Poderiamos parar para analisar cada palavra deste texto, desfiar cada frase do Corpus Hermeticum para procurar sua lógica interna ou seu simbolismo, mas não o farei.
A verdade não se entrega como dogma: revela-se segundo a alma que a contempla.
E embora essa mesma verdade mude ao longo dos anos, não porque ela varie, mas porque nós nos tornamos mais aptos a vê-la, preferi limitar-me a partilhar a essência que este Tratado VIII deixou.
Infinitos são os caminhos da alma, embora todos levem à mesma raiz.
Às vezes o corpo dói e a vida pesa.
Mas como poderíamos valorizar a luz sem ter descido antes às sombras dos nossos próprios lamentos?
Os dias são oferecidos como uma gama de nuances: quente, frio, vibrante ou cinzento. Tudo depende da pincelada interior que a alma está disposta a dar.
Como explicar a um cego a beleza de um pôr do sol?
Assim também é difícil descrever ao profano a comunhão com o Todo.
Quem ainda não abriu o seu olho interior, quem não descansou na contemplação e no silêncio da alma, não pode ainda ver a verdade que está escondida a olho nu.
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