O TEMPLO MAÇÔNICO E SEUS SÍMBOLOS

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Daremos início a estas reflexões sobre o Simbolismo do Templo, revisando previamente alguns conceitos, 

muitas vezes mal interpretados 

pelos que pertencem à  Ordem. 


LOJA e TEMPLO.

 Ambos os termos analisaremos brevemente, desde o ponto de vista EXOTÉRICO 

e desde o ponto de vista ESOTÉRICO


LOJA MAÇÔNICA – EXOTÉRICO 

É o conjunto de pessoas que integram a família maçônica. Tal como a Igreja, que é simplesmente a congregação de seus fiéis, a Loja não é um LUGAR FÍSICO, senão que a associação ou somatório daquelas pessoas que realizam o trabalho maçônico, quer dizer, a intenção de continuar o caminho que empreenderam no momento da sua Iniciação Maçônica. Única maneira – portanto – de alcançar a verdadeira iniciação, pois é inegável que a cerimônia dedicada a este propósito, está constituída somente por uma série de símbolos que se oferecem ao Recipiendário, para que ele, com o trabalho tenaz e ininterrupto, alcance a Iniciação Real. 

                                      LOJA MAÇÔNICA - ESOTERICO 

A Loja é a congregação do exército de virtudes que se unem e se dispõem a luta contra os instintos, os vícios e as paixões que a escravizam e lhe roubaram o seu reino. 


TEMPLO MAÇÔNICO 

EXOTÉRICO 

É o edifício, a estrutura física, na qual se reúnem os maçons para avançar na senda até a perfeição. 

ESOTÉRICO 

Desde este ponto de vista, podemos assinalar que o Templo Maçônico é o Corpo Humano, onde mora o SER, a Essência Infinita, o Espírito de Deus. É chamado de Templo porque não é outra coisa que o santuário que utiliza a Divindade (o homem é a chispa divina com os mesmos atributos do Criador) para manifestar-se neste universo físico. 


DIFERENÇAS ENTRE LOJA E TEMPLO 

Do ponto de vista EXOTÉRICO existe uma diferença palpável, pois uma coisa é o conjunto de irmãos que se congregam para crescer em sabedoria e virtude, e outra, muito diferente, é o lugar onde se reúnem. Todavia, quando observamos as coisas sob o ponto de vista que está mais além das aparências (ESOTÉRICO), damo-nos conta que não existem diferenças, pois assim como  é em cima, é embaixo, ou seja, que tanto as pessoas que se reúnem como as paredes do Templo, no qual trabalham, não são outra coisa que ENERGIA CONSCIENTE E INTELIGENTE. 

Todo este universo é uma, e exclusivamente esta, Energia que mantém cada coisa exatamente no lugar em que deve estar. Cada Ser Humano cria seu próprio universo e o segue criando até o dia em que decide partir, para logo voltar a criar outro universo novo, na medida das suas necessidades espirituais. 


                   O QUE CONTÉM UMA LOJA                                                   E O QUE CONTÉM O TEMPLO MAÇÔNICO? 

A Loja sendo a congregação dos irmãos, que não são outra coisa que pequenos universos, contêm todas as virtudes e todas as boas intenções de seus membros em sua luta para alcançar a Maestria sobre si mesmos. 

Ela é, então, o somatório das Luzes de todos e de cada um de seus membros. Também na Loja se encontram simbolizadas todas as manifestações do universo físico que, observadas desde o ponto de vista esoté rico, só refletem a imensidão espiritual que se encontra no interior do Ser Humano. 

O Templo, por sua parte, está pleno de Símbolos e Alegorias que servem para recordar aos Irmãos sua origem celestial (por dar- lhe um nome) e que dentro de seu próprio corpo há tantas estrelas, ou mais, das que se encontram espargidas no espaço infinito. 

A estes Símbolos dedicaremos alguns minutos da nossa exposição, não sem antes deixar bem assentado – bem claro – que a palavra Templo implica o conceito de SAGRADO. Um Templo pode se situar fora de nós mesmos ou pode se encontrar em nossa interioridade, ficando sempre invariável essa condição de SAGRADO. 


O TEMPLO MAÇÔNICO, SEUS ESPAÇOS FÍSICOS 

O Templo Maçônico (Exotérico), em geral está constituído por uma série de espaços entre os quais podemos destacar os seguintes: 


O QUARTO (CÃMARA) DAS REFLEXÕES 

Representa o planeta Terra no qual nascemos, morre mos e encontramos o repouso eterno. O Q.: Ir.: Pedro Barboza de la Torre, Grande Inspetor Geral da Ordem, em uma de suas importantes obras, manifesta que este simboliza, em primeiro lugar, a Matéria que é a base dos seres e que se oferece aos sentidos em diferentes estados. Representa, também, o centro da terra e a matriz da mãe, onde o novo ser se forma e se prepara para nascer. Ali morre o homem para os vícios e as paixões e nasce para praticar a virtude, a sabedoria e o bem. 


SALÃO DE BANQUETES 

Local destinado à celebração de reuniões do tipo social. 


CÃMARA DE MESTRE ou CÃMARA DO MEIO 

Lugar onde os Mestres Maçons realizam seus trabalhos. 


SALA DE PASSOS PERDIDOS 

Lugar onde se concentram os Irmãos antes de entrar no Templo propriamente dito ou lugar de trabalho (Câmara). É o lugar onde devem ser recebidos os Visitantes antes de serem anunciados. É ali e não dentro do Templo onde se assina o Livro de Presença e a Prancha Convocatória ou de Citação. Também é ali onde os Irmãos devem colocar os Aventais, Colares e demais condecorações. 


ÁTRIO 

É a linha, ou espaço físico, que separa o mundo profano do sagrado, pois é neste lugar que os maçons se recolhem e se concentram, antes de entrar no Templo. É, segundo Juan Carlos Daza, no Dicionário da Franco-Maçonaria, o “umbral do Templo e simboliza o espaço de trânsito e de união, que separa o exterior do interior, e é onde se espera, em recolhimento, para ser acolhido ou introduzido”. Para Lorenzo Frau Abrines - para citar outro autor -, é o espaço ou sala que se acha diante da entrada ou porta do Templo onde se celebram os trabalhos. Alguns autores o chamam Parvis, que segundo eles, é a peça que precede ao Templo. 


TEMPLO OU CÂMARA – Seus Símbolos 

O Templo é um lugar fechado onde se realizam os trabalhos ma çônicos no grau de Aprendiz, e que tem a forma de um paralelogramo ou quadrado oblongo, estendido do Oriente ao Ocidente, quer dizer, em direção à Luz; sua largura é de Norte ao Sul, sua profundidade é da Superfície ao Centro da Terra e sua altura do Zênite ao Nadir, porque a Maçonaria é, simplesmente, Universal e o Mundo é uma Loja. 

O Templo não tem janelas, por quanto não deve receber luz de fora, senão que, exclusivamente, de dentro, e só uma porta de entrada localizada no ocidente, pois o homem entre e sai deste mundo por uma só porta. 

O Templo Maçônico, nos diz Juan Carlos Daza, “é a matriz, é o Athanor hermético, onde renasce a vida espiritual mediante a correta utilização dos símbolos e das ciências, os quais operam como portadores de uma mensagem que nos regenera, quanto mais interiorizamos sua significação espiritual e operam com utensílios ou ferramentas para edificar nosso templo interior, o qual vive dentro da dialética d o movimento do mundo, de sua criação e de sua destruição”.  

“O Templo maçônico não é a simples delimitação arquitetônica de um espaço qualquer, senão a consagração simbólica de um espaço considerado sagrado”.  

“Por sagrado não deve entender-se religioso.

 A respeitabilidade do templo ou sua sacralidade fazem com que este lugar participe de uma série de valores culturais, éticos e simbólicos que o convertem no reflexo de uma cosmovisão própria do pensamento maçônico...”. 

O Templo – antes que procedamos a entrar nele – “como lugar respeitável permanece separado do nível da experiência corrente, banal ou cotidiana. Em outros termos, permanece separado do profano e das indiscrições do mundo exterior”. 

Dentro do Templo, logicamente, não se deve fumar, comer nem beber e sempre há que se penetrar nele com as insgnias do grau devidamente colocadas, em silêncio e respeito, evitando todo o tipo de conversação, por quanto é um lugar destino ao trabalho interior. 

Destaque-se que “freqüentemente o Templo não corresponde senão que a um simples nome, em vez de possuir todas as suas qualidades; com efeito o Santuário deve estar glorificado da presença do G.: A.: D.: U.: e, por tanto, não é só o ritual parafraseado o necessário, senão que um ambiente muito especial”.

 O Templo Maçônico só tem um lugar para ingressar, de maneira que vamos agora penetrar nele e, para isso, falemos em primeiro lugar da Porta, que como seu nome o indica é o lugar de entrada ou de saída de todo o aposento fechado ou, também, o elemento arquitetônico que facilita a passagem entre duas áreas separadas por algum tipo de fecho. 

Do ponto de vista maçônico é a abertura que comunica dois mundos, é dizer o mundo profano e o mundo sagrado. 

“A porta da Loja é, por si mesma, um Templo; suas duas colunas e a arquitrave representam o ternário e o elemento fundamental de toda a construção”. 

Manifesta-se que... 

...“na cerimônia de iniciação, o recipiendário trespassa a primeira porta, ao ser despojado dos metais... Esta porta é muito baixa, não como sinal de humildade, senão que para assinalar a dificuldade da passagem a uma nova vida, como a criança que vem ao mundo e começa a aprender a andar avançando primeiro de gatinhas”.  

 ...“A porta do Templo é a primeira estância da iniciação interna; para aprender os mistérios do espírito, deve-se entrar no Templo interior onde estão ocultos tesouros”.

... “Sua forma, sua situação e sua orientação, traduzem uma série de escolhas de valores e spirituais e culturais que, em seu simbolismo, servem para diferenciar o espaço sagrado do Templo Maçônico”. 

...“Fixa a direita e a esquerda do Templo, direções simbólicas que traduzem a base do triângulo que fixa a hierarquia da Oficina. Representa a aurora, porque em seu umbral, participa também da sacralidade ao separar e definir o interno território sagrado, vedado aos intrusos, aos profanos”. 

No Templo de Salomão, segundo está estabelecido no Primeiro Livro de Reis, tal como na maioria dos templos ou antigos santuários, cujas características eram similares, havia um Pórtico ou Ulam de 20 côvados de largura, por 10 de comprimento e 30 de altura, além do Lugar Santo ou Heijal ou, ainda, Hekal e o Sancto Sanctorum ou Debir. 

Diante do Pórtico havia duas grandes colunas de bronze, ou revestidas dele, que constituíam a Porta do Templo, que não tinham razão estrutural alguma e cuja intenção era estritamente simbólica. 

Da análise destes conceitos, que expressa que.....

...“A entrada estavam duas colunas, B (a força) e J (a beleza) sobre as quais se encontravam o Universo e uma Romã ligeiramente aberta como símbolo da maturidade”. 

Referem que... 

...“entre ambas as colunas se achava a porta do Templo”. 

diz que...

... “A porta da Loja se achava no Ocidente, quer dizer, frente ao Oriente, entre duas Colunas, com capitéis ornados de lírios e coroados de maças e romãs simbolizando a família”

Pode-se, então, considerar que a Porta do Templo Maçônico está constituída pelas duas Colunas (B e J) e que o espaço entre a porta física e estas duas colunas poderia ser o Átrio. 

Outra consideração nos poderia levar a pensar que as duas colunas sejam colocadas uma a cada lado da porta. 


COLUNAS 


No Templo Maçônico encontramos as colunas sob diversas formas. Daremos maior ênfase às duas colunas que, como antes expressamos, constituem a Porta do Templo, é dizer as colunas B e J. 

Estas são construídas de bronze ou imitação deste metal, de Ordem Coríntia, sobre cujos capitéis se encontram romãs entreabertas e lírios e, sobre cada uma das colunas uma esfera, a primeira terrestre, para simbolizar a matéria, o inferior, e a outra celeste, para representar o espírito, ou seja, o superior.

Na primeira, ou seja, a B, se localiza a terrestre e no capitel                     da segunda – J – a esfera celeste

Estas colunas demarcam o local de trabalho dos Aprendizes e dos Companheiros e recordam as colunas que adornavam a entrada do Templo de Salomão, em Jerusalém. 

De acordo com estudos realizados, se estima que estas colunas eram totalmente ocas e, em sua parte posterior, para que não fossem observadas desde a entrada do Templo, tinham 3 (três) pequenas portas, uma sobre a outra, que serviam como caixas para os arquivos, para guardar o Livro da Lei e outros documentos. 

Estas colunas “representam os dois princípios complementares, humanizados em nossos dois olhos, qualidade manifesta em quase todos os nossos órgãos, nos lados direito e esquerdo do nosso organismo e nos dois sexos que integram a espécie humana e se refletem em todos os reinos da vida e da natureza”. 

“Estas duas colunas estão colocadas à entrada do Templo, porquanto por ela havia de passar quem, procedente do mundo profano da vida ordinária, entrava no mundo superior da Loja e, sob este aspecto, simbolizavam o vencer, na natureza inferior, da turbulência das emoções pessoais e a velocidade da mente concreta”. 

“Estas duas colunas correspondem, ademais, ao Phallus Ideal (Princípio Criador) e a Cteis Formal (Princípio Criado); a inserção do Phallus vertical na Cteis horizontal forma o staurus dos Gnósticos e, ainda, nossa Cruz Filosófica. É o homem e a mulher; o Princípio e o Verbo, o ativo e o passivo, a unidade (J) e o binário (B) ou, também, o Ying (Unidade) e o Yang (Binário), dos trigramas do FO_H (I Ching)”. 

“Estas duas colunas do Templo da Sabedoria, que é o homem, são o símbolo do aspecto dual de toda a nossa experiência no mundo terrestre. É a dualidade dos nossos órgãos. São os dois lados – direito e esquerdo – do nosso corpo; são os dois sexos; são os dois princípios – positivo e negativo – que integram o homem; são, por fim, Atividade, Inércia-Espírito, Matéria- Essência, Substância-Enxofre e Sal representados no Quarto (Câmara) das Reflexões”. 

Finalmente, para referirmos as colunas B e J, é importante destacar como resultado das investigações e estudos arqueológicos do Templo de Salomão, que estas não cumpriam nenhuma função na estrutura, além de decorativa e eminentemente simbólica, constituindo-se na verdadeira Porta do Templo. 

Esta circunstância nos faz pensar, então, que as doze colunas chamadas Zodiacais, porque sobre elas se situam os signos do Zodíaco, devem estar localizadas, seis a cada lado do Templo, sem incluir, todavia, o Oriente. 

Destas doze colunas poder-se-ia assinalar muitos conceitos, aos quais os estudiosos da matéria têm dedicado muitas páginas, todavia o tempo não o permite hoje, de maneira que só deixaremos como matéria de investigação, que estas simbolizam as doze pedras brancas com as quais Moisés circunscreveu o terreno sagrado ao pé do Monte Sinai, para colocação da Arca da Aliança. 

 Assim como as doz e colunas da Loja indicam os doze signos do Zodíaco, dentro do corpo físico se acham doze partes, doze faculdades que estão influenciadas por aqueles signos e que estão repartidos ao redor do Sol espiritual do homem. 

O ano tem doze meses, Jacob teve doze filhos, Jesus doze discípulos e o homem como contraparte da Lei cósmica tem doze faculdades do espírito nele. 

Durante o ano o Sol Pai visita seus doze filhos; no Zodíaco, o Sol Cristo no homem também vivifica durante o ano as doze faculdades, representadas pelos doze filhos de Jacob ou discípulos de Jesus.

As doze colunas representam as doze faculdades do Espírito, colocadas no corpo físico do homem. 

Também são colunas os bancos localizados ao Norte e ao Sul do Templo, onde se situam os membros das Lojas quando realizam seus trabalhos e recebem o nome de Colunas do Templo. 

A Coluna da Harmonia, que não deve faltar nos Templos Maçônicos, cuja origem corresponde à época do reinado de Luís XV, para referir-se ao conjunto de instrumentos que harmonizava as cerimônias. 

Hoje, em nossos dias, se refere ao dispositivo de reprodução musical que é utilizado para a execução de música apropriada, especialmente durante a execução das cerimônias rituais. 

Finalmente, assinalamos as Três Grandes Colunas que sustentam o Templo Maçônico, chamadas de Sabedoria, Força e Beleza

Também chamadas Colunas de Ordem. 

A primeira, Sabedoria, corresponde ao Venerável Mestre, ou seja, a inteligência criadora que concebe e manifesta interiormente o plano do G.: A.: D.: U.:, representada pela Deusa Minerva,

A  Força, que corresponde ao Primeiro Vigilante, é a força volitiva que trata de realizar o que a primeira concebe, representada por Hércules.

A  Beleza, consignada ao Segundo Vigilante e representada por Vênus. 

Estas três faculdades também as encontramos dentro do mesmo homem.  

Recebem, também, o nome de Colunas Morais. 

A Sabedoria, ou pensamento que a dirige. 

A Força, ou Energia Moral, que a executa. 

A Beleza, ou Harmonia das forças mentais. 


Estas Colunas, e tudo quanto encontramos no Templo Maçônico, descansam sobre um ladrilhado ou Pavimento Mosaico, como um tabuleiro de Xadrez, com múltiplos significados, entre os quais hoje destacamos, somente, o aspecto positivo e o negativo que tudo tem na vida; também a diversidade de raças, classes, religiões, nacionalidades que podem ser aceitos nos Templos. 

Há quem o interprete como as Virtudes ou como a alma pura do iniciado, representada pela cor branca e as paixões e vícios que acompanham o profano, pela cor negra. 

Também a quem nos indique que os quadrados brancos e negros entre si representam o contraste de posições sociais, idéias políticas e crenças religiosas dos maçons, os quais, apesar da diversidade de critérios de cada um, podem viver na mais absoluta harmonia dentro da Ordem. 


O Piso 

Concluí-se que sobre o piso do Templo Maçônico, assinalando que este conjunto harmônico de mosaicos brancos e pretos nos ensina que não existem desigualdades entre os seres humanos, sem importar a origem, pois, em todo o lugar, o homem sempre será o mesmo e sem divisões de nenhuma ordem


O Teto 

O Templo está coberto por uma Abóbada ou Cúpula, decorada com imagens celestes com a finalidade de representar as constelações, sobre uma cor azul celeste, mais clara no Oriente do que no Ocidente. Juan Carlos Daza, expressa que esta Abóbada Celeste nos indica que “o Céu (Princípio Ativo ou masculino) complementa a Terra (passiva e feminina) e da sua un ião surge o homem (filho do céu e da terra) ou o embrião do imortal (simbolismo alquímico)”. 


Pedra Bruta 

Colocada ao pé da Coluna do Norte, ou coluna B.

Esta pedra nos manifesta o estado de ignorância que tem o homem como conseqüência dos vícios e das paixões. 

O Maçom, desde o momento de sua Iniciação, tem como labor fundamental o poli-la com o malho da constância e com o cinzel da vontade, para transformá-la em Pedra Cúbica ou polida. 

Neste trabalho simbólico (polir a pedra bruta), o Aprendiz é, a um só tempo, obreiro, matéria prima e instrumento. 

Deixemos de atuar inconscientemente, despertemos a realidade Maçônica, ponhamos mãos à obra e talhemos essa pedra bruta tão valiosa. Cumpramos nossa obrigação primordial: deixemos as cadeias que os vícios e os convencionalismos nos impõem e submetamos, sem pie dade, esses tiranos que nos escravizam e nos subjugam, impedindo-nos de talhar a pedra. Que possamos talhá-la habilmente para que a Luz possa ser refletida em todo o seu esplendor.

A pedra bruta não deve ser nada mais que um seixo abandonado à entrada do Templo, nem tampouco um símbolo ao qual apenas se concede uma ligeira alusão: é necessário TRABALHÁ-LA.

 A Pedra Bruta é, em definitivo, a mais autêntica representação simbólica da personalidade e do caráter do homem quando este se encontra no estado de imperfeição, quer dizer de vícios e paixões e, ao mesmo tempo, carregado de ignorância.

Não deve faltar em nenhum Templo Maçônico, pois nos recorda que somos Aprendizes e que só com o trabalho, o estudo e com a prática das virtudes, poderemos alcançar uma educação exemplar e purificar nossos corações no erguimento do nosso templo espiritual. 


Mar de Bronze 

Alguns passos mais adiante da Pedra Bruta, deparamos-nos com o Mar de Bronze, que simboliza a grande pia de bronze que se encontrava no Átrio do Templo de Salomão, no lado esquerdo. 

Alguns autores assinalam que a colocação dos bois com os quatro pontos cardeais (sustentação do Mar de Bronze), possivelmente indicava que os sacerdotes deviam lavar as mãos todos os dias neta pia, durante as quatro estações do ano, como um símbolo da necessária purificação diária do seu respectivo ser espiritual. 

No Ritual e Catecismo da Grande Loja da República da Venezuela, encontramos que, em uma das viagens simbólicas, especificamente na Segunda Viagem, o Recipiendário é conduzido ao Mar de Bronze, onde são submergidas suas mãos três vezes. Concluída a viagem, o Venerável Mestre dirá: “Haveis recebido uma tríplice ablução, para purificar vosso corpo, assim com a virtude deve purificar vossa alma, representando, ademais, vossa vitória sobre o terceiro elemento: a Água. 

Este ato deve ser considerado, precisamente, como um símbolo da necessária purificação diária do seu respectivo ser espiritual. 

O recipiente simboliza a matriz onde se gera a vida que surge da água. Os doze bois que o sustentam, as forças cósmicas atuando em um mundo da manifestação material, representadas pelos doze signos do zodíaco, relacionados com as Tribos de Israel, dirigidas no Leste, por Judá (o leão), ao Sul, por Ruben (o homem), a Oeste por Ephrain (o boi) e ao Norte por Dan (a águia), assinalando os quatro pontos cardeais e os elementos. 

O Mar de Bronze é o símbolo da santificação e da consagração da vida para o serviço.    

Tal como o Espírito Santo descendo sobre Jesus quando saiu da água batismal da consagração, assim também o maçom místico que se banha no Mar de Bronz e, começa a ouvir, debilmente, a voz do Senhor dentro do seu próprio coração, ensinando-lhe os segredos da Arte que deve usar para benefício de seus semelhantes. 

Só um néscio seria capaz de considerar-se limpo de manchas durante a cerimônia de Iniciação, purificado de todos os seus vícios e paixões, defeitos e pecados porque umedeceu as pontas dos seus dedos... 

Um espírito libertino e dissoluto por natureza, jamais será limpo, nem purificado por nenhuma água, se o mesmo não for capaz de purificar seu espírito, lustrar seu coração nas águas da bondade e purificar-se nas águas das fontes da misericórdia e da clemência. 


Paredes  

 O Ritual nos diz que “as paredes devem estar revestidas ou atapetadas com a cor vermelha ”. 

Por que essa cor? 

A cor vermelha se refere ao fogo que era o símbolo da regeneração e da purificação das almas. 

É também afeto, caridade e entusiasmo pela beneficência. 

Diz-se, também, que esta cor representa o ardor e o zelo que devem animar aqueles que possuem a parte suprema da Maçonaria e é a cor que adquirem o ferro e outros metais quando são submetidos a temperaturas muito elevadas. 

Em Maçonaria a cor vermelha é a cor do fogo e signo da afeição, caridade, filantropia e do conhecimento. Simboliza a int eligência, o rigor e a glória. 

É a cor da coluna B (conhecimento) e da coluna da Força (poder, potência), da fita que orla o Avental do Mestre (sabedoria), das paredes do Templo das Lojas Simbólicas (recinto sagrado). 


Altar dos Juramentos 

O Altar dos Juramentos, chamado também ARA, que consiste em uma pequena mesa ou coluna de forma triangular, elevada sobre três pequenas plataformas, cujas faces olham para o Ocidente, o Sul e o Norte, respectivamente. 

Sobre o Ara ou Altar deve colocar-se um coxim de forma triangular, estofado na cor vermelha, ricamente adornado com franjas de cor vermelha. Sobre este coxim se coloca o Volume Sagrado da Lei (Bíblia), um Esquadro e um Compasso que, como sabemos, constituem as Três Grandes Luzes da Maçonaria. 

Além disso, coloca-se a Constituição Maçônica da Grande Loja e uma Espada Flamígera debaixo da Bíblia , apontando para o Oriente . 

O Altar é semelhante, segundo muitos dos autores investigados, ao Tabernáculo do Povo Hebreu e, também, aos altares egípcios e romanos, pela forma da sua construção. 

Representa a verdade que todo o Maçom deve descobrir pela perseverança, o estudo e a constância da prática de todas as virtudes. 

Ao redor deste Altar encontramos três pequenas Colunas (Sabedoria, Força e Beleza), dispostas em forma de Esquadro, sobre as quais se colocam Círios, que permanecerão acesos durante os trabalhos na Loja (estrelas). 

Estas três Luzes que ardem, simbolizam a Ciência, a Virtude e a Fraternidade. 

A forma triangular do Altar  “parece mais simbólica, porque é o rodapé de uma coluna triangular truncada, símbolo de uma vida interrompida pela morte. 

O homem é uma tríade e pertence, simultaneamente. 

Ao reino biológico, ao psicológico e ao social. 

O Ara é, além disso, símbolo da tumba, para a qual caminha o homem. 

Entre Colunas, o Maçom representa o homem que nasce, mas esse homem marcha até o Ara. 

Tudo está relacionado com o tempo em que deve trabalhar. 

Com efeito, o Aprendiz trabalha desde o Meio-Dia (quando vê a Luz, entre Colunas) até a Meia-Noite (quando morre). 

Se é Maçom desde o dia em que recebe a Luz, até o dia em que se apaga nele a vida e morre”. 

O Altar ou Ara constitui o lugar mais importante e mais sagrado do Templo Maçônico, pois a sua frente se realiza os atos mais solenes, tais como juramentos, consagrações, afiliações e outros sendo imprescindível para todo o trabalho em Loja.

 Nele o Candidato deposita durante sua iniciação suas paixões e seus vícios como uma oferenda e sacrifício à deidade e oferece seus pensamentos de um coração puro, como o incenso mais justo para o G.: A.: D.: U.:.

É a imagem do desconhecido, do espírito, do misterioso e nos dá a imagem de uma tumba. Os outros dois altares  são: o Altar das Abluções, conhecido também com Mar de Bronze, do qual fizemos antes referência, e o Altar dos Perfumes onde se queimam incenso (geralmente localizado no Sul, próximo do Segundo Vigilante. 


Cadeia de União 

A maioria dos autores que estudam o Simbolismo do Templo chama de Cadeia de União a que se localiza na parte superior do Templo e chamam-na, simplesmente, Cadeia. 

Outros a chamam de Cadeia da Fraternidade, deixando o termo Cadeia de União para aquela que efetuam os membros das Lojas, no final das Sessões ou em Rituais de Pompas Fúnebres. 

Em todo o caso, convém ressaltar que no interior do Templo Maçônico, em sua parte superior, rodeando as paredes do mesmo, se encontra pendurada ou pintada uma cadeia de elos ou, em seu lugar, uma corda com nós que se abrem no Ocidente, no centro, sobre a porta de entrada. 

Esta Cadeia representa os maçons esparsos sobre a s uperfície da terra e a união entre cada um destes; manifesta-nos, além disso, a solidariedade maçônica que jamais deve romper-se. 

O cordão é uma alegoria da Elíptica que recorre a terra, em seu movimento de translação para produzir as quatro estações do ano. 

Os doze nós correspondem, também, às doze colunas que, exceto no Oriente, rodeiam o recinto da Loja; há quem os denomina de laços de amor que terminam em duas borlas que caem sobre as esferas que sustentam as duas colunas de entrada do Templo. Debaixo do teto, desde a porta ocidental, onde terminam seus dois extremos, está é a mí stica Cadeia de União, entrelaçada em doze nós laterais e descansando sobre os capitéis de doze colunas distribuídas assim: seis no lado Norte e seis no Sul, simbolizando os seis signos ascendentes e os seis signos descendentes do zodíaco. 

O que parece um erro é que a Cadeia permaneça unida ou fechada em todo o comprimento e largura, dadas as múltiplas explicações que se encontram na bibliografia existente para referir-se a este símbolo, especialmente a que nos indica que o setor aberto no Ocidente, sobre a Porta do Templo, simboliza que por ali podem se integrar novos Irmãos, cuja intenção seja a de fazer maior e mais forte a Cadeia Universal. 

Em relação à Cadeia de União, é interessante destacar que, quando esta se realiza ao final das Reuniões, está se conseguindo uma importante união encadeada e fraterna de todas as forças vivas presentes na Loja que, desta maneira, estabelecem uma comunicaç ão sutil e espiritual entre suas respectivas individualidades, servindo isso de suporte à manifestação da influência sagrad. 

Para que a Cadeia de União seja efetiva, deve assinalar-se uma finalidade a mesma, para que o Venerável Mestre, por si ou solicitando a outro irmão, proponha uma dedicação sobre a qual se concentrem todos os que a compõem. 

Este é o ponto material desde o qual se canalizam as vontades que, ao tender para um fim comum, se somam e projetam até os planos sutis. 

Esta é uma boa prática que as Lojas deveriam seguir, porquanto se trata de uma viva alegoria do formoso símbolo que representa a fraternidade, a solidariedade e a união de todos os maçons do mundo. 

Ao mesmo tempo, no rito da Cadeia de União, se concentra a entidade coletiva constituída por todos os antepassados que realmente participaram da Tradição e seu conhecimento, e dos que se diz moram no Oriente Eterno. 



Três Degraus

 A origem dos Três Degraus a encontramos no Egito, pois em seus Templos, era indispensável ascender através de três degraus, para alcançar a entrada ou chegar aos altares destas edificações, ao ponto em que podemos afirmar que não existe um local onde se encontre um objeto sagrado que não tenha três degraus para poder chegar até eles. 

Estes Três Degraus simbolizam a Força, a Beleza e a Pureza, porquanto o Maçom deve ser Forte, não só desde o ponto de vista físico, senão também em seu aspecto Moral, para poder dominar com êxito, os obstáculos que vá encontrando no transcurso de sua vida. 

Deve o Maçom amar a Beleza, em qualquer de suas manifestações, porquanto no Belo, se man ifesta tudo quanto seja nobre, sublime e grande.

 E, finalmente, simboliza a Pureza, porquanto a atuação de todos os membros da Ordem deve estar sustentada pela pureza de suas ações, de suas palavras e de seus pensamentos. 

Para outros representa a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade, pois o Maçom deve amar a Liberdade sobre todas as coisas, porquanto constitui a mais importante aspiração humana. 

O maçom deve, além disso, velar pela mais absoluta igualdade entre os homens, não reconhecendo entre eles outra diferença que o talento e as virtudes. 

Um homem iniciado nos Augustos Mistérios da Franco- Maçonaria deve ser, também, um extraordinário propulsor da Fraternidade, muito especialmente com seus irmãos, filhos de uma mesma mãe, a natureza. 

Os três degraus representam, exotericamente, as três etapas ou fases da vida – juventude, virilidade e velhice – ou seja, os três degraus de progresso através dos mistérios d a vida. 


Oriente 

É o lado oposto a Porta, localizado sobre o nível do piso do Templo. 

Encontra-se separado do resto do Templo por uma balaustrada ou beirada que se levanta de ambos os lados e se acede como já antes mencionado, por meio de três degraus. 

É o lugar de trabalho do Venerável Mestre, em seu Trono, dispostos sobre dois degraus, em cujos lados se encontram o Sol e a Lua. 

O Oriente é a fonte da Sabedoria, motivo pelo qual os maçons marcham até ele, em busca do conhecimento. 

A palavra Oriente, empregada para designar o lugar em que se encontra o Venerável Mestre e os Irmãos Dignitários da Ordem , anuncia o local de onde surge a Luz Física que nos ilumina, para cuja luz dirige constantemente o homem o olhar considerando-a como origem de todas as existências... recorda-nos que os mistérios da sabedoria vieram dos povos orientais, dos quais procedem todos os conhecimentos. 

O Venerável Mestre situa- se em seu Trono, disposto sobre dois degraus. 

Por traz do Trono, na parte superior e sobre a parede, encontra-se o Dossel, com franjas e adornos de ouro e, sobre este, um triângulo dourado com um olho dentro de um círculo, simbolizando a excelência da Criação, a perfeição divina que não tem começo nem fim, representando a universalidade do G.: A.: D.: U.:. 

Em alguns casos, este triângulo resplandecente ou Delta, leva inscrito em seu centro, em caracteres hebraicos, a palavra I.O.D., cujo significado é DEUS, ou seja, o nome de JEHOVÁ. 

O Dossel tem a forma de um quadrado oblongo , coberto por uma espécie de teto sem-circular, do qual pende, em ambos os lados, uma peça de seda simetricamente colocada. 

O Dossel é símbolo de proteção para aquele que se situa sob ele, e por isso, tradicionalmente, era colocado sobre os tronos dos Reis, Papas e Imperadores. Representa a dignidade do que é centro de radiação e do mundo. Se é retangular simboliza o reino terreno, se é circular o reino sagrad”. 

O Delta ou Triângulo Resplandecente, antes referido, nos sugere a trindade do homem feita a imagem do Criador. Cada um de seus lados nos manifesta o mistério da Unidade, da Dualidade e da Trindade, quer dizer, o verdadeiro Mistério da Origem de todas as coisas e de todos os seres. 

Desde o Triângulo que forma o Delta propriamente dito, irradiam em seus três lados grupos de raios que terminam em uma coroa de nuvens. 

Estes raios simbolizam a força expansiva do Ser Interno, que desde o ponto central no homem se estende e enche o espaço infinito. 

A coroa de nuvens indica a força cristalizada, ou a matéria interna e invisível e se condensa com o movimento de contração. 

O Simbolismo, é alma e vida da Franco-Maçonaria, nasceu nela, é o germe do qual brotou a árvore Maçônica e o que ainda a nutre a anima. 

Despojar a Franco-Maçonaria do Simbolismo (Símbolos e Alegorias) como sonhou alguma vez algum iludido possuído pela febre modernista, seria tirar-lhe a alma e o corpo, e reduzi-la a uma massa inerte de mat éria, só capaz de uma rápida decomposição. 

O Templo é um lugar de convivência, no qual os homens se conhecem, se descobrem e se percebe o mundo mais além das doutrinas, das religiões ou das crenças. Um lugar que deve ser respeitado em toda a circunstância e momento, máxime quando nele se realizem trabalhos de Loja. 

Grade do Oriente 

Nos Templos onde se praticam alguns Ritos, como o R.:E.:A.:A.:, por exemplo, existe uma grade baixa, conhecida como Balaustrada, ou Gradil, ou Grade do Oriente, com uma passagem no meio dela, separando o Oriente do Ocidente (nos templos onde se praticam os Ritos de York e Schroeder, ela não existe). Nesses Templos onde existe a Grade do Oriente, ela nada mais é, do que uma separação física, delimitando as duas áreas citadas acima. 

O Oriente dos Templos Maçônicos onde ficam o Venerável Mestre, autoridades Maçônicas, Mestres Instalados, etc, assemelha-se ao Presbitério, onde ficam os Sacerdotes. 

O Ocidente, onde ficam os demais Obreiros, assemelha-se à Nave, onde ficam os fiéis.


ORIENTE PROIBIDO PARA APRENDIZES E COMPANHEIROS 

Nas cerimônias de Iniciação nos dois primeiros graus, Aprendizes e Companheiros não subiam ao Oriente para passar atrás do Trono e bater no ombro do Venerável Mestre, como se faz presentemente. 

Nessa etapa, o Sapientíssimo Mestre descia do Oriente e lhe era apresentado o candidato no Ocidente, junto aos degraus de acesso ao Oriente. 

Esse procedimento alerta para o fato de que o Oriente elevado e circunscrito nunca fez parte da ritualística dos graus simbólicos e, portanto, não devia ter permanecido na descrição do Templo, após o desaparecimento das Lojas Capitulares, porque contribuiu para desinformar a respeito do Templo adequado para as Lojas Simbólicas. 


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