O objetivo desta peça é tão somente direcionar os pensamentos dos irmãos e promover a reflexão e o debate entre os irmãos nestes minutos que foram disponibilizados nesta noite a nossos estudos maçônicos.
Escolhemos este tema de forma independente, para os trabalhos oficiais à nossa postura como AAp∴ MM∴, pois acreditamos que, enquanto Aprendizes, cada passo dentro de nossa Ordem, deve ser pesquisado, compreendido e postulado aos queridos IIr∴, e, contudo, em conjunto, tentarmos consenso na interpretação desta expressão que conota uma das mais discutidas dualidades inversas de nossa vida.
Outro motivo, que nos levou a desenvolver este estudo/pesquisa, foi o impacto de duas perguntas que nos foram proferidas durante o Ritual de Iniciação, que, dentro danossa ignorância momentânea, percebemos que nossas respostas não foram claras o suficiente, certamente devido à emoção emanada do momento, ou até mesmo, pelo fato do desconhecimento profundo e misterioso que ambas as palavras nos submetem no dia a dia, na vida social e maçônica.
Relembramos neste momento as seguintes perguntas:
O que entendeis por Virtude?
O que pensais ser o Vício?
Recordamos tambémdas seguintes palavras do Ir∴ Orad∴: “Se desejar torna-vos um verdadeiro Maçom deveis primeiro morrer para o vício, para os erros, para os preconceitos vulgares e nascer de novo para a Virtude, para a honra e para a Sabedoria”.
Como Homens livres e de bons costumes, entendemos que, além do sagrado dever de levantarmos templos a Virtude e cavarmos masmorras aos Vícios, devemos saber interpretar ambas as questões, para que no dia a dia, não sejamos submetidos ao despertar de nossa ignorância quando interpelado sobre seus significados.
Daí, nossas conclusões que dissertamos a seguir.
“Para que nos reunimos aqui? ”.
“Para combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos e os erros. Para glorificar a Verdade e a Justiça. Para promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade, levantar Templos à Virtude e cavando masmorras ao Vício”
Reunimo-nos semanalmente sob a corda de 81 nós e sobre o Pavimento Mosaico com propósitos de virtude e de Justiça.
“Para que nos reunimos aqui? ”.
Aceitamos o bom combate, aquele dedicado contra o despotismo, a ignorância e os erros.
Este combate dá-se em primeira carga dentro de cada um de nós, quando somos seduzidos a arbitrariamente impor vontades e convicções, desnudando nossa ignorância e agravando as consequências de nossos erros.
“Para que nos reunimos aqui? ” “... para glorificar a Verdade e a Justiça”.
Relembremos duas parábolas do Novo Testamento: Ao pregador foi questionado ser justa, a cobrança de impostos pelo Império Romano na Jerusalém e adjacências de então. Solicitando uma moeda corrente e fitando a efígie de César disse; “ – Daí a César o que é de César...”
Em outra passagem, se aproxima o pregador de uma aglomeração de gentios e vê uma pobre mulher prestes a ser apedrejada pela prática de prostituição. Intercedendo a seu favor diz: “- Quem nunca pecou, atire-lhe a primeira pedra! ”.
Onde está a Verdade Absoluta?
Ela dormita nos escaninhos utópicos da justa consciência, não é palpável, foge-nos das mãos.
O que importa é o caminho da busca.
Possuímos cada um de nós, fragmentos da Verdade e por diversas e injustas vezes fazemos bandeiras e bradamos em alto e bom som àqueles mais favoráveis às nossas causas para a consecução das nossas mais torpes intenções.
A Virtude em suas definições Filosóficas, que nos levam a discernir como um estado de Comportamento do Homem: O primeiro desses significados se refere às qualidades materiais ou físicas de qualquer ser, inclusive o homem.
São as virtudes da água, do ar, ou como as virtudes naturais dos seres vivos de respirar, reproduzirse ou do homem de raciocinar.
Esse significado se refere as qualidades não adquiridas, mas próprias da natureza de ser, tanto em razão de sua composição química, como em razão de sua estrutura orgânica ou de sua evolução natural.
O segundo significado diz respeito às habilidades próprias do ser humano, como tocar um instrumento musical, saber usar uma ferramenta, saber escrever, pintar, ler, raciocinar logicamente etc.
O terceiro sentido de virtude diz respeito ao comportamento moral resultante do exercício do livre arbítrio e, portanto, diz respeito exclusivamente ao homem. É exatamente desse terceiro sentido, o comportamento moral, que nos interessa como Maçons, pois somente ele diz respeito exclusivamente à educação do espírito, uma tarefa extremamente valorizada dentro da Maçonaria porque conduz ao comportamento moral, ao amor e à generosidade.
Para que um determinado comportamento moral possa ser considerado uma virtude não é suficiente a pratica de atos morais esporádicos ou isolados, é necessário, antes de tudo, haver uma continuidade, um hábito, um estado de espírito sempre ativo e presente na consciência, a cada dia e a cada momento.
Dentro do Comportamento Moral, podemos acrescentar o próprio comportamento social que vivemos para fazermos valer na tríade Liberdade, Igualdade e Fraternidade, onde cujas são por excelência, os elementos para construir em nosso templo interior o verdadeiro espírito maçônico.
Do ponto de vista abstrato, podemos dizer também que tudo que não for perfeito é Vício, mas do ponto de vista prático, é um termo relativo que depende do grau de evolução do indivíduo em questão, pois o que seria um Vício para um Homem cultivado, poderia ser uma virtude para um selvagem.
Façamos destaque à Fraternidade, ora regida por nossas temperanças, pois da importância do conjunto de nossa tríade, consideramos a mais direcionada às nossas causas e conquistas enquanto Maçons, pois ela é a diferença de nossa Ordem, ela que serviu de arma forte e reluzente, que fez com que nossos Irmãos antepassados, entregando muitas vezes suas próprias vidas a repugnância, resistindo às perseguições e se deixando abater pela inquisição, pela própria rusga Cuibana não deflagraram nossos segredos, nossos augusto mistérios, e salvaram com os princípios fraternos a continuidade de nossa Ordem durante séculos que se passaram.
O egoísmo é a fonte de todos os vícios, assim como a fraternidade é a fonte de todas as virtudes; destruir um e desenvolver outro (Levantar templos a Virtude e Cavar masmorras aos Vícios), esse deve ser o objetivo de todos os esforços do homem, que deseje assegurar sua felicidade em nosso mundo e no seu mundo espiritual. “Quem é bom, é livre, ainda que seja escravo, quem é mau é escravo, ainda que seja livre”.
Santo Agostinho
Segundo o Ritual do Aprendiz Maçom:
Telhamento, pág 48: “Que se faz em vossa Loja? Levantam-se TT∴ à virtude e cavam-se masmorras ao vício.”
Na abertura dos trabalhos, páginas 90 e 91:
“Para que nos reunimos aqui, Ir∴ 1° Vigilante? Para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros; para glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade; para promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade, Levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao Vício.
“Que é a Maçonaria, Ir∴ Chanceler? É uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade, pelo amor e pelo aperfeiçoamento de seus costumes, pela tolerância, pela igualdade, pelo respeito à autoridade e à crença de cada um.”
No entendimento destes humildes aprendizes, o nosso Ritual deixa claro o real objetivo da nossa sublime ordem e também como chegar lá:
O Objetivo: Tornar Feliz a Humanidade pelo amor e aperfeiçoamento de seus costumes.
O como: Levantando Templos a Virtude e Cavando Masmorras ao Vicio.
Este entendimento, acreditamos estar mais uma vez alicerçado no Princípio Fundamental de número cinco (5), no Ritual de Aprendiz, página 23: “5. A Maçonaria tem por fim combater a ignorância em todas as modalidades. É uma escola de ensinamentos mútuos, que impõe como programa: obediência às leis do País, viver segundo os ditames da Honra, praticar a Justiça, amar ao próximo e trabalhar incessantemente pela felicidade do gênero humano e conseguir sua emancipação progressiva e pacifica.”
Portanto, se faz necessário que os irmãos, sobretudo os nossos mestres, avaliem e confirmem se estamos corretos nestes entendimentos.
Tomamos a iniciativa de procurar no Ritual de Aprendiz o que significa isso, Levantar Templos a Virtude e Cavar Masmorras ao Vício, nada foi encontrado.
Porém, os significados de Virtude e Vício é questionado ao profano no momento de sua iniciação e em seguida é revelado pelo Venerável Mestre:
Vicio
“É tudo que avilta o homem. É o hábito desgraçado que nos arrasta para o mal. Para impormos um freio salutar a esta impetuosa propensão, para elevarmo-nos acima dos vis interesses que atormentam o vulgo profano e acalmarmos o ardor de nossas paixões, é que nos reunimos neste T∴.
Aqui trabalhamos para adaptar nosso espirito às grandes afeições e só concebermos ideias sólidas de Virtude, porque somente regulando nossos costumes pelos eternos princípios da Moral, é que poderemos dar à nossa alma esse equilíbrio de força e sensibilidade que constitui a ciência da vida.”
Virtude
“Também é uma disposição da alma que nos induz a praticar o bem.”
Procuramos em outros meios e, segundo o dicionário Aurélio OnLine:
Virtude
1 - Disposição constante do espírito que nos induz a exercer o bem e evitar o mal.
2 - O conjunto de todas ou qualquer das boas qualidades morais.
3 - Ação virtuosa.
4 - Austeridade no viver.
5 - Castidade, pudicícia (pureza do corpo e da alma).
Vício
1 - Defeito ou imperfeição.
2 -Prática frequente do ato considerado pecaminoso.
3 - Tendência para contrariar a moral estabelecida.
4 - Hábito inveterado.
5 - Dependência do consumo de uma substância.
Templo
1 - Casa de oração em que se adora uma divindade; igreja.
2 - Sinagoga, mesquita.
3 - Local onde a maçonaria celebra as suas sessões.
4 - A Ordem dos Templários.
5 - Lugar sagrado ou venerável.
Masmorra
1 - Cárcere subterrâneo.
2 - Cadeia.
3 - Lugar ou casa sombria e triste em que se vive sem sair e sem ver ninguém.
Mais uma vez, questionamos aos irmãos aqui presentes se existe um significado diferente destes aqui apresentado.
Infelizmente, precisamos promover este debate porque estamos sendo levados a entender que da forma e regras com que a nossa sociedade é regida,nós, pessoas livres e de bons costumes, que tem como conduta atender todas as normas e leis deste nosso amado país, passam, na maioria das vezes, por severas dificuldades enquanto que os indivíduos indiferentes a valores morais e que vivem e trabalham em cima de brechas e oportunismo, vem sendo“premiados”, mesmo que momentaneamente.
Pensemos então: devemos apenas fazer a nossa parte?
Mas qual é mesmo a nossa parte enquanto Maçom?
Lapidar a nossa pedra bruta e irradiar o bem?
Possivelmente os irmãos mais vividos, com mais idade e experiência, já entenderam que chegará o dia no qual cada um de nós irá para o Oriente Eterno, ao encontro do Grande Arquiteto do Universo e ainda não ter conseguido, apesar do árduo esforço, nem sequer arestar nossas pedras, quiçá polir e deixa-la perfeita.
Sendo isso uma verdade, examine suas consciências, qual o reflexo real disso, uma vez que o nosso objetivo é tornar feliz a humanidade?
Haja vista que os moldes que estamos inseridos na atualidade, pelo menos no entendimento destes Aprendizes Maçons, incentiva justamente o oposto daquilo que defendemos, tendo sido erguidos templos reluzentes ao vício e cavado masmorras profundas, frias e sombrias às virtudes.
Observem o noticiário dos principais jornais, raramente vemos uma reportagem para exaltar o bem, sempre promovendo desgraças, roubos, assassinatos, ultimamente os desmandos pelo qual estamos sendo submetidos nas diversas esferas que regem as regras e leis,que devemos atender enquanto Maçons.
Somos também o país das novelas, novelas estas que promovem o adultério, intrigas, roubos, homossexualismo, o fim da família, etc.
Estamos presenciando calados o desenvolvimento da educação de gênero nas escolas, inclusive nos livros didáticos.
Desta forma então, pedimos aos irmãos mais aprofundados nos estudos maçônicos que nos apresentem as “armas” que teremos para enfrentar esta dura batalha que precisamos iniciar.
Sob pena de fracassarmos em nossa missão de Tornar Feliz a Humanidade pelo amor e aperfeiçoamento de seus costumes.
Por fim, colocamos também para reflexão os seguintes textos:
“O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos Bons.”
“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”
“Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele.”
“O ser humano deve desenvolver, para todos os seus conflitos, um método que rejeite a vingança, a agressão e a retaliação. A base para este tipo de método é o amor.”
“Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos.”
Todos coletados na livre internet e, segundo a fonte, de autoria de Marthin Luther King Jr (1929 – 1968).
BIBLIOGRAFIA:
1. Ritual de Aprendiz, Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia.
2.Landmarks.
3. Código Maçônico
4. Site Aurélio: https://dicionariodoaurelio.com
Comentários
Postar um comentário