EXTRAÍDO DA MAÇONARIA LIBERAL E ADOGMÁTICA. Liberal Freemasonry.blogspot.com/.
A maçonaria ao longo da história foi perseguida por inúmeros regimes que se encaixam na definição de totalitarismo ou teocracia.
Foi simultaneamente acusada de ser semelhante ao comunismo e ao capitalismo burguês, dependendo se era um totalitarismo de direita ou de esquerda que precisava justificar suas medidas de repressão à maçonaria.
A Maçonaria é formada por livres-pensadores, e descreve suas formas de agir como tolerantes, soberanas e democráticas
Este espírito democrático e de pensamento livre, que pode parecer aceitável e tolerante para muitos, não deve de todo parecer conveniente para os regimes que aspiram a exercer um controlo absoluto sobre as consciências e vontades dos seus súbditos.
Podemos ver que tanto os governos totalitários de direita quanto de esquerda perseguiram a maçonaria.
Entre os governantes que proibiram a maçonaria estavam: Adolf Hitler (Alemanha), Benito Mussolini (Itália), Francisco Franco (Espanha), Stalin (URSS), Béla Kun (Hungria).
A Maçonaria também tem sido perseguida por governos teocráticos, embora a Maçonaria não se defina como uma religião.
Para nos aprofundarmos um pouco, temos os seguintes casos:
UNIÃO SOVIÉTICA (REGIME COMUNISTA): Depois que o movimento bolchevique chegou ao poder na Rússia, as lojas maçônicas foram toleradas por algum tempo.
No IV Congresso Mundial da Internacional Comunista realizado em Moscou entre 30 de novembro e 5 de dezembro de 1922, foi formalmente declarado que a maçonaria era contrária à ideologia comunista. Todos os comunistas foram convidados a renunciar à maçonaria ou ao Partido Comunista.
Leon Trotsky definiu a Maçonaria como "uma ideologia de concepção burguesa contrária em seus princípios à ditadura do proletariado, que tende a estabelecer um Estado dentro do Estado". Nenhum comunista que tivesse sido maçom poderia concorrer por um período de dois anos a qualquer cargo partidário. Diante de tal situação, algumas lojas foram imediatamente dissolvidas, enquanto outras continuaram com uma existência precária.
Quatro anos depois, quando o maçom Astromov pediu a Stalin que permitisse que a maçonaria continuasse funcionando, apesar da sanção oficial. Astromov havia fundado quatro lojas em Leningrado, Moscou, Tbilisi e Kiev.
30 maçons conhecidos (incluindo todos os oficiais das quatro lojas fundadas por Astromov) foram presos, torturados e presos. Astromov também foi detido, interrogado e logo após sua libertação morreu aos 76 anos. A maçonaria desapareceu completamente durante os anos restantes do domínio soviético.
Após o colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a Maçonaria reapareceu na Rússia e em outros países que faziam parte da esfera soviéticao mesmo aconteceu com a Letónia e a Lituânia, repúblicas socialistas comunistas ligadas à União Soviética.
HUNGRIA (REGIME: DITADURA COMUNISTA):
Em 1919, Béla Kun proclamou a ditadura do proletariado na Hungria. Isso marcou o início das incursões do exército húngaro contra as lojas maçônicas, juntamente com roubos e, às vezes, destruição de bibliotecas maçônicas, registros, arquivos e obras de arte.
Vários edifícios maçônicos foram confiscados e usados para exposições antimaçônicas. A maçonaria foi proibida por lei por decreto em 1920.
Na Hungria do pós-guerra, as lojas eram descritas como "locais de encontro de elementos capitalistas, amigos do imperialismo ocidental, inimigos da república democrática".
BULGÁRIA (DITADURA COMUNISTA):
Em setembro de 1945, o exército soviético invadiu a Bulgária e permitiu que os comunistas búlgaros assumissem o poder, estabelecendo uma ditadura comunista. A maçonaria, que já havia sido proibida em 1941 (antes da chegada dos esquerdistas), continua sendo proibida pelo novo regime do signo oposto ao anterior. As lojas maçônicas só voltaram a ser permitidas em 1992.
CHECOSLOVÁQUIA (REGIME COMUNISTA):
Após a tomada comunista da Tchecoslováquia em 1948, a situação dos maçons tornou-se muito difícil. Finalmente, em 1º de abril de 1951, a Grande Loja da Tchecoslováquia decidiu interromper todas as atividades maçônicas de suas 15 lojas.
Os maçons da Tchecoslováquia tiveram que esperar 40 anos para que pudessem reiniciar suas atividades. Dos 779 membros em 1951, apenas 3% ainda estavam vivos em 1990. Em 17 de novembro de 1990, as lojas Narod, Dilo e Most retomaram suas atividades maçônicas.
ALEMANHA (REGIME NAZISTA):
Antes do advento do nacional-socialismo, a maçonaria alemã era a segunda mais importante do mundo, tanto em número de lojas quanto em número de maçons. Na década de 1930 havia 10 Grandes Lojas compostas por 690 lojas e cerca de 70.000 maçons. Em 1937, o regime nazista na Alemanha declarou a maçonaria "inimiga do Estado", os arquivos e propriedades da maçonaria foram confiscados. Muitos maçons foram enviados para campos de concentração simplesmente porque eram maçons.
Os registros preservados pelo Reichssicherheitshauptamt mostram a perseguição sofrida pelos maçons.
Embora o número exato não seja conhecido com certeza, estima-se que entre 80.000 e 200.000 maçons foram exterminados pelo regime nazista, na Europa dominada ou influenciada pelos nacional-socialistas.
Em 1948, a pequena flor azul chamada "esqueça-me-não" foi adotada como marca maçônica na primeira Convenção Anual da Grande Loja Unida da Alemanha de Maçons Antigos Livres e Aceitos.
Hoje ainda é usado em memória daqueles que sofreram em nome da maçonaria, especialmente na Alemanha durante o regime nazista.
Em Mein Kampf, Adolf Hitler escreve que a maçonaria "sucumbiu" aos judeus e se tornou um "excelente instrumento" para lutar por seus interesses e usar suas "cordas" para puxar o nível superior da sociedade em busca de seus desígnios.
Ele continua: "A paralisia geral do instinto da sociedade para a autopreservação nacional começou por causa da maçonaria".
A maçonaria foi proibida em todas as nações aliadas ou sob o controle dos nacional-socialistas. Incluindo Japão, Noruega e França.
ÁUSTRIA, HOLANDA E BÉLGICA (DURANTE A 2ª GUERRA MUNDIAL):
Entre 1934 e 1936, várias das lojas mais proeminentes da Áustria foram fechadas. Em 12 de março de 1938, a Gestapo tomou posse da Grande Loja de Viena, e os arquivos da Grande Loja desapareceram.
O Grão-Mestre Dr. Richard Schlesinger foi preso. Ele morreu logo após sua libertação como resultado de seu duro tratamento.
As forças nacional-socialistas da Alemanha (nazistas), após a invasão da Holanda, invadiram o edifício da Grande Loja de Haia em maio de 1940, impedindo o acesso ao edifício. Em setembro de 1940, todos os bens da ordem foram confiscados.
O então grão-mestre, Herman Van Tongeren foi preso em outubro de 1940, e posteriormente morreu em 29 de março de 1941, enquanto prisioneiro no campo de concentração de Sachsenhausn, na Alemanha. Em 24 de agosto de 1940, começou o confisco de material maçônico pelo exército nacional-socialista invasor da Alemanha. As lógicas maçônicas estiveram entre as primeiras instituições na Bélgica a serem sistematicamente atacadas.
ITÁLIA (REGIME FASCISTA DE BENITO MUSSOLINI):
Benito Mussolini decretou em 1924 que os membros do Partido Fascista que eram maçons deveriam deixar uma organização ou outra.
Notável é o caso do general Capello, um dos fascistas mais proeminentes, que também foi grão-mestre adjunto do Grande Oriente da Itália, que se desligou do Partido Fascista e manteve sua filiação na maçonaria. Menos de um ano depois, foi preso e condenado a 30 anos de prisão.
Em 1925, Musolinni dissolveu a maçonaria na Itália sob a acusação de que era uma organização política. Em carta aberta ao Duce, o grão-mestre do Grande Oriente, Domizio Torrigiani, teve a coragem de defender a ideia de democracia e liberdade de pensamento. O preço que ele pagou por tamanha audácia foi o banimento para as Ilhas Lipari e ele morreu pouco depois.
Centenas de maçons proeminentes compartilharam o exílio em Lipari. No auge da agitação antimaçônica (1925-1927), esquadrões de camisas negras invadiram as casas de maçons conhecidos em Milão, Florença e outras cidades, e assassinaram pelo menos uma centena deles.
ESPANHA (DITADURA DE FRANCISCO FRANCO):
Durante o governo do general Francisco Franco, houve uma tentativa de associar a maçonaria ao comunismo e ao judaísmo, apesar de a maçonaria se definir como apolítica e adogmática.
Em 15 de setembro de 1936, foi publicado seu primeiro decreto contra a maçonaria, cujo primeiro artigo diz o seguinte: A maçonaria e outras associações clandestinas são declaradas contrárias à lei. Qualquer ativista que nelas permanecer após a publicação deste edital será considerado culpado do crime de rebelião. Mas, nessa data, muitos maçons espanhóis já haviam sido fuzilados.
Desde o início de 1937, o Secretariado Privado de Franco (Delegação de Serviços Especiais) dedicou-se a reunir, primeiro em Burgos, e depois em Salamanca, toda a documentação possível sobre lojas e pedreiros. Em maio de 1937, Marcelino Ulíbarri foi nomeado diretor do Serviço de Recuperação de Documentos, cuja sede definitiva ficava em Salamanca, com o objetivo de reunir um grande acervo documental que permitisse ao regime franquista realizar o expurgo total de qualquer vestígio de filiação maçônica.
Como balanço quantitativo, podemos supor o relatório da assembleia anual da maçonaria, realizada em Madri nos dias 15 e 16 de dezembro de 1937, segundo o qual todos os irmãos que não conseguiram fugir da zona franquista foram assassinados. Em 21 de dezembro de 1938, Franco decretou que todas as inscrições ou símbolos de natureza maçônica ou que pudessem perturbar a Igreja Católica deveriam ser removidos de todos os cemitérios da zona nacional dentro de dois meses.
A Maçonaria esteve mais uma vez envolvida na ilegalidade de Franco na famosa Lei das Responsabilidades Políticas, de 9 de fevereiro de 1939, onde, juntamente com todos os partidos da Frente Popular e sindicatos, todas as lojas maçônicas foram declaradas (mais uma vez) fora da lei.
Em 1º de março de 1940, foi promulgada a principal lei antimaçônica do regime, a Lei de Repressão à Maçonaria e ao Comunismo. As penas variavam de apreensão de bens a prisão.
Os maçons, além das sanções financeiras, eram automaticamente afastados de qualquer emprego ou cargo de natureza pública.
Foram estabelecidas penas de vinte a trinta anos de reclusão para os graus superiores, e de doze a vinte para os cooperados.
O expurgo chegou ao ponto de impedir que qualquer pessoa que tivesse um parente maçom até o segundo grau de consanguinidade fizesse parte de uma "Corte de Honra".
Na mesma data, foi constituído o Juizado Especial para a Supressão da Maçonaria e do Comunismo, Tribunal que vigorou até a criação do Tribunal de Ordem Pública, em 1963. A da maçonaria foi suprimida em 8 de fevereiro de 1964.
No Arquivo Geral da Guerra Civil Espanhola estão guardados os resumos do "crime da maçonaria" do Tribunal Especial de Repressão à Maçonaria e ao Comunismo.
PORTUGAL (DITADURA MILITAR):
Após o golpe de Estado de 28 de maio de 1926, António de Oliveira Salazar assumiu o poder ditatorial em Portugal, pondo fim à democracia instaurada em 1910.
Em 16 de abril de 1929, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia assaltaram e capturaram os escritórios do Grande Oriente Grêmio Lusitano, prendendo todos os maçons presentes. Todos os documentos encontrados foram apreendidos.
Diante da nova situação, José da Costa Silva (maçom) do Grande Oriente decretou que as lojas deveriam ser organizadas em pequeno número que seria difícil de detectar por espiões. Salazar conseguiu suprimir as liberdades políticas, caçando os seus opositores e aprisionando-os.
Isso levou ao exílio de numerosos maçons (1931-1935).
Em 21 de março de 1935, a Maçonaria foi proibida em todo o Portugal por meio da lei de 1901 que dissolveu o Grêmio Lusitano do Grande Oriente e da lei de 1950 que transferiu todos os arquivos e propriedades da Maçonaria para a Legião Portuguesa.
Muitas insígnias e documentos do Grêmio Lusitano foram depositados na PVDE (Polícia Secreta). A maçonaria só voltou ao normal em Portugal em 1974.
Atualmente a maçonaria é reprimida na Romênia pelo partido de ultradireita daquele país, na China comunista a maçonaria é proibida, só existe em Hong Kong.
A Grande Loja do Irã está no exílio, sua sede fica em Boston, EUA é considerada pelo regime fundamentalista islâmico do IRÃ como uma instituição a serviço do diabo do Ocidente, a maçonaria não é permitida em outros países onde governam regimes fundamentalistas e religiosos ou políticos extremistas como a Coreia do Norte e dificilmente é permitida em totalitarismos personalistas como a Cuba de Fidel Castro.
Como podemos ver, a Maçonaria é sempre atacada a partir de posições extremistas, por fundamentalistas e fanáticos, sejam religiosos ou políticos
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