COMO DOM PEDRO I ENTROU PARA A MAÇONARIA


Iniciado na maçonaria, o imperador assumiu o codinome Pedro Guatimozim, uma homenagem ao último rei asteca

Dom Pedro I chegou ao topo da maçonaria brasileira tão rapidamente quanto deu um fim provisório à irmandade. É fácil entender o porquê dessa mudança de atitude. 

Dom Pedro Irecorreu à ordem para declarar a independência. Mas, assim que se tornou o primeiro imperador do Brasil, os irmãos maçons viraram um estorvo.

A cronologia dos fatos no movimentado ano de 1822 deixa essa situação mais clara: dom Pedro foi aceito pela maçonaria no dia 13 de julho

Seu ritual de iniciação ocorreu a 2 de agosto, na loja Comércio e Artes — ele estava, segundo relato do historiador Pedro Calmon no livro 'A Vida de Dom Pedro I', “ardendo em curiosidade, a fantasia despertada pelo mistério de um rito perfumado de magia oriental”.

“Como monarca, ele ficou insatisfeito com os questionamentos dos maçons e com o fato de poder ser abertamente contestado pelos irmãos”, diz o historiador Jesus Hortal Sánchez. “Quando percebeu que nem mesmo o cargo de grão-mestre garantia obediência absoluta, decidiu acabar com a ordem”.

Não deixa de ser curioso que, depois de deixar o Brasil, em 1831, Pedro I tenha se tornado Pedro IV, imperador de Portugal e grande defensor da liberdade na Europa.
Ao regressar para sua terra natal, ele defendeu a volta do governo constitucional àquele país, que, desde a morte de Dom João VI, em 1826, era governado com mãos de ferro por seu irmão Miguel.

A atitude de Pedro era coerente com a do jovem príncipe que anos antes, em 1821, tinha ficado no Rio de Janeiro, ao que tudo indica, porque causava insegurança ao pai — dom João VI temia que o filho apoiasse o movimento constitucionalista que, em Portugal, pedia a limitação dos poderes reais. 

Mesmo ficando no Brasil, Pedro conseguiu que o pai aceitasse assinar uma constituição que restringia seus próprios poderes.

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