Star Wars: O Despertar da Força (Dublado) E A MAÇONARIA


Meus queridos IIr...

Sempre fui muito fã da saga Star Wars e com o recente alvoroço causado com a estréia do sétimo episódio com o nome “O despertar da força”, ao rever os seis filmes anteriormente lançados, tive a oportunidade de ver com outros olhos e algo dentro da história me chamou a atenção. 

Para situar os IIr que não conheçam a história, trata-se um enredo que se passa numa galáxia muito, muito distante, na qual o pano de fundo é uma trama que lembra muito a história do império romano, que passou de república a império e seu declínio, mas esse não é o foco desse trabalho. 

Dentro deste universo existe algo chamado de “A Força”, que é uma energia que permeia a tudo e a todos. 

Entre as pessoas que habitam este universo existem alguns que são mais suscetíveis a esta energia e conseguem senti-la, mais do que isso, conseguem manipulá-la. 

Temos em João capítulo 1, versículos de 1 a 5: 

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, 
e o Verbo era Deus. 
Ele estava no princípio com Deus. 
Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele 
nada do que foi feito se fez. 
Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 
E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” (João 1:1-5) 

Verbo é som e som é energia, portanto se o GADU criou tudo, essa energia está presente em toda sua criação. 

“Nós somos feito de poeira de estrelas” 
(Carl Sagan, 1934 – 1966) 

Somando a isso o do princípio hermético de que... 
“O que está em cima é como o que está embaixo. 
O que está dentro é como o que está fora.” 
Todos nós fazemos parte dessa mesma energia. 

Voltando à saga, essas pessoas que possuem essa habilidade em manipular essa matéria são conhecidas como Cavaleiros Jedi, pessoas de conduta e caráter ilibado, dedicados a usar essa habilidade para ajudar as pessoas e em prol da República. 

Mas como você se torna um Jedi? 

Posso ir até um templo Jedi e pedir para me tornar um? 
Não, para se tornar um Jedi, você tem que ser reconhecido por um Jedi, você tem que ser uma pessoa que esteja em sintonia com a FORÇA e ter dentro de si a capacidade de se tornar um Jedi. 

Fica evidente a semelhança entre esse processo e o da Maçonaria, pois você não chega até a porta de uma Loja e exige sua entrada (antes de qualquer comentário sobre outro método de entrada na Ordem, estou falando de uma realidade tupiniquim), você tem que ser convidado por alguém. 

E o que esse Maçom enxergou em você? 
Do mesmo modo que o Jedi faz, ele percebe uma afinidade com a energia da Maçonaria, com a conduta de um Maçom, enfim reconhece no outro a capacidade, o potencial de se tornar um Maçom e defender os ideais tais como a Fraternidade, Alívio e Verdade. 

Voltando ao universo Star Wars, o processo de iniciação é muito interessante, o indivíduo que possuí essa capacidade latente de manipular essa energia é colocado dentro de um Templo, no qual lhe é designado um mestre para que possa orientá-lo, nesse momento nasce uma relação entre um mestre e um padawan (aprendiz). 

Cada mestre pode treinar apenas um aprendiz por vez e se torna responsável por esse aprendiz até que se torne mestre. 

Bem que poderia ser assim também em nossa Ordem, não é mesmo? 

Mas não deixa de ser algo tão distante, pois quem indica alguém para esta Sublime Ordem, se torna responsável ad eternum por essa pessoa. 
Não é tão evidente uma subdivisão entre os graus de aprendiz e mestre na saga como temos na Maçonaria, mas podemos fazer uma correlação com algo importante, dentro do filme, muitos dos aprendizes Jedi são crianças que são preparadas para se tornar um dia Cavaleiro Jedi, sistema muito parecido com nossas entidades paramaçônicas como a Ordem Demolay. 

Pois bem, se fosse apenas isso que acontece na história, estava tudo muito simples, direto e objetivo. 

Nosso universo para estar em equilíbrio é necessário que exista a dualidade: 

“Não existiria som Se não houvesse o silêncio 
Não haveria luz Se não fosse a escuridão“ 
(Música: “Certas Coisas” - Lulu Santos - 1996) 

E como essa história fantasiosa envolve seres humanos, invariavelmente caímos em uma armadilha, a ganância, a vaidade, a busca pelo poder. 

Conforme explica o espírito de Qui-Gon Jinn (Mestre Jedi – mentor de Obi Wan Kenobi) em Guerras Clônicas: 

"Toda energia da Força Viva, de todas as coisas vivas que tenham existido, alimenta a Força Cósmica, ligando tudo e se comunicando conosco através dos midi-chlorians. 
Por causa disto, eu posso falar com você agora". 

Imagine o seguinte... você é um ser que tem a capacidade de manipular essa força que permeia a tudo e a todos, conforme sua imaginação, seus desejos e então surge a questão: 

- Por que tenho que me sujeitar as normas de conduta imposta pelos demais se sou melhor?

Por que tenho que me controlar em relação a meus poderes perante aqueles que nem sequer sentem a grandiosidade da força. 

E é aí, meus IIr, que nasce o contraponto de nossos heróis. 
Quando deste questionamento e do desvio dos ideais de conduta do código dos Jedi que surgem os Sith (mais conhecido como o lado negro da Força), que são seres que tem as mesmas capacidades de um Cavaleiro Jedi, mas ao invés de utilizarem-nas para o bem estar da sociedade e do seu próximo, utilizam essa capacidade para benefício próprio, para alcançarem níveis cada vez maiores de poderes e de controle. 

Mas como determinar se um indivíduo vai se tornar um Jedi ou um Sith, trazendo para nossa realidade, como garantir que um neófito irá ou não se tornar um Maçom com M maísculo? 

Com certeza nesse ponto, identificamos com vários irmãos que entram em nossas fileiras e, não entrando em sintonia com a egrégora de nossa Ordem, acabam achando que aqui é um clube de benefícios exclusivo, tal como um programa de recompensas de um cartão de crédito. 

É aí que reside o grande impasse que se dá com o personagem principal da história Anakin Skywalker, que é “descoberto” por Qui-Gon Jinn, um mestre Jedi, ainda pequeno e tem que abandonar o seu lar para poder ser instruído em um templo Jedi.

Durante o processo de ensinamento desse padawan, Qui-Gon Jinn morre e assume a responsabilidade de instrução do pequeno Anakin o jovem Mestre Jedi Obi Wan Kenobi. 
Passado alguns anos, Anakin volta ao seu lar descobre que sua mãe havia sido assassinada e tudo que ele havia conhecido lhe havia sido tirado. 
Tomado por uma raiva incontralada, Anakin vai de encontro aos algozes de sua mãe e comete um massacre, tendo em vista que ninguém era páreo para sua habilidade. 
Nesse momento, o seu mestre percebe um grande dilema dentro de Anakin: ele tem o potencial para ser o maior de todos os Jedi;  no entanto, essa raiva e ódio que traz dentro de si é uma preocupação constante para seus mestres. 

Não é segredo pra ninguém que o lado negro da Força acaba seduzindo o jovem Anakin e ele acaba se tornando Darth Vader. 

Mas porque o lado negro é tão convincente? 

Para essa resposta é importante colocar o código Jedi e o Código Sith para uma análise: 

- Código Jedi: 
Não há emoção, há paz. 
Não há ignorância, há conhecimento. 
Não há paixão, há serenidade. 
Não há caos, há harmonia. 
Não há morte, há a Força. 

- Código Sith: 
Paz é uma mentira, só existe paixão. 
Através da paixão, ganho força. 
Através da força, ganho poder. 
Através do poder, ganho a vitória. 
Através da vitória, minhas correntes se rompem. 
A Força me libertará. 

Vemos que o caminho do Jedi exige um autocontrole e disciplina, tal como subjulgar as paixões, algo que se leva uma vida inteira para aprender. Alcançar novos conhecimentos se dá apenas pelo processo do aprendizado, através de etapas, de graus, nada é instântaneo. 

São várias etapas para que você possa atingir a plenitude e em cada passo desse processo, o Jedi, assim como o Maçom, tem que praticar sempre a tolerância, o controle e não se deixar levar. 

Quando se diz que não há paixão, apenas serenidade, não há caos, apenas harmonia, podemos correlacionar com a busca pelo Maçom agir na sociedade, não ser uma pessoa irascível, que não tenha inimigos, vícios, etc. 

Já o lado negro da Força é muito mais atraente, é um caminho sem restrições, através da paixão se ganha força, poder e se chega a vitória. 

Mas a que custo? 

Ainda mais uma alegoria, os Jedi defendem uma república, instituição livre, já os Sith defendem que apenas através de um regime autoritário é que se atinge o objetivo. 

Mas qual o objetivo final dessas duas ordens você pode se perguntar e, o mais engraçado, é que os dois lados buscam a paz na galáxia... 

Apesar de toda essa fantasia colocada nessa história, temos algo em comum, a Força. Essa energia é algo que está ali desde o início dos tempos, mas como é que cada um vai utilizá-la é que é o segredo. 

Isso se reflete em nossas fileiras, recebemos profanos que se tornam aprendizes e com a orientação dos mestres mais experientes, passam a companheiros e mestres (na Maçonaria simbólica), mas como cada um vai se comportar, é difícil dizer, cabe a cada um de nós orientar da melhor maneira possível os mais novos, tendo muitas vezes a humildade de dizer que não sabemos determinado assunto do que passar uma informação errada. 

Reforço que podemos apenas orientar, pois cada um é responsável pelo caminho que trilha, para encerrar o trabalho, um provérbio indígena estadunidense: 

"Dentro de mim, existem dois lobos: 
- o lobo do ódio... e
- o lobo do amor. 
Ambos disputam o poder sobre mim. 
E quando me perguntam qual lobo é vencedor, respondo: 
- O que eu alimento".

 Fazendo uma atualização desse trabalho e passados alguns anos desse filme, cabe uma reflexão. 
Os últimos filmes “O Último Jedi” e “A Saga Skywalker” demonstra algo muito importante, a dualidade no Universo nos leva ao fato de que para cada Jedi é necessária a existência de um Sith, seguindo o caminho da Luz, tem que haver o contraponto da escuridão. 

Pesquisando e refletindo sobre o tema, encontrei algo que não é canônico na história da saga, mas que cai bem para uma reflexão, que seria o caminho cinza Jedi (são Jedis que terminam o treinamento, mas agem como independentes do Conselho Jedi) que seria o seguinte: 

“Não há lado sombrio ou lado luminoso. 
Existe apenas a Força. 
Eu farei o que for necessário para manter o balanço. 
Não há o bem sem o mal, mas o mal não pode florescer. 
Existe paixão e a paz. 
Existe serenidade e emoção. 
Existe caos e a ordem.” 

Que a Força esteja com vocês! 

Paulo Peggau Zanella – MM - CIM 17706 
ARLS Luz da Lealdade Ararense nº 365 – GOP

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