DESCOBRINDO O UNIVERSO EM VOCÊ MESMO. (DI Robert Von Sachsen Bellony)

 

Na alquimia silenciosa da existência, existe um paradoxo que desafia toda a lógica: a resposta à busca infinita do homem não é encontrada em mundos distantes, mas no núcleo incandescente do próprio ser.

"Você é a cura que estava procurando.
Você é o amor que estava procurando.
Você é a medicina",,,
...recita um verso antigo que é sempre novo, síntese de uma verdade que abrange séculos de filosofia, espiritualidade e ciência.

Este não é um simples mantra, mas um ato revolucionário de autoproclamação, reconhecendo-se como uma força cósmica encarnada.

O ser humano, na sua percepção fragmentada de si mesmo, construiu catedrais de dúvidas e labirintos de inseguranças, esquecendo que eles já são a resposta para todas as perguntas, o resultado de todas as situações.

A neurociência moderna sussurra o que os místicos têm gritado há milênios, os neurônios espelhos revelam que estamos conectados como um único organismo, enquanto a física quântica fala de campos de energia interdependentes.

Aquela "energia que liga a árvore à Mãe Terra" não é uma metáfora, mas uma lei biológica.

As raízes das árvores comunicam através de uma rede subterrânea de mycelli, trocando nutrientes e informações, uma teia natural que reflete o nosso próprio sistema nervoso.

No entanto, o verdadeiro escândalo não está na ciência, mas na psique.

"Lembre-se. Quem és tu."

Quatro palavras que rasgam o véu da identidade construída.

A indústria de autoajuda, avaliada em 13,2 bilhões de dólares, prospera com a narrativa da escassez, ensinando-nos a procurar o que já está dentro.

Mas o que aconteceria se nós substituíssemos o paradigma do crescimento pessoal pelo da auto-valorização?

E se, em vez de acumular técnicas, abraçássemos a simplicidade radical de já estarmos completos?

A história oferece pistas ignoradas.
Ipazia d'Alexandria, filósofo morto pelo seu conhecimento, encarnou a sabedoria como um ato político.

Rumi transformou dor em poesia, provando que "força" é capacidade de transtância emocional.

Hoje, obcecado pela produtividade, redescobrir que você é "a mesma luz em que as estrelas brilham" torna-se um ato subversivo.

As mídias sociais, muitas vezes instrumentos de fragmentação de identidade, poderiam ser convertidas em espelhos cósmicos digitais, plataformas para refletir em vez de projetar, para criar raízes em vez de executar.

Os críticos vão se opor, não é utópico falar sobre auto-realização num mundo marcado por desigualdade e crise climática?

E, no entanto, é na tempestade que reconhecer o núcleo inquebrável de alguém ainda se torna salvação.

O paradoxo final?
Quanto mais longe você vai para a floresta escura de si mesmo, mais você descobre que não existe "você" separado.

Identidade é um holograma, cada fragmento contém o todo.

Quando Tagore escreveu "a mesma corrente de vida que corre nas minhas veias noite e dia corre pelo mundo", ele não estava declarando poesia, estava descrevendo uma realidade biológica.

O ferro no nosso sangue nasceu no coração de estrelas explodindo; a água que bebemos viajou durante milénios através de oceanos, nuvens e chuva.

Talvez o próximo passo na evolução humana não exija tecnologia avançada, mas sim um retorno ao básico: parar, respirar e lembrar.

Reivindicar a própria natureza cósmica é o ato mais revolucionário, não se trata de negar a fragilidade, mas de vê-las como fissuras através das quais a luz do infinito filtra.

No final, tudo volta àquelas três sílabas:
Quem. É. Você.

Uma pergunta sem ponto de interrogação, porque a resposta já está, um botão silencioso entre o batimento do coração.

Reconhecer não é narcisismo, mas sim serviço à humanidade, só quem encontrou a Estrela do Norte dentro de si pode guiar os outros através da escuridão.

O último mistério não resolvido permanece exatamente o que sempre tivemos diante dos nossos olhos.
Ou melhor ainda, lá dentro.


(Trecho do artigo de Robert Von Sachsen Bellony,
publicado no Nuovo Nazionale).

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