Antes de cruzar o limiar do Templo Maçônico.


A Maçonaria a estes momentos que nos fazem estar em um estado de lucidez, reproduz-os antes da iniciação, com uma motivação para nos fazer cientes do nosso muito breve trânsito por esta vida.

É como uma representação um pouco artificial, mas que evoca no mais profundo da psique esta questão de grande importância, e é da qual aproveitamos ao máximo as nossas vidas, não para o vício, mas para a virtude.
Quando chegamos pela primeira vez ao prédio da Sociedade, depois de alguns trâmites, estamos vendados, alegorizando a nossa condição de que, sendo profanos, temos a incapacidade de ver a realidade.

Depois ouvimos uma porta que se abre. A cortês boas-vindas de um homem que em breve aprenderemos é um "Especialista".

Estamos confinados a um armário escuro.
Não muito longe de você, você ouve sussurros, você percebe que está em uma cripta mortuária.
Depois ninguém fala.

O aviso que lês faz-te desejar que não te tomem por um vulgar curioso, enquanto para ser sincero é que a curiosidade te devora, necessariamente: mas o significado desta palavra se transforma pelo simples fato de que achas que estás aí, diante deste crânio, diante de a imagem deste galo "hermético" e a palavra curiosamente escrita VITRIOL, entre acessórios - enxofre, mercúrio e sal, que depois identificará como as bases da grande obra alquímica - você acha que está lá por motivações muito diferentes das denunciadas pelo anúncio colocado diante de seus olhos.

Aqui está um primeiro choque: a curiosidade é o "pecado original" aos olhos da maçonaria, como foi nas origens da humanidade, quando, segundo o mito bíblico, Eva e Adão sucumbiram à tentação de provar o fruto da árvore do conhecimento, por curiosidade. Mas, se a curiosidade é a mãe da ciência, a curiosidade é o Lev motivador do humano.

O caminho para a sua iniciação começa, portanto, com o rodeio de um caminho totalmente original, para dizer com o adjetivo que qualifica a culpa dos nossos primeiros pais no paraíso terrestre que pecaram de curiosidade.

Era precisamente oportuno, no início do nosso renascimento inicático – da nossa ressurreição consciente – não começar esta nova vida com um “pecado original da curiosidade”. E então você escreve seu testamento, como se realmente se arriscasse a morrer durante sua iniciação: a hora não poderia ser mais solene.
Um caminho no escuro.
Você viaja no escuro, com olhos cegos como da primeira vez por uma venda.
Você é "manipulado" - volta a ser um menino muito pequeno - mas é guiado.

Absolutamente você tem que confiar naquele que é seu Hermès – seu psicopompo Hermes, o condutor das almas – por uma noite. No abandono de todo orgulho, de todo desejo de independência, você aceita a influência de quem sabe e vê em seu lugar.

De volta ao estado fetal, criança da Sociedade Iniciadora.

Para o maçom que empreende a tarefa da evolução espiritual, a identificação com o ego é, de fato, um dos seus mais terríveis obstáculos, quer altos graus maçônicos, não para o seu desenvolvimento, mas para alimentar o seu ego.

No momento em que acredita lutar contra o ego, ainda é a sua vítima. Quanto maior o interesse sente em crescer maçonicamente, por aí aparece o ego, quanto mais tempo, interesse e atenção dedicar ao maçônico, maior o risco de se identificar em maçonaria por coisas supérfluas, como postos na Loja, bonitos aventales, graus de relumbração etc. o maçom que quiser evoluir para altos níveis de consciência na Maçonaria, deve estar constantemente alerta para não cair em se identificar com coisas sem sentido.

E concentrar-se em conquistar algo mais precioso que é estar livre das camadas mais baixas.

Alcoseri

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