ATEÍSMO: Nega a existência de Deus.
AGNOSTICISMO: Conquanto rejeite a autoridade de qualquer escritura sagrada, não acredita nem desacredita na existência de Deus, por estar acima da compreensão humana.
A metafísica é desconhecida e incognoscível.
DEÍSMO: Embora rejeite toda espécie de revelação divina através de escrituras sagradas, crê num Deus criador, mas que não interfere no curso dos assuntos naturais e humanos.
Para o deísta, tudo é resultado de leis naturais e científicas e de nossas ações ou inações.
TEÍSMO: Crê na verdade divina revelada através de escrituras sagradas e num Deus criador interferente nos assuntos naturais e humanos.
Defendendo o ensino
ResponderExcluirpúblico laico, a diversidade, o multiculturalismo e o pluralismo, o estudo dos fenômenos
religiosos foi valorizado como patrimônio cultural e histórico, enfatizando as diversas
expressões e crenças definidas como religiosas no campo da História Cultural.
Chamando a atenção para os diferentes sentidos e usos de termos que, em determinada situação, geram crenças, ações, instituições, condutas, mitos, ritos. Como atividade pedagógica, o trabalho com a diversidade religiosa se torna elemento central de ação pró-ativa em favor de atitudes de tolerância e respeito às diferenças e compreensão da alteridade.
Somos diversos. Essa verdade fundamental é sempre ameaçada por ações
ResponderExcluirindividuais e coletivas de intolerância. Somos diversos historicamente, etnicamente,
lingüisticamente e, da mesma forma, somos diversos religiosamente. A diversidade religiosa
é profunda. Ela existe entre ateus e religiosos, entre formas distintas de religião (cristãos e
budistas, por exemplo), entre ramos religiosos com pontos em comum (como judeus e
muçulmanos), entre expressões internas de uma mesma religião (católicos carismáticos e
adeptos da Teologia da Libertação) e mesmo entre expressões geográfico-históricas da
mesma fé (católicos espanhóis e católicos norte-americanos).
Em nenhum período da história houve uma única religião em todo o mundo, como também
nunca foram dominantes as atitudes de tolerância no passado da história das religiões. A
associação entre Estado e Igreja é uma dessas formas de intolerância, não deixando, por
isso mesmo, uma boa lembrança. A imposição de uma fé como oficial e a conseqüente
exclusão das outras (inclusive com perseguições declaradas) deixou seu rastro perverso no
passado. No presente, muitos conflitos continuam sendo alimentados a partir de convicções
ou sob a justificativa de crença, como vemos no Oriente Médio ou na Irlanda.
Essa liberdade deve incluir, também, a liberdade de não-crença, da
ResponderExcluirexpressão de ateísmos, agnosticismos ou da simples indiferença frente aos valores
religiosos. Além disso, é importante lembrar que as religiões são parte importante da
memória cultural e do desenvolvimento histórico de todas as sociedades. Desse modo, o
ensino de religiões (e não de uma religião) na escola não deve ser feito para defesa de uma
delas, em detrimento de outras, mas discutindo princípios, valores, diferenças e tendo em
vista – sempre - a compreensão do outro.
Ora, o respeito à diversidade é um dos valores mais importantes do exercício da cidadania,
como não podemos esquecer. Só nesse respeito absoluto podemos entender que não
existem seitas (pois não existem grandes e pequenas religiões), não existe sincretismo (pois
não existe uma religião pura de influências de outras) e, acima de tudo, não existe para o
historiador ou para o filósofo uma religião melhor do que outra. Cada uma colaborou com
uma parte do pensamento religioso; cada uma expressa uma visão de um grupo e cada uma
teve e tem seu valor específico, exatamente por serem diferentes.
Ensino de religiões, estudo de diversidades, exercícios de alteridade: estes, sim, podem ser
conteúdos trabalhados na escola pública.
Definição de Religião
ResponderExcluirPara estudar a história dos fenômenos religiosos, portanto, é preciso ficar atento aos usos e
sentidos dos termos que, em determinada situação, geram crenças, ações, instituições,
condutas, mitos, ritos, etc. Além disso, o pensar religioso também pode ser colocado no
domínio da História Cultural que tem, na definição básica do historiador Roger Chartier, o
objetivo central de identificar a maneira através da qual, em diferentes tempos e lugares,
uma determinada realidade social é construída, pensada e lida.
O próprio termo “religião” originou-se da palavra latina religio, cujo sentido primeiro indicava
ResponderExcluirum conjunto de regras, observâncias, advertências e interdições, sem fazer referência a
divindades, rituais, mitos ou quaisquer outros tipos de manifestação que,
contemporaneamente, entendemos como religiosas. Assim, o conceito “religião” foi
construído histórica e culturalmente no Ocidente adquirindo um sentido ligado à tradição
cristã. O vocábulo “religião” - nascido como produto histórico de nossa cultura ocidental e
sujeito a alterações ao longo do tempo – não possui um significado original ou absoluto que
poderíamos reencontrar. Ao contrário, somos nós, com finalidades científicas, que
conferimos sentido ao conceito. Tal conceituação não é arbitrária: deve poder ser aplicada a
conjuntos reais de fenômenos históricos suscetíveis de corresponder ao vocábulo
“religião”, extraído da linguagem corrente e introduzido como termo técnico.
Muitos movimentos religiosos procuram repensar os papéis de gênero, as opções sexuais, a
ResponderExcluirparticipação política engajada, os conflitos em nome da fé, as novas práticas espirituais, as
liturgias alternativas e as revisões teológicas, de acordo com as necessidades da modernidade, destacando-se aí o papel das mulheres e das minorias dentro da sociedade e
suas expressões culturais.
Trata-se, portanto, de privilegiar, como objeto central de
pesquisas, correntes de pensamento, movimentos, tendências até então considerados
marginais à cultura religiosa “oficial”: movimentos religiosos dos povos indígenas latinoamericanos e africanos; religiões orientais; as centenas de igrejas evangélicas, pentecostais,
neopentecostais e avivadas; o espiritualismo, a constituição de identidades religiosas
nacionais e supranacionais; a “Nova Era”; as religiões afro-brasileiras como a umbanda e o
candomblé. Desta forma, impõe-se a necessidade de ampliar os limites, desmontando
preconceitos, revendo cronologias e desenvolvendo análises comparativas, numa área de
estudos nova e emergente.
Nenhuma tradição religiosa é “total”, nem existe um status de favoritismo de religiões.
Conhecer o lugar onde estamos e onde os outros estão em relação à fé e às crenças levanos a desenvolver um sentido de proporção no amplo campo das religiões, religiosidades,
experiências religiosas - onde todos devem ser ouvidos e respeitados. A diversidade se faz
riqueza e deve conduzir à compreensão, respeito, admiração e atitudes pacificadoras.
Evidentemente, com a expansão contínua dos temas e perspectivas do estudo da religião, a
ResponderExcluirquestão da diversidade é inevitável. Não é mais suficiente pensar sobre diferentes religiões;
é necessário considerar como pensamos as diferentes formas de religião. É necessário
abandonar a pretensão de chegar a uma teoria ou metodologia final ou absoluta. O
reconhecimento de que os estudos atuais sobre religião devem ser multiculturais e
multidisciplinares leva à necessidade de construir várias estratégias interpretativas. O
reconhecimento crescente da importância de diferentes tradições religiosas trouxe desafios
teóricos e metodológicos, e também promoveu o surgimento de questões comparativas
bastante complexas.
A variedade de abordagens e a pluralidade das tradições religiosas não só enriqueceram os
estudos e investigações das religiões como são um desafio a uma compreensão mais
adequada da história e do significado contemporâneo das religiões. Estabelecer um diálogo
entre o “familiar” e o “estranho” representa um esforço de trazer antigas questões para novoscaminhos, novos objetos e novas abordagens, promovendo um diálogo entre os
estudos de religião com a História, a Antropologia, a Sociologia, a Política e a Arte. Todo esse trabalho intelectual deve, contudo, levar em conta que a especificidade histórica e a relatividade cultural significam que vários termos, conceitos, definições e estruturas cognitivas não são universalmente aplicadas.
Quando um ritual, simbolismo e estrutura institucional são radicalmente modificados, o
ResponderExcluirresultado será um novo movimento religioso. Muitos movimentos feministas ocidentais já
alteraram e romperam com pressupostos básicos da tradição judaico-cristã. Trata-se, não
somente, de questionar ou condenar a exclusão que tais religiões promovem ao gênero
feminino, impedindo a ordenação, inserção institucional plena ou o reforço aos tradicionais
papéis de gênero às mulheres como mães, esposas ou filhas: são as próprias concepções
teológicas masculinizadas (Deus-Pai, divindades masculinas) que serão questionadas pelas
mulheres em busca de novos modelos simbólicos femininos, bem como de espaços de
liderança a participação integral em toda a dimensão de sua cultura religiosa.
Estes temas dizem respeito a homens e mulheres que desejam construir uma sociedade
mais justa e igualitária, alterando determinados padrões históricos que conduziram à
discriminações baseadas em critérios de etnia, gênero, classe e imagem corporal que
geraram toda sorte de desigualdades. O pensar religião, no momento em que vivemos, tem
que estar articulado com reflexões críticas sobre esquemas geradores de discriminação ou
exclusão, inclusive os religiosos.