Num mundo em que a pressa é exaltada como virtude, onde os títulos são confundidos com sabedoria e o ruído das opiniões tenta abafar o sussurro da consciência, é necessário que paremos e perguntemos:
A que serviço minha alma está dedicada?
Essa não é uma pergunta comum.
Não é uma pergunta feita por qualquer um, mas sim por aqueles que decidiram lapidar a pedra bruta da alma com coragem e verdade. Essa é uma pergunta feita por Iniciados, por homens que ousaram entrar no Templo Interior.
Quando Marco Aurélio, imperador e filósofo, questionou que tipo de alma o seu humano tinha, se a de uma criança, de um tirano ou de um animal selvagem, ele está nos convidando ao mesmo trabalho que a Maçonaria propõe: o autoconhecimento, o refinamento moral e a fidelidade ao Princípio Orientador.
Mas o que é esse Princípio?
É o nosso GADU manifestado na consciência.
É aquele núcleo íntimo, onde habita a Verdade.
Não é a voz da conveniência, nem o impulso da vaidade, é o farol da razão pura, da justiça reta, da compaixão desinteressada.
A Maçonaria não é um clube,
nem um teatro,
muito menos um ornamento para o ego.
Ela é, por natureza, um sistema iniciático que visa o progresso da alma humana.
É por isso que nos perguntamos:
Tenho vivido conforme os valores
que afirmo defender?
Minha vida reflete
o que proclamo em Loja?
Meus irmãos me reconheceriam
como Mestre
se não houvesse avental nem título?
O verdadeiro Mestre Maçom é aquele cuja alma é regida pelo Princípio Orientador.
Ele não precisa gritar.
Sua presença ensina!
Ele não busca aplausos.
Sua obra é anônima!
Ele não se justifica.
Sua consciência o absolve!
Portanto, peçamos com humildade:
Que não se iludam em achar que o progresso da alma se mede em graus filosóficos, mas em graus de consciência.
Cada atitude justa é um degrau.
Cada renúncia ao ego é um avanço.
Cada silêncio diante da vaidade é um triunfo.
Por isso, mesmo que as respostas às perguntas nos causem desconforto, não devemos temer.
O desconforto é um sinal de que a alma ainda pulsa, de que o Templo Interior não foi abandonado.
Que não sejamos feras domesticadas por conveniências.
Que não sejamos crianças espirituais buscando brinquedos simbólicos.
Sejamos homens despertos,
almas em ascensão, obreiros da Luz.
Lembremo-nos:
"A lâmpada do corpo é o olho; se teus olhos forem bons, todo o teu corpo será cheio de luz."
E se nossos olhos são bons, é porque
a alma se guiou pela Luz do Princípio.
Conclusão
Portanto, a cada dia, a cada abertura de trabalhos, a cada silêncio ritual, perguntemo-nos novamente:
“A que serviço minha alma está dedicada?”
Pois a resposta a essa pergunta é a chave que nos revela se estamos nos tornando reis-filósofos ou servos de nós mesmos.
E lembremo-nos:
O tempo não faz mestres...
A retificação da alma, sim!
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