OS SETE DEGRAUS E SUA IMPORTÂNCIA SIMBÓLICA NO APRIMORAMENTO MAÇÔNICO.

 

A complexidade e a diversidade dos símbolos que nos são apresentados na maçonaria são muitos e todos, sem exceção, nos servem para uma profunda reflexão visando principalmente o aprimoramento interior e a conseqüentemente evolução do Homem Maçom. 

Podemos classificar de uma forma geral este simbolismo maçônico em duas classes bem definidas: os símbolos materiais e as virtudes, ou idéias, que estes exprimem. 

Tal complexidade se dá pelo fato da maçonaria ter herdado de diversas escolas (sejam estas de cunho místico, esotérico, religioso ou político), uma grande quantidade de símbolos, sendo necessário ao Maçom um estudo constante e atencioso do momento histórico da humanidade quando este ou aquele símbolo foi introduzido em nossa Ordem. 

O Templo maçônico é uma alegoria que nos remete a construção do Templo do Rei Salomão, sendo o mesmo dedicado a “morada” do Deus de Abraão, Isaac e Israel (Jacó), sendo esta casa antes prometida em diversas passagens bíblicas e efetivamente erguida por Salomão, filho de Davi. 

Temos diversas referências da arquitetura deste Templo no livro de Reis II, mas, ao observarmos seus utensílios não conseguimos ver ornamentos e paramentos como corda de 81 nós, pavimento mosaico, Delta luminoso, Estrelas, etc. Este fato nos atesta à influência que outras culturas deixaram ao passarem seus adeptos pela Maçonaria. O REAA baseia-se, fundamentalmente, nas origens israelita- salomônica, onde herdamos ensinamentos de altíssimo esoterismo. Vamos agora, após esta breve introdução, voltarmos nossos esforços para o tema deste trabalho, qual seja, os sete degraus que dão acesso ao Trono de Salomão e sua importância no aprimoramento moral do Maçom. 

Os quatro primeiros degraus estão situados no Ocidente e dão acesso ao Oriente, entre a balaustrada que divide os dois pontos cardeais no eixo da Loja. 

O primeiro degrau representa a Força, virtude esta que está relacionada com a vontade de empreender esforços ilimitados para sairmos da inércia que nos aprisionam em um determinado ponto que nos impede o progresso. 

É somente através da Força que iremos efetivamente acessar ao segundo degrau, que é o Trabalho. 

O Trabalho aqui pode ser decifrado como o resultado da Força antes empreendida, pois é através de seus resultados que podemos afirmar que todo o tipo do mesmo enobrece o Homem. O Trabalho não é exclusivamente o que nos dá “o pão nosso de cada dia”, mais também o Trabalho incessante do Maçom, que está em desbastar constantemente a sua Pedra Bruta em busca de seu aprimoramento. 

Uma vez concluído este trabalho toma o Maçom conhecimento da Ciência, que é o nosso terceiro degrau em ascensão ao Trono da Sabedoria. 

Ciência é à base das Artes ou Ciências Liberais, decomposta e, a saber: em trívio (Gramática, Retórica e Dialética); e em quatrívio (Aritmética, Geometria, Astrologia e Música), que formam à base do desenvolvimento e consolidação do nosso atual sistema educacional. 

Avançando-se no estudo e compreensão da Ciência podemos então somá-la a Virtude, que em nossa concepção é um montante de conceitos latentes no Ser Maçom. 

Diz-se que a Virtude é o último degrau do Ocidente pelo fato de, somente após a escalada dos demais, pode o Maçom, através da introspecção, alimentar sua alma com os conceitos aprendidos anteriormente. Sem eles não teria como se ter princípio basilares para as principais Virtudes, onde podemos destacar, dentre outras, a Lealdade, a Fidelidade, a Honestidade, a Bondade, o Desapego e o Amor, dentre outras tão necessárias para que os Irmãos vivam em União Fraternal. 

Acima deste “último degrau” do Ocidente observa-se uma superfície plana, onde a denominamos como Oriente. 

Ao analisarmos a linha que compreende entre o último degrau do Ocidente e o primeiro degrau que dá acesso ao Trono de Salomão temos, ao centro, o Altar dos Juramentos e, sobre este, o Livro da Lei. 

Não foi por acaso que este foi ali introduzido. Sua disposição atual deve nos remeter a reflexão de que nada terá real praticidade se não forem observados e cumpridos os códigos morais estabelecidos no Livro da Lei. 

Este cumprimento não deve aqui ser encarado como uma rigidez dogmática e inflexível. Devemos primeiro interpretar, já que a Bíblia é um livro complexo, a mensagem cifrada contida em seus infinitos ensinamentos. 

Há cerca de 2.000 anos, o mestre cabalista Rabi Shimon bar Yochai disse que “quem aceita o Tanach literalmente é um tolo”. Um dos problemas mais conflitantes das religiões ditas cristãs está justamente na forma como o líder destas interpretam as leis contidas em seu Livro Sagrado e, a seu “bel prazer”, conduzem o povo na ignorância e nas rédeas de um sistema intimidador e penitencial onde “deus” (com letra minúscula mesmo) castiga o homem que não dá seu dízimo em detrimento de seu crescimento espiritual e, principalmente, material. 

Maçonaria é tarefa de Libertação e em nada se assemelha a quaisquer sistemas escravocratas. 

O Livro da Lei nos serve como referência das grandes conquistas e a libertação de um povo em busca da Luz Permanente. 

E são estas lições e passagens que irão preparar o Maçom a ascender ao Trono de Salomão, ou o tão justamente denominado Trono da Sabedoria. 

No primeiro degrau do Oriente temos a Pureza, pelo qual podemos associá-la a Fé. Só podemos cultuar a Fé quando estamos puros de todas as influências malignas, pois a Fé é um estado constante e divino de conexão com o GADU. 

Ser puro é limparmos nossos corações antes de comungarmos com o Criador nossas fraquezas e sucessos, pois “até o mais puro Mel azeda em um recipiente sujo”, e é sobre estas condições que subiremos ao segundo degrau. Chegamos então na perspectiva da Luz, onde a Esperança nos faz julgar que existe um mundo melhor que este em que nosso corpo físico veste nossas almas. 

Ver a Luz é abrirmos nossas mentes para um novo conceito, para uma nova fase, para um verdadeiro renascimento; tendo em vista que devemos sepultar o velho homem que vivia nas trevas da ignorância. Na maçonaria a Luz nos é dada no momento de nossa Iniciação. Mas esta só nos é revelada em um momento oportuno. Estar na Luz é rasgar definitivamente o véu que protege o Sanctum Sanctorum e ver, face a face, a Verdade. Este último degrau, a Verdade, só poderá ser alcançado após um longo período de aprimoramento interior. 

Todas as escolhas deverão ser fruto de intensa meditação, para então serem refinadas. 

A Verdade é o nossa maior conflito, posto que existem em um único acontecimento três perspectivas da mesma. Ou seja, a versão de um lado, a versão do outro e a Verdade de fato. 

E é neste ponto, a Verdade absoluta, que muito de nós se julgam mais sábios, mais conhecedores, mais sagazes que os outros. 

Como a Maçonaria está além do que os nossos cinco sentidos possam conceber, podemos considerar que a mesma é dotada de um “sistema de autodefesa”. 

Este dito “sistema” expurga de seus quadros os excessos e posturas não condizentes com seus princípios, sempre praticado por àquele que não se deixa iniciar. 

Não adianta dissimular, pois o GADU nos conhece na essência, forma etérea do Ser. Todos os nossos defeitos podem ser mascarados, mas ninguém consegue ser o que não é por muito tempo, e logo a Verdade vem à tona. 

Deste aprendizado concluímos que a Caridade não é tão somente o que efetivamente fazemos para com os menos afortunados. A Caridade para com a Loja física também advém da Loja Celestial. Não é a nossa Oficina quem, através de um processo eleitoral, elege um irmão Mestre Maçom para o veneralato. Esta decisão não poderia ser unicamente através das falhas mãos humana, já que a figura do Venerável Mestre transcende as obrigações administrativas, tornando-se este também um líder espiritual do grupo. 

Uma espécie de “célula matriz” na formação do arquétipo da Loja, onde o sucesso e o fracasso do grupo dependem de sua Força, seu Trabalho, sua Ciência e sua Virtude, para que uma Sessão dedicada ao GADU seja plena em Pureza, Luz e Verdade. 

Finalizando, após discorrer sobre todos os aspectos ora citados, podemos concluir que não é tão somente o tempo de Ordem que determina se um Irmão Maçom tem os preceitos para ser Venerável Mestre de Loja. Mais sim pelo fato do mesmo ter atravessado um percurso árduo até, por merecimento e experiência, tomar assento no Trono de Salomão. E o motivo para tal processo é louvável e necessário, pois uma vez ali posto este irmão representará a Sabedoria de todos nós. Deste processo dependeu, depende e sempre dependerá a Maçonaria Universal e, neste Universo de símbolos que estamos imersos, os sete degraus que estão em nosso Templo representam o caminho que deverá ser seguido por todos nós, com passos firmes, sempre para frente e para o alto.

A CAMINHO DA LÚZ 

O Cristo profetizado (Salmo 118.22, no hebraico, pinnah), a pedra que os edificadores rejeitaram, mas que se tornou a PEDRA PRINCIPAL, - correspondendo ao sentido da palavra hebraica, que significa "principal" ou "da frente". Esse feito divino é uma maravilha aos nossos olhos. Envolve importantíssima doutrina do Novo Testamento. 

(Ver Mateus 21.42;Marcos 12.10;Lucas 20.17;Atos 4.11 e Pedro 2.7). 

A idéia envolvida é que pedreiros insensatos (a nação judaica, no caso, para a qual viera o Messias, Jesus), tinham rejeitado o mais importante elemento de seu edifício espiritual, a saber, o Messias. Mas Deus corrigiu tal injustiça, assegurando que a "Pedra" que é Jesus e não Pedro, encontrasse seu devido lugar no templo espiritual, que somos todos nós, os salvos e lavados no Sangue Precioso de Jesus Cristo. O Apostolo Paulo, em Ef 2.20,21, faz Cristo ser a PEDRA DE REMATE" (embora nossa tradução Portuguesa diga "PEDRA ANGULAR"; mas o sentido da palavra grega é "angulo extremo"), completando e unindo toda a estrutra. Sem essa Pedra, não haveria como unir judeus e gentios no Edifício Espiritual, que é a Igreja. 

O trecho de Isaías 28.16 parece referir-se às maciças pedras que formavam o templo, simbolizando a presença de Yaweh (Jeovah/Deus), em todo o seu poder, entre o seu povo. Isso é interpretado como profecia messiânica, em Romanos 9.33 e 1 Pedro 2.6, em conjunto com Isaías 8.14. A passagem de Salmos 144.12 invoca o Senhor pedindo-lhe que as moças israelitas fossem como "pedras angulares", isto é, fossem sustentáculos, em virtude de suas altas qualidades morais e espirituais. SIMBOLICAMENTE, a "Pedra Angular", que é Cristo, é o mais importante fator do templo Espiritual. Esse templo não é material, e nem mesmo é alguma organização terrena, e, sim, uma entidade espiritual, da qual Cristo é o Construtor (Marcos 14.58; Mateus 16.18). Cristo é o Sumo-Sacerdote desse organismo espiritual (Hebreus 9.11)O. Seu corpo é a essência do templo espiritual (João 2.21). Os crentes, por sua vez são "pedras vivas" que fazem partre da sobrestrutura desse templo espiritual (1 Pedro 2.5). Ainda, meu amigo, de acordo com uma outra metáfora, Cristo é retrado como o alicerce inteiro desse templo espiritual, e não meramente a "PEDRA ANGULAR" (1 Corintios 3.11). Os apóstolos e profetas do Novo Testamento formam o alicerce do templo espiritual como líderes, e não em sentido soteriológico, ou seja, em sentido salvífico. No sentido salvífico, somente Cristo pode servir de fundamento da Igreja. O Catolicismo romano advoga que PEDRO é a Pedra e Não Cristo. Conforme pudemos verificar, essa afirmação e posição da Igreja Católica Romana é completamente errada. Por isso não sou católico. Graça e paz. Deus te abençoe e te dê a luz do entendimento espiritual, pois somente através do conhecimento de Cristo é que iremos alcançar nossa liberdade para a Vida eterna. Jesus disse: "E conhecerleis a Verdade e ela te libertará. (João 8.32) Source: Bíblia Sagrada - Enciclopédia de Bíblia, Teologia e filosofia.vol 5.

O QUE É PEDRA  ANGULAR?

Nas construções antigas, a pedra angular era a pedra fundamental, a primeira a ser assentada na esquina do edifício, formando um ângulo reto entre duas paredes. Servia para definir a colocação das outras pedras e alinhar toda a construção. 

A pedra angular é o elemento essencial que dá existência àquilo que se chama de fundamento da construção. 

No Cristianismo, a Pedra Angular é simbolicamente representada por Jesus Cristo, o filho de Deus. Em diversas passagens da Bíblia Sagrada há referências sobre a pedra angular. No Livro dos Salmos, capítulo 118, versículo 22, há uma metáfora sobre os construtores (a nação judaica) rejeitarem o mais importante elemento na construção do templo espiritual (Jesus Cristo, o Messias), conforme se lê: "A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular". A Pedra Angular escolhida por Deus para edificar a Igreja, conforme a planta divina, foi Jesus Cristo. 

Portanto, uma pedra angular na construção de um edifício é a base sólida que ele necessita para conseguir chegar à altura programada, sem cair. Para um cristão, Jesus Cristo é essa base fundamental na qual se assenta toda a construção da Igreja, formada por todos aqueles que acreditam na Palavra de Deus.

A PEDRA REJEITADA 

Vocês já leram nas Escrituras que a pedra rejeitada pelos construtores passou a ser a mais importante do edifício? Isto é obra do Senhor e é uma coisa admirável de se ver. S. Mar. 12:10 (A Bíblia Viva). 

Durante milênios, uma pedra permaneceu sem ser tocada por mãos humanas no leito de um riacho no Estado da Carolina do Norte, Estados Unidos. Certo dia, um homem ergueu a pedra, viu que seu peso era fora do comum e decidiu usá-la como retentor de porta em sua casa. Ali ficou durante anos. Um dia, um geólogo passou por aquele caminho e percebeu a pedra. Seus olhos experientes reconheceram nela uma pepita de ouro - o maior volume de ouro nativo encontrado a leste das Montanhas Rochosas. Uma antiga tradição rabínica diz que, quando foi construído o templo de Salomão, as pedras maciças para as paredes e os alicerces foram cortadas da rocha viva e modeladas na própria pedreira, sendo depois transportadas para o monte onde se erguia o templo. 

De acordo com a história, uma pedra de tamanho incomum foi levada para o local, mas os construtores não encontraram o lugar certo para colocá-la, de modo que ficou de lado, sem uso. Enquanto continuavam o trabalho do alicerce, aquela pedra parecia estar sempre no caminho deles. Durante longo tempo permaneceu negligenciada e até rejeitada. Então, um dia, os construtores chegaram ao local onde devia ser colocada a pedra angular. Para poder suportar o tremendo peso do templo, a pedra precisava ter tamanho e resistência enormes. Tentaram colocar várias pedras, mas nenhuma era apropriada. Por fim, a atenção deles foi chamada para a pedra rejeitada fazia tanto tempo. Exposta às intempéries durante aqueles anos todos, ela não revelava nenhum defeito ou rachadura e, quando colocada no devido ângulo, encaixou-se perfeitamente. O salmista, em nosso texto, alude a essa tradição, e os rabis reconheciam que fazia referência ao Messias.

Nos Rituais, Manuais e Catecismos Maçônicos pululam em todas as páginas, personalidades, símbolos, tradições, mitos e lendas plenos de mistérios, mas que se completam de forma autônoma, ao longo dos Graus, enriquecendo, não só a Literatura Maçônica, mas o aprendizado e a Cultura da Arte Real. Alguns desses personagens, símbolos e tradições, lendas e mitos estão por completos ou parcialmente esquecidos. A ideia é caminhar em sua direção com o objetivo de promover resgates. O Rito Escocês Antigo e Aceito, formatado em 33 Graus, apresenta-se como um conjunto harmônico, entrementes, cada Grau possui sua própria ritualística, personagens, simbolismo, lendas, tradições e mistérios que se de desvelam aos iniciados em cada um dos Graus respectivos, e no momento preciso, como num jogo de juntar peças. O mesmo se pode afirmar com relação aos demais Ritos que tiveram origens no Velho Continente, notadamente Inglaterra, Escócia, França e Alemanha. No nosso modesto e humilde entender, as tradições, em especial, as lendas, os personagens, os fatos e acontecimentos que serviram (e ainda servem) de repositório de conhecimentos e/ou informações acumuladas pela Ordem na sua longa marcha civilizatória, estão perdidas e/ou se perdendo em face das alterações desfigurativas dos Rituais; da ausência de métodos instrucionais eficazes na transmissão dos saberes; e da falta de interesse dos maçons em se aprofundarem no conhecimento das tradições maçônicas.

 Ao entender, não há força capaz de sustentar uma instituição como a nosso sem o apoio do conhecimento, sem a transmissão da tradição, dos usos e costumes, e do simbolismo subjacente, que passam a representar, essencialmente,a pedra angular, a argamassa, o elemento de coesão da Maçonaria e dos Maçons. Neles se exprimiram todos os sábios antigos e neles deixaram os seus rastros luminosos de saberes que chegaram até nós.A manutenção da Tradição de nossa Ordem faz com que a pratiquemos, no século XXI, a ritualista estabelecida nos séculos XVII e XVIII. Se assim não fosse a nossa Ordem já teria se pulverizado. Então, diante deste cenário, parece-nos excessivamente oportuno escrever sobre este assunto – as tradições esquecidas – na tardia esperança de reacender o fogo do interesse pelas “coisas” da Ordem, ainda que, para isto, tenhamos que inscrever no preambulo intelectual de cada maçom, marcas que expressem o sentimento de que precisamos reencontrar nas tradições maçônicas, a chave que serve para abrir e/ou fechar o cofre do tesouro do conhecimento dessas coisas que a Maçonaria conserva. Focando na questão da tradição maçônica, vamos, inicialmente, perquirir os dicionários para averiguar o que eles dizem. No meu velho e bom “Aurélio”, por exemplo, encontro:Tradição é o ato de transmitir ou entregar (algo ou alguma coisa a outrem); transmissão oral de lendas, fatos, etc., de idade em idade, geração em geração; transmissão de valores espirituais através de gerações; conhecimento ou prática resultante de transmissão oral ou de hábitos inveterados; e, por fim, recordação, memória. 

Poderia me contentar, apenas, com as duas últimas palavras: recordação e memória. Mas, precisamos evoluir, então, recorremos ao meio mais moderno de consulta da atualidade, o Google, e lá encontramos: Tradição (do latim: traditio, tradere = entregar; em grego, na acepção religiosa do termo, a expressão é paradosis παραδοσις) é a transmissão de práticas ou de valores espirituais de geração em geração, o conjunto das crenças de um povo, algo que é seguido conservadoramente e com respeito através das gerações. Procurando refúgio e apoio nas obras maçônicas, recorro a Nicola Aslan e ao seu Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria Simbólica, que a partir do verbete especifico transcrevo: “Tradição – Palavra de origem latina usada, em Direito, para indicar a ação de entrega e particularmente de uma propriedade. Por extensão esta palavra aplica-se à transmissão de fatos puramente histórico, de doutrinas religiosas, de acontecimentos de qualquer ordem, de idade em idade, e que sem qualquer prova autentica se tem conservado de boca em boca, constituindo, porém, uma das bases da história e da religião” E prossegue aquele autor: “É por meio da tradição que os grupos humanos transmitem suas crenças, suas ideias, seus costumes, além de todas as conquistas artísticas, técnicas e cientificas. Desta forma, a tradição é um fator de progresso, pois transmite uma herança de cultura, que se renova através das gerações (...)“.

Observa-se, contudo, nas consultas efetivadas, que a ideia central perpassada é a mesma, a tradição é uma forma de perenizar conceitos, experiências e práticas entre as gerações,é a transmissão do conhecimento; é a conservação dos costumes, dos hábitos, de tudo o que no passado era observado. Os aspectos específicos da tradição devem ser vistos em seus contextos próprios, enquanto forma de perenizar conceitos, experiências e práticas entre as gerações. A tradição toma feições peculiares em cada crença e grupamentos humanos. Fica registrado, então, que é por meio da Tradição que os grupos humanos mantêm seus costumes, seus hábitos, suas conquistas morais e sociais. A cultura maçônica adquirida é assim mantida. A manutenção dos parâmetros estabelecidos em nossos“Rituais”, “Landamarks” e “Antigos Deveres” é o que permite que a Maçonaria seja secular.

Em resumo, o termo Tradição significa Transmissão. 

As crenças, as lendas e os mitos, gostem ou não gostem alguns historiadores da Ordem, são formas de transmissões orais, cujas personagens podem mudar segundo a geografia, padrão social e a cultura de época, mas a componente moral permanecem e transmite-se na consciência das gerações. Permito-me, nesse parágrafo complementar,sem pretender me contradizer ou confundir o leitor, asseverar que a tradição não é só regras, constituições, estatutos, rituais, e normas da Ordem, mas os usos e costumes e simbolismo que neles se inserem e que regulam a vida dos maçons e suas condutas atuais e futuras. 

Trazendo esses conceitos e argumentos para o interior da Ordem, podemos entender que a tradição maçônica, não só diz respeito como se imagina, aos Landmarks, Constituições de Anderson e aos antigos usos e costumes da Maçonaria Universal, mas as Constituições em geral, regulamentos, regimentos, rituais,leis, decretos e normas que se relacionam, principalmente, com matérias ritualísticas. Também, se afigura como tradição, o farto simbolismo que permeia em nossas Lojas, seus adornos e objetos de uso interno, e joias e paramentos que ilustram os maçons. Neste particular, o símbolo, a lenda e o mito permanecem como uma necessidade viva, por cujo instrumento se poderiam tornar acessíveis as representações intelectuais do enunciado deste parágrafo e texto. Daqui partindo, professa Manoel Arão, que a maçonaria quis manter na sua simbologia, o essencial da sua tradição e as regras gerais que são a base de seu ensino filosófico e moral. Porque Ela sabe bem que, ao lado das coisas que evoluem, que mudam constantemente de direção, qual ampliam e se modificam, obedecendo a critérios dos intérpretes e às correntes mentais que criam as doutrinas e as escolas, há o princípio fixo e imutável que pode ser conhecido amanhã em outros detalhes, ora ignorados, mas cuja base constituem a própria essência inalterável e eterna que o homem consegue apreender e fixar. Estas razões justificam o símbolo que resume e fixa e que já é inseparável da transmissão dos conhecimentos e princípios maçônicos (Arão, História da Maçonaria no Brasil: desde os tempos coloniais até nossos dias, Recife, 1926). 

As diversas Escolas do Pensamento Maçônico (Autêntica, Antropológica, Mística e Ocultista) não se omitiram no estudo das antigas tradições, lendas e mitos da Maçonaria, pelo contrário, as tradições maçônicas foram dissecadas, reviradas, examinadas minuciosamente analisados em face de registros documentais, e do muito, pouco foi afastado pelos historiadores, estudiosos e defensores e propagandistas de cada Escola. 

Em resumo, não puderam refutar documentos conhecidos como as “Old Charges”, ou “Antigos Deveres” ou “Antigas Constituições” e nem outros documentos e relatos, na defesa da busca de autenticidade. Neste diapasão, resta indicar, na conformidade do título, quais tradições maçônicas estão ou foram esquecidas, ou para ser menos dramático, quais tradições estão ido para o esquecimento pela própria descura maçônica. Impossível relacionar todas as tradições maçônicas a que podemos nos referir neste espaço de leitura, mas uma análise atenta dos documentos antigos e atuais da Ordem permitem que iniciemos apresentando um elenco dos principais princípios (sem comentários) tradicionais da Maçonaria Universal: - Reconhecer o Grande Arquiteto do Universo, como Força Superior, Princípio Criador, Causa Primeira de Todas as Coisas; - Admitir a Moral Universal e a Lei Natural, ditadas pela razão e definidas pela Ciência que obriga o Maçom a ser bom, sincero, modesto, honrado, generoso e caridoso. 

Admitir a prevalência do Espírito sobre a Matéria. 

Ser Tolerante, não combater ninguém por sua crença religiosa, reconhecer direito e liberdade iguais a todas as religiões e cultos.

Não discutir sobre questões religiosas no recinto das Lojas.

Não impor limites à livre e constante investigação da verdade.

Proclamar o sagrado e inviolável direito de todo o indivíduo de pensar livremente e Ser livre pensador. 

Reconhecer que os homens – maçons e não-maçons – devem dirigir seus atos e sua vida exclusivamente de acordo com a sua própria razão.

Reconhecer que todos os homens são livres, iguais entre si e irmãos.

Combater e aniquilar o obscu

rantismo, a hipocrisia, o fanatismo, a superstição e os preconceitos.

Praticar as virtudes domesticas e cívicas, na família, na sociedade.

Respeitar as leis do País.

Ser absolutamente fiel aos juramentos, deveres e princípios maçônicos.

Reconhecer o trabalho manual e intelectual como um deve essencial do homem.

Proscrever sistemática e terminantemente o recurso à força e à violência.

Tornar feliz a humanidade pelo aperfeiçoamento dos costumes. 

Esses princípios podem ser interpretados e escritos de várias formas, gerando controvérsias de reconhecimento, mas são clausulas tidas como pétreas, portanto, não passiveis de discussão. Alterá-los significaria romper a sintonia maçônica mundial.

Neste diapasão, a Tolerância, a Crença no Grande Arquiteto do Universo, a ideia maçônica da perfectibilidade individual e social, e o trabalho pelo aperfeiçoamento dos costumes são algumas das principais regras da maçonaria que estão sendo relegadas a segundo ou terceiro planos. 

No simbolismo, por seu turno, há muitos termos, relatos, lendas e costumes, que muitos maçons desconhecem, embora finja conhecer, e no caso, para não me alongar, destaco e listo apenas doze (sem comentários), a saber: Arca da Aliança; Mar de Bronze; Sanctum Sanctorum; o Silêncio Maçônico; os Banquetes Solsticiais e Ritualísticos; a Taça Sagrada; a Cadeia de União; o Simbolismo das Velas; a palavra Xibbolet e os fundamentos históricos do grau de Companheiro; a simbologia do pavimento de mosaico; do Delta Luminoso; e da corda de 81 nós. Mas bem que poderia dizer da Abelha, artes liberais, crâneo, cruz, hexagrama, menorah, quadrado dentro de um círculo, quatro coroados, e etecetera e tal. É aos maçons mais antigos, aos maçons mais sábios, através de processos que assegurem a continuidade de uma cadeia ininterrupta, a quem compete transmitir o conhecimento, a sabedoria, a cultura, as lendas, os mistérios e impedir que as tradições maçônicas se percam ou caiam no esquecimento, e para que a memória das novas levas de maçons retenha o essencial, a fim de não gerar controvérsias de reconhecimento, mas que são clausulas tidas como pétreas; portanto, não passiveis de discussão. Alterá-los significaria romper a sintonia maçônica mundial. 

Neste diapasão, a Tolerância, a Crença no Grande Arquiteto do Universo, a ideia maçônica da perfectibilidade individual e social, e o trabalho pelo aperfeiçoamento dos costumes são algumas das principais regras da maçonaria que estão sendo relegadas a segundo ou terceiro planos. 

No simbolismo, por seu turno, há muitos termos, relatos, lendas e costumes, que muitos maçons desconhecem, embora finja conhecer, e no caso, para não me alongar, destaco e listo apenas doze (sem comentários), a saber: Arca da Aliança; Mar de Bronze; Sanctum Sanctorum; o Silêncio Maçônico; os Banquetes Solsticiais e Ritualísticos; a Taça Sagrada; a Cadeia de União; o Simbolismo das Velas; a palavra Xibbolet e os fundamentos históricos do grau de Companheiro; a simbologia do pavimento de mosaico; do Delta Luminoso; e da corda de 81 nós. Mas bem que poderia dizer da Abelha, artes liberais, crâneo, cruz, hexagrama, menorah, quadrado dentro de um círculo, quatro coroados, e etecetera e tal. É aos maçons mais antigos, aos maçons mais sábios, através de processos que assegurem a continuidade de uma cadeia ininterrupta, a quem compete transmitir o conhecimento, a sabedoria, a cultura, as lendas, os mistérios e impedir que as tradições maçônicas se percam ou caiam no esquecimento, e para que a memória das novas levas de maçons retenha o essencial a fim de que possa ser transmitido, como uma herança. 

A Maçonaria refere-se aos " Antigos Deveres " e aos " Landmarks " da Fraternidade, especialmente quanto ao absoluto respeito das tradições específicas da Ordem, essenciais à regularidade das Lojas e Maçons de cada Jurisdição. Na abertura dos trabalhos do Rito Brasileiro desenvolve-se o seguinte diálogo entre o Venerável Mestre é o Primeiro Diácono (DerlyHalfeld Alves, Revelações maçônicas, Trolha, 2011).

Por que usa a Maçonaria de Símbolos ? 

Porque se origina dos antigos mistérios, onde os Símbolos e as Alegorias eram a chave da ciência. Conserva-os por tradição e para auxiliar a memória a reter os seus ensinamentos pela impressão que causam ao espírito e aos sentidos. A guisa de conclusão, a nota triste e final é que leio em Wellington B. de Oliveira (Um conceito de Maçonaria, Trolha, 1994, p. 24), a afirmativa de “que os Mestres ... já não merecem assim ser chamados, perderam o amor pela escola, já não ensinam, não sabem o que ensinar. 

Não transmite confiança ou motivação, pois, a apatia tomou conta de seus ânimos”. 

Para os Mestres, Companheiros e Aprendizes, este é um desafio que precisa ser superado, vencido, derrotado, afastado das mentes dos maçons, para ceder lugar ao entendimento de que, efetivamente, “Os Mestres merecem assim ser chamados e reverenciados, por seu amor e dedicação pela escola e pelo conhecimento, pelo ensino e por tudo que ensinam, por transmitirem confiança e motivação, pois, a alegria da expansão do saber tomou conta de seus ânimos”. 

Fica lançado o desafio:                                           aprender para ensinar e ensinar para aprender!

Colaboração: Luis Henrique Miranda Griffo – MM

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