DIFERENÇAS ENTRE AS FILOSOFIAS RELIGIOSAS

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ATEÍSMO: Nega a existência de Deus.

AGNOSTICISMO: Conquanto rejeite a autoridade de qualquer escritura sagrada, não acredita nem desacredita na existência de Deus, por estar acima da compreensão humana. 
A metafísica é desconhecida e incognoscível.

DEÍSMO: Embora rejeite toda espécie de revelação divina através de escrituras sagradas, crê num Deus criador, mas que não interfere no curso dos assuntos naturais e humanos. 
Para o deísta, tudo é resultado de leis naturais e científicas e de nossas ações ou inações. 

TEÍSMO: Crê na verdade divina revelada através de escrituras sagradas e num Deus criador interferente nos assuntos naturais e humanos.

Comentários

  1. Defendendo o ensino
    público laico, a diversidade, o multiculturalismo e o pluralismo, o estudo dos fenômenos
    religiosos foi valorizado como patrimônio cultural e histórico, enfatizando as diversas
    expressões e crenças definidas como religiosas no campo da História Cultural.
    Chamando a atenção para os diferentes sentidos e usos de termos que, em determinada situação, geram crenças, ações, instituições, condutas, mitos, ritos. Como atividade pedagógica, o trabalho com a diversidade religiosa se torna elemento central de ação pró-ativa em favor de atitudes de tolerância e respeito às diferenças e compreensão da alteridade.

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  2. Somos diversos. Essa verdade fundamental é sempre ameaçada por ações
    individuais e coletivas de intolerância. Somos diversos historicamente, etnicamente,
    lingüisticamente e, da mesma forma, somos diversos religiosamente. A diversidade religiosa
    é profunda. Ela existe entre ateus e religiosos, entre formas distintas de religião (cristãos e
    budistas, por exemplo), entre ramos religiosos com pontos em comum (como judeus e
    muçulmanos), entre expressões internas de uma mesma religião (católicos carismáticos e
    adeptos da Teologia da Libertação) e mesmo entre expressões geográfico-históricas da
    mesma fé (católicos espanhóis e católicos norte-americanos).
    Em nenhum período da história houve uma única religião em todo o mundo, como também
    nunca foram dominantes as atitudes de tolerância no passado da história das religiões. A
    associação entre Estado e Igreja é uma dessas formas de intolerância, não deixando, por
    isso mesmo, uma boa lembrança. A imposição de uma fé como oficial e a conseqüente
    exclusão das outras (inclusive com perseguições declaradas) deixou seu rastro perverso no
    passado. No presente, muitos conflitos continuam sendo alimentados a partir de convicções
    ou sob a justificativa de crença, como vemos no Oriente Médio ou na Irlanda.

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  3. Essa liberdade deve incluir, também, a liberdade de não-crença, da
    expressão de ateísmos, agnosticismos ou da simples indiferença frente aos valores
    religiosos. Além disso, é importante lembrar que as religiões são parte importante da
    memória cultural e do desenvolvimento histórico de todas as sociedades. Desse modo, o
    ensino de religiões (e não de uma religião) na escola não deve ser feito para defesa de uma
    delas, em detrimento de outras, mas discutindo princípios, valores, diferenças e tendo em
    vista – sempre - a compreensão do outro.

    Ora, o respeito à diversidade é um dos valores mais importantes do exercício da cidadania,
    como não podemos esquecer. Só nesse respeito absoluto podemos entender que não
    existem seitas (pois não existem grandes e pequenas religiões), não existe sincretismo (pois
    não existe uma religião pura de influências de outras) e, acima de tudo, não existe para o
    historiador ou para o filósofo uma religião melhor do que outra. Cada uma colaborou com
    uma parte do pensamento religioso; cada uma expressa uma visão de um grupo e cada uma
    teve e tem seu valor específico, exatamente por serem diferentes.
    Ensino de religiões, estudo de diversidades, exercícios de alteridade: estes, sim, podem ser
    conteúdos trabalhados na escola pública.

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  4. Definição de Religião
    Para estudar a história dos fenômenos religiosos, portanto, é preciso ficar atento aos usos e
    sentidos dos termos que, em determinada situação, geram crenças, ações, instituições,
    condutas, mitos, ritos, etc. Além disso, o pensar religioso também pode ser colocado no
    domínio da História Cultural que tem, na definição básica do historiador Roger Chartier, o
    objetivo central de identificar a maneira através da qual, em diferentes tempos e lugares,
    uma determinada realidade social é construída, pensada e lida.

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  5. O próprio termo “religião” originou-se da palavra latina religio, cujo sentido primeiro indicava
    um conjunto de regras, observâncias, advertências e interdições, sem fazer referência a
    divindades, rituais, mitos ou quaisquer outros tipos de manifestação que,
    contemporaneamente, entendemos como religiosas. Assim, o conceito “religião” foi
    construído histórica e culturalmente no Ocidente adquirindo um sentido ligado à tradição
    cristã. O vocábulo “religião” - nascido como produto histórico de nossa cultura ocidental e
    sujeito a alterações ao longo do tempo – não possui um significado original ou absoluto que
    poderíamos reencontrar. Ao contrário, somos nós, com finalidades científicas, que
    conferimos sentido ao conceito. Tal conceituação não é arbitrária: deve poder ser aplicada a
    conjuntos reais de fenômenos históricos suscetíveis de corresponder ao vocábulo
    “religião”, extraído da linguagem corrente e introduzido como termo técnico.

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  6. Muitos movimentos religiosos procuram repensar os papéis de gênero, as opções sexuais, a
    participação política engajada, os conflitos em nome da fé, as novas práticas espirituais, as
    liturgias alternativas e as revisões teológicas, de acordo com as necessidades da modernidade, destacando-se aí o papel das mulheres e das minorias dentro da sociedade e
    suas expressões culturais.
    Trata-se, portanto, de privilegiar, como objeto central de
    pesquisas, correntes de pensamento, movimentos, tendências até então considerados
    marginais à cultura religiosa “oficial”: movimentos religiosos dos povos indígenas latinoamericanos e africanos; religiões orientais; as centenas de igrejas evangélicas, pentecostais,

    neopentecostais e avivadas; o espiritualismo, a constituição de identidades religiosas
    nacionais e supranacionais; a “Nova Era”; as religiões afro-brasileiras como a umbanda e o
    candomblé. Desta forma, impõe-se a necessidade de ampliar os limites, desmontando
    preconceitos, revendo cronologias e desenvolvendo análises comparativas, numa área de
    estudos nova e emergente.
    Nenhuma tradição religiosa é “total”, nem existe um status de favoritismo de religiões.
    Conhecer o lugar onde estamos e onde os outros estão em relação à fé e às crenças levanos a desenvolver um sentido de proporção no amplo campo das religiões, religiosidades,
    experiências religiosas - onde todos devem ser ouvidos e respeitados. A diversidade se faz
    riqueza e deve conduzir à compreensão, respeito, admiração e atitudes pacificadoras.

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  7. Evidentemente, com a expansão contínua dos temas e perspectivas do estudo da religião, a
    questão da diversidade é inevitável. Não é mais suficiente pensar sobre diferentes religiões;
    é necessário considerar como pensamos as diferentes formas de religião. É necessário
    abandonar a pretensão de chegar a uma teoria ou metodologia final ou absoluta. O
    reconhecimento de que os estudos atuais sobre religião devem ser multiculturais e
    multidisciplinares leva à necessidade de construir várias estratégias interpretativas. O
    reconhecimento crescente da importância de diferentes tradições religiosas trouxe desafios
    teóricos e metodológicos, e também promoveu o surgimento de questões comparativas
    bastante complexas.
    A variedade de abordagens e a pluralidade das tradições religiosas não só enriqueceram os
    estudos e investigações das religiões como são um desafio a uma compreensão mais
    adequada da história e do significado contemporâneo das religiões. Estabelecer um diálogo
    entre o “familiar” e o “estranho” representa um esforço de trazer antigas questões para novoscaminhos, novos objetos e novas abordagens, promovendo um diálogo entre os
    estudos de religião com a História, a Antropologia, a Sociologia, a Política e a Arte. Todo esse trabalho intelectual deve, contudo, levar em conta que a especificidade histórica e a relatividade cultural significam que vários termos, conceitos, definições e estruturas cognitivas não são universalmente aplicadas.

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  8. Quando um ritual, simbolismo e estrutura institucional são radicalmente modificados, o
    resultado será um novo movimento religioso. Muitos movimentos feministas ocidentais já
    alteraram e romperam com pressupostos básicos da tradição judaico-cristã. Trata-se, não
    somente, de questionar ou condenar a exclusão que tais religiões promovem ao gênero
    feminino, impedindo a ordenação, inserção institucional plena ou o reforço aos tradicionais
    papéis de gênero às mulheres como mães, esposas ou filhas: são as próprias concepções
    teológicas masculinizadas (Deus-Pai, divindades masculinas) que serão questionadas pelas
    mulheres em busca de novos modelos simbólicos femininos, bem como de espaços de
    liderança a participação integral em toda a dimensão de sua cultura religiosa.
    Estes temas dizem respeito a homens e mulheres que desejam construir uma sociedade
    mais justa e igualitária, alterando determinados padrões históricos que conduziram à
    discriminações baseadas em critérios de etnia, gênero, classe e imagem corporal que
    geraram toda sorte de desigualdades. O pensar religião, no momento em que vivemos, tem
    que estar articulado com reflexões críticas sobre esquemas geradores de discriminação ou
    exclusão, inclusive os religiosos.

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