O triângulo que ensina

 


Às vezes, nas maneiras mais simples, escondem-se as lições mais profundas.

O triângulo retângulo que Pitágoras deixou ao mundo — e que a maçonaria adotou como símbolo — é um desses mestres silenciosos.

Sua aparente simplicidade guarda uma harmonia
que une o prático ao espiritual:
as duas pequenas áreas que se unem para formar uma maior nos lembram que a soma dos nossos atos retos acaba moldando a estrutura mais ampla da nossa vida.

Desde os tempos antigos, o triângulo 3:4:5 foi ferramenta do construtor.

Hoje, na Maçonaria,
é um convite para
nos olharmos por dentro.

Lembra-nos que a retidão não é um discurso, mas uma forma de nos construir, assim como o pedreiro traça um ângulo perfeito com paciência e precisão.

Da mesma forma, aquele que busca elevar o seu caráter precisa unir pequenas virtudes que, ao integrar-se, moldam uma vida mais completa e mais verdadeira.

O fascinante é que esta figura não impõe dogmas:
antes abre caminhos.

Cada irmão a interpreta à sua maneira, encontrando em suas proporções um diálogo entre razão e sensibilidade.

Alguns vêem nela uma celebração da ciência; outros um guia ético; outros um lembrete de que todo equilíbrio exige integrar opostos.

Em um tempo onde, por vezes, reina a pressa e a superficialidade, o triângulo pitagórico nos devolve ao valor do elementar:
medir honestamente, agir com clareza e unir
o que somos com o que aspiramos a ser.

É um convite para construir não apenas com precisão, mas também com sentido, como se cada ato fosse um pequeno traço que sustenta toda a obra da nossa existência.

Que essa figura discreta
continue falando conosco assim,
com a humildade das coisas verdadeiras:
ensinando-nos que harmonia não se impõe, se constrói.

E que, no final,
somos o triângulo
que vamos traçando dia após dia.

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