnet rouge" e se tornou um símbolo do partido republicano durante a República. Sua relação com a sabedoria permaneceu na Idade Média, como os chapéus dos magos denunciavam, os quais foram adaptados para cartolas pelos mágicos. 
Coloquialmente sua relação com a dignidade pode ser obsevada no costume francês de dizer "vestiu o chapéu" no ato de assumir uma responsabilidade, ou então no cumprimento a alguém quando se diz "a este eu tiro o chapéu". 

Uso na Maçonaria 

Na maçonaria, o chapéu, o solidéu e o barrete são paramentos presentes em alguns ritos e ordens. 

A frequência do uso em Lojas simbólicas (chapéu) e Filosóficas e ordens (solidéu e barrete) dependem do grau, do rito, da ordem e em um mesmo rito ou ordem pode variar conforme a Potência Maçônica, sendo os formatos variados. 
José Castellani declara que herdamos o chapéu preto dos judeus ortodoxos, e que o chapéu em Loja é a “coroa maçônica”, influência da realeza europeia, usada pelo Venerável como símbolo de sua posição de liderança. 

Já Kennyo Ismail argumenta que os judeus utilizam o chapéu ou quipá obrigatoriamente durante as orações e cerimônias religiosas, em sinal de temor a Deus. 

O maçom utiliza durante toda a reunião e retira o chapéu exatamente nos momentos de orações, em sinal de respeito! 

O uso de chapéu pelo Venerável Mestre era um costume também na maçonaria inglesa até a fusão que originou a Grande Loja Unida da Inglaterra. 

Após a fusão, os antigos costumes foram “reformulados” para agradar ambas as partes, e a tradição do chapéu simplesmente foi descartada. 
O único ritual na Inglaterra que mantém o uso do chapéu pelo Venerável Mestre é o Bristol. 
No ocultismo encontramos outra explicação para cabeça estar coberta em uma liturgia. Os ocultistas dizem que os pelos curtos e grossos das sobrancelhas e da barba do homem, são emissores de energia, enquanto que os pelos finos e longos dos cabelos são captadores de energia. Seria esta uma das razões de o Mestre manter a cabeça coberta, demonstrando que nada mais tem a receber, isto é, que chegou à verdadeira iniciação simbólica. 

O chapéu, o solidéu e o barrete também representam proteção. 

Se na prática protegem a cabeça do dono contra as intempéries, simbolicamente, são como um elmo que confirma e protege a sabedoria que se aloja na cabeça do Mestre e esotericamente seu quarto chakra coronal. 

No judaísmo é o entendimento que acima da cabeça do homem existe algo transcendental, onisciente, onividente e onipresente, que é o Grande Arquiteto do Universo e o homem cobrir a cabeça é um sinal de submissão a este, é um sinal da limitação da mente humana, pois sendo a cabeça sede da mente e do conhecimento, estando ela coberta, mostra a incapacidade humana em entender a divindade. 

A verdade é que ninguém sabe ao certo como, quando e porque surgiu o costume de cobrir a cabeça na Maçonaria, razão esta que sempre devemos buscar o conhecimento e a “verdade” dos fatos, lembrando que a Maçonaria deseja é, a INDAGAÇÃO DA VERDADE e que Indagar é estudar, penetrar, entender e pôr em prática, e embora a verdade não comporte parcelas, porque a Verdade é una, para se chegar a ela, às vezes faz-se necessário, dividi-la para melhor entendê-la; assim é que se entende a existência de Verdades mais completas. 

Assim sendo cobrimos a cabeça (com 
chapéu, solidéu ou barrete) em sinal de submissão ao Grande Arquiteto do Universo, demonstramos nossa pequenez, nossa incapacidade de saber ou compreender o que desejamos em seu todo. 
Qual destes é o certo? 
Porque o uso muda? 
A grande verdade é que ainda não achamos uma explicação segura para isso, à razão, apenas que em comum os três têm as origens em Liturgias de povos e religiões e com o mesmo fim demonstrar a dependência da divindade. 

Comentários

Postar um comentário