Gastón Bachelard
Conhecimento é uma das áreas da filosofia que estuda o conhecimento.
A epistemologia estuda a formação do conhecimento, a diferença entre ciência e senso comum, a validade do saber científico, dentre outras questões.
Significado de Epistemologia
Assim como a ética se ocupa das questões morais e a política trata do funcionamento da sociedade, a epistemologia se ocupa do saber.
Epistem – vem do grego e significa conhecimento e Logia – estudo.
Assim, a epistemologia é o estudo do conhecimento, suas fontes e como ocorre sua aquisição.
Questões Epistemológicas
A filosofia sempre parte de questões. Desta maneira, podemos sistematizar as perguntas que a epistemologia busca responder:
- O que é a ciência?
- O que é o conhecimento científico?
- O conhecimento científico é verdadeiro?
A filosofia determina que uma área do saber, para ser considerada ciência, dever ter um método d
No entanto, a verdade pode ser construída racionalmente dentro de cada período histórico. Muitas vezes, o que se acredita numa época será rejeitado ou invalidado posteriormente.
A epistemologia surgiu com os filósofos pré-socráticos. No período clássico, as discussões sobre o tema começam a ganhar forma, especialmente através de Sócrates, Aristóteles e Platão. Cada um deles cria um método para explicar suas ideias, prescindindo dos mitos para chegar às suas conclusões de maneira racional.
No entanto, a epistemologia ganha força na Idade Moderna quando as ideias do Humanismo, Renascimento, Iluminismo foram ganhando espaço na sociedade.
Assim, um dos objetivos dos estudiosos foi diferenciar o senso comum da ciência.
Uma pessoa pode afirmar que sabe que vai chover porque o joelho está doendo. Isto seria o senso comum, pois não há embasamento científico para alguém acreditar que isso possa ser verdade.
Por outro lado, uma pessoa pode afirmar que vai chover porque observou as nuvens e o vento, e sabe que quando eles se comportam de determinada maneira, é possível que chova.
Epistemologia segundo Jean Piaget
O biólogo e psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) elaborou uma teoria do conhecimento e a expôs em sua obra “A Epistemologia Genética”, em 1950.
Neste livro, ele teoriza que o ser humano passa por quatro fases de aquisição de conhecimento:
- Sensório-motor: 0 aos 2 anos, onde o conhecimento se dá através de estímulos exteriores e interiores.
- Pré-operatório: 2 aos 7 anos, quando aparece a fala, os jogos com outras crianças com normas simples e o pensamento mágico e fantasioso, que inclui os contos de fada.
- Operatório concreto: 7 aos 11 anos, no qual é possível resolver problemas internamente, se dá aquisição da escrita e cálculos associados a símbolos concretos como as maçãs.
- Operatório formal ou abstrato: 11 aos 14 anos, compreender conceitos abstratos como a sociedade, o amor, o Estado, a cidadania.
Para Piaget, esses estágios não são alcançados de forma linear e cada criança tem o seu ritmo de aprendizagem. Também argumenta que nem todos alcançam a última etapa.
Da mesma maneira, o conhecimento é uma descentralização da pessoa. Trata-se de passar de uma fase onde a criança naturalmente deseja tudo para si em direção ao ser humano que pensa no seu entorno.
Mais que superar um estado, Piaget dizia que o mais importante é observar como a criança passa de uma etapa a outra.
Para caracterizar este fenômeno, ele cunha dois termos: assimilação e acomodação.
- Assimilação: ao ser apresentado a um brinquedo novo, a criança faz "testes" para entender seu funcionamento.
- Acomodação: uma vez adquirido o conhecimento, a criança encontra uma aplicação para esta habilidade e realiza a transferência para outras áreas.
Exemplo:
Um livro.
Na fase sensorial, o livro pode ser apenas mais um objeto para empilhar, morder, jogar. Já no período pré-operatório, a criança aprende que este objeto tem estórias e, portanto, outra utilidade.
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