"O homem foi criado como mediador entre o visível e o invisível, entre o Criador e a Criação.
Mas, ao cair, esqueceu-se de sua origem e de sua função. Restaura-se pela Iniciação, e nela reencontra o verbo perdido que une os mundos."
A obra da regeneração espiritual é o eterno trabalho do iniciado. Como nos ensina o Mestre Martinez de Pasqually, o homem foi retirado da unidade divina por um ato de desobediência cósmica.
Desde então, é portador de uma centelha exilada — um reflexo do verbo original que anseia pelo retorno à fonte.
No seio do Templo, sob a égide dos Arcanos da Divina Sabedoria, o iniciado reencontra os signos sagrados que o reconduzem ao estado primitivo.
Cada símbolo, cada palavra velada, não é senão o eco de uma verdade arquetípica esquecida.
O Cordeiro sobre o altar, envolto pela luz dos vitrais do Alto, é o emblema da inocência restaurada, do sacrifício voluntário e da redenção universal.
Ele carrega o estandarte da vitória do Espírito sobre a matéria, da luz sobre a sombra.
Mas essa vitória não se dá por acaso. É necessário caminhar entre véus e espelhos, discernir entre a ilusão da forma e a essência pura.
O verdadeiro iniciado é aquele que, como o arquiteto interior, lapida seu próprio ser até que nele brilhe a imagem do Adão celestial — o homem antes da queda, imagem pura do Divino.
Assim, na Senda Real, sob a direção silenciosa dos que guardam os mistérios, reconstrói-se o Templo interior.
Não com pedras visíveis, mas com virtudes elevadas, com obras justas, com o fogo da contemplação e a água do arrependimento.
Que cada grau conquistado não seja vaidade, mas degrau de humildade.
Pois somente o coração puro poderá entrar no santuário oculto da Sabedoria — onde o Nome é pronunciado em silêncio, e o Amor se revela como a verdadeira Lei.
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