Você já se pegou cruzando as pernas numa sessão maçônica e depois se perguntou se cometeu um sacrilégio ritualístico?
Pois é… essa dúvida é mais comum do que parece.
E como bom curioso e observador que sou, resolvi investigar.
Afinal, não queremos que um simples ajuste de postura quebre a egrégora!
De onde vem essa história?
No Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA), a recomendação é clara: não cruze as pernas durante os trabalhos.
O motivo?
A postura corporal nesse rito é levada a sério.
Cruzar as pernas seria sinal de desatenção, descaso ou até uma barreira simbólica para o fluxo das energias do templo.
Ou seja, além de feio, pode ser interpretado como "fechamento espiritual".
E você não quer ser o responsável por desalinhar o campo vibracional da loja, né?
Em alguns manuais do GOB e rodas de instrução, essa norma vem sendo passada há gerações.
Postura ereta, pés paralelos no chão, atenção plena ao que acontece.
Um verdadeiro treinamento militar esotérico.
E há quem diga que até o Venerável nota essas pequenas "falhas de conduta ritualística".
E no Rito de York?
No Rito de York — especialmente na forma britânica do Emulation Working — a história é outra.
Cruzou as pernas? Está tudo certo!
Aliás, se estiver elegante e confortável, melhor ainda.
Não existe nenhuma menção ritualística proibindo isso.
Em fóruns e bate-papos entre irmãos de vários países, o consenso é: mantenha o respeito, mas não se torture.
A postura aqui não precisa ser tão rígida. A formalidade existe, sim, mas ela caminha ao lado do conforto e da naturalidade.
Ou seja, no Rito de York, ninguém vai chamar o irmão de profano encarnado por um cruzamento de perna inocente.
Afinal, qual o problema com a perna?
Não é a perna em si. É o simbolismo da atitude.
No REAA, tudo que fecha o corpo (braços cruzados, pernas cruzadas, mãos nos bolsos) pode ser lido como um bloqueio à energia ritualística e à atenção.
Já no Rito de York, esse rigor simbólico não está em primeiro plano. A fluidez do rito permite mais liberdade de expressão corporal.
Conclusão: A perna cruzada da discórdia
No fim das contas, o que vale é o bom senso… e o rito da loja!
No Escocês, a perna cruzada pode até não tirar ponto na regularidade, mas arranca suspiro dos mais antigos.
No York, só não sente no colo do irmão do lado que está tudo certo.
Então:
Se for numa loja do REAA, mantenha os dois pés firmes no chão e a mente aberta.
Se for numa loja do York, pode cruzar as pernas e escolha a perna mais confortável.
No fim das contas, o que quebra a egrégora não é a perna cruzada, mas a mente fechada.
Créditos: Ir.'. Luciano Rêgo (Brasília Julho de 2025)
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