"Se você é seus pensamentos, quem é esse que está ouvindo?"

"Portanto, quando vires no lugar santo a abominação desoladora de que falou o profeta Daniel (quem lê, entenda)" Mateo 24:15

"Se você é seus pensamentos, quem é esse que está ouvindo? "
Identificar com as próprias ideias são um grande meio pelo qual lhes creditamos a existência a conceitos tão intangíveis. Isto pode até chegar a tal grau que a própria necessidade do conflito é necessária para a síntese de um confronto.
Embora a realidade seja uma experiência coletiva; é regida pela interpretação individual da percepção. E esta interpretação individual da percepção é regida pela capacidade de aceitá-la ou rejeitá-la.

Quase parecendo um "eterno retorno Nietzsche-iano".
As próprias bases da física quântica garantem-nos que: "Ao medir (quantificar/qualificar) uma partícula, você altera completamente o seu estado natural". O mesmo se aplica à percepção da realidade. Mesmo na própria gramática você pode observar o desapego da realidade com sua interpretação.
Desde que a percepção pode ser a realidade, mas a realidade nem sempre é a percepção (Que relação romântica dualista em que vivemos presos dentro do tridimensionalismo, hein? ).
Acima-baixo, esquerda-direita, bem-mal, luz-escuridão; estamos tão acostumados a reduzir a complexidade do entre-tecido cósmico da realidade, que o convertemos e alteramos completamente um entre-tecido quântico de realidade.

Dependendo de uma combinação multifacetada de probabilidade, mais do que de um absolutismo existencial empírico.
Aristóteles enfatizou a importância da percepção como chave para a realidade.

A maneira como percebemos o exterior é apenas um reflexo do interior. Uma vez que os sentidos (tato, olfato, paladar, ouvido e vista) pelos quais experimentamos o mundo se tornam impulsos sensoriais que devem ser interpretados por uma consciência, e essa consciência operará entre tramados idiossincráicos que limitarão a essência daquilo "observável".
Como dizem os antigos ensinamentos herméticos. ("As above, so below").
É por isso que não existe nada tão destrutivo como o abandono de uma ideologia. Identificar com a realidade tende a esquecer que sua interpretação é através da percepção de quem a percebe. Por causa disso, Aristóteles, inconscientemente advertia sobre o subjetivismo da percepção.
A liberdade tão assustadora que inunda a alma ao saber do seu desapego com a sua realidade seria suficiente para explicar o hedonismo presente na sociedade atual do ocidente.
Uma vez que sem uma realidade para se identificar, fica vulnerável a questão da identificação despersonalizada: "Quem sou eu, senão eu? "
É por isso que você chega (e não é uma suposição, você pode vê-lo nas relações interpessoais), até mesmo a necessidade de ignorar ou reprimir a oposição.

A verdadeira sabedoria está em reconhecer a própria ignorância. Pois é dentro da ignorância que existe a possibilidade de aprendizagem.

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