HARMONIA CÓSMICA

 

Contam que, seis séculos antes de Cristo, lá pelas montanhas do Oriente, onde tudo nasceu, viveu um ser fulgurante chamado Lao-Tsé.

Lao significa "criança, jovem, adolescente".

Tsé é o fluxo de muitos nomes chineses, que quer dizer "idoso, maduro, sábio”.

Lao-Tsé, o "jovem sábio", o “adolescente maduro", foi contemporâneo de Kung Fu Tsé, o Confúcio, de quem foi discípulo.

Era guardião dos arquivos do Tribunal Imperial Chinês e atraiu muitos seguidores com sua sabedoria, embora sempre haja se recusado a fixar suas idéias por escrito, por temer que as palavras pudessem cair na vala comum do formalismo dogmático.

Esse comportamento todavia não foi privilégio dele, eis que a história aponta diversos outros filósofos que também assim o fizeram, como por exemplo Sócrates, que embora tenha deixado grandes ensinamentos, nada escreveu.

Octogenário e desiludido com as pessoas da sua terra - que estavam pouco dispostas a seguirem o caminho da bondade natural - rumou para o Tibet, na fronteira ocidental de China, quando foi reconhecido por um guarda.

Este lhe lembrou que possivelmente todos os seus ensinamentos logo migrariam para o esquecimento se ele não se dispusesse e registrar pelo menos os princípios básicos de sua doutrina.

Diz a lenda que somente lhe foi permitido deixar a China após escrever seus ensinamentos básicos, a fim de que pelo menos parte de seu conhecimento pudesse ser preservada para a posteridade.

Atendendo ao pedido do guarda, de uma só vez Lao Tsé redigiu a coletânea dos 81 versos que se tornariam a síntese de sua sabedoria, que entrou para a história sob o nome de Tao Te Ching (O Livro que revela Deus) e é, ao lado da obra de Krishina e de Jesus, uma das três mais importantes mensagens da humanidade.

Vejamos o que ele diz no segundo poema:
“O fácil e o difícil se completam.
O grande e o pequeno são complementares.
O alto e o baixo formam um todo.
O som e o silêncio formam a harmonia.
O passado e o futuro geram o tempo”.

Indiscutivelmente Lao-Tsé nos ensinou a grande lei da bipolaridade do Universo e de todas as coisas.

Nada é somente o Uno, e nada é somente o Verso - tudo é Universo, unidade na diversidade, equilíbrio dinâmico e harmonia cósmica.



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