
Primeiramente, deve-se esclarecer que o Eclesiastes não deve ser confundido com o Eclesiástico, um livro deuterocanônico constante somente nas Bíblias Católicas.
Na tradição judaica, este livro é conhecido como Qohélet,
a quem se atribui a sua autoria.
Em grego, Quhélet significa pregador.
Este livro foi alvo de polêmica entre os rabinos durante muito tempo, havendo quem o considerasse indigno de pertencer às Sagradas Escrituras, em razão de certas passagens contradizerem a crença teológica predominante, especialmente aquelas em que o autor expressa um caráter pessimista:
a nossa existência é consagrada à morte e ninguém pode liberar-se dela, desde o melhor até o pior dos homens; consequentemente, a vida é “vaidade” e, inclusive, a sabedoria vale de pouco.
O autor não apresenta um otimismo cego: existem muitos problemas sérios da vida para justificar otimismo; tampouco um otimismo cínico, pois o autor crê num Deus justo.
Temos, em verdade, um profundo realismo,
identificado com o tema central que se repete seguidamente: “vaidade de vaidade, tudo é vaidade ...”.
Todavia, paradoxalmente, a vida toda do homem deve ser direcionada em reverenciar e obedecer a Deus, a quem finalmente prestaremos conta.
Nos versículos sobre exame, é destacada a necessidade de se refletir quanto a transitoriedade da vida, lembrando-nos também que após a passagem para o Oriente Eterno, o ser material se decompõe e incorpora-se à Terra, mais tarde reflorindo e, enquanto isso, o outro ser, o Espírito, retorna à eterna fonte da vida.
(Excertos do livro Simbologia Maçônica dos Painéis: Lojas de Aprendiz, Companheiro e Mestre)
Significado da Vida (Leia Eclesiastes 12)
ResponderExcluirEssa comparação do corpo humano a uma casa é extremamente bela. E clara a inferência de que nosso corpo não é a nossa pessoa, mas apenas nossa morada. Nossa estada neste mundo é como a posse de um inquilino. “Os guardas da casa” são, naturalmente, os braços e as mãos. “Cessaram os teus moedores”, visto que, na vida avançada, perdemos os dentes. As “portas da rua” são a boca (os lábios), visto que na idade avançada falamos e rimos menos, e os nossos lábios emurchecem. A voz vacila e se enfraquece. A “amencloeira”, com sua floração branca, é, naturalmente um símbolo apropriado da idade avançada. O copo de ouro cai, por fim, partindo-se no choque com o chão, e a “roda” se desfaz.
Qual é, então, a conclusão de tudo isso? O a seguinte: os prazeres terrenos são transitórios; que tudo o que este mundo pode oferecer é uma hospedaria para uma morada provisória — ele não é o nosso lar; que na hora da morte a alma devera partir em sua grande busca; e que, naquele momento, a (mica consideração importante sera: qual foi sua atitude para com Deus? Amemos a Deus com o amoroso temor de entristecê-lo, o qual lança fora o torturante medo. Isso é “tudo”; isto é, a única questão realmente importante.
ResponderExcluir