Reconhecimento e gratidão são as duas expansões da alma humana, que assinalam muito bem o estado moral de cada indivíduo.
O reconhecimento é o testemunho da genuinidade de uma coisa, de um fato, de uma pessoa.
O reconhecimento é princípio inteligente que nos aproxima da verdade.
Como ato de discernimento, o reconhecimento pode dar lugar ao bom ou mau juízo que façamos de um objeto ou de uma pessoa.
Como virtude moral, o reconhecimento é o princípio da gratidão: onde aquele chega a seu mais elevado cimo, esta começa a sua espiral que se eleva ao infinito.
O reconhecimento, que é discernimento espiritual, obedece sempre ao estado de espírito do julgador.
O reconhecimento, como produto do benefício, é a confissão do bem, pelo bem que o bem nos fez.
A gratidão grava a ideia do bem e mantém, pelo autor do benefício, vivo sentimento de carinho.
O reconhecimento lembra a ideia do benefício. A gratidão aviva a lembrança do benfeitor.
O reconhecimento é um movimento de inteligência, variável, como variável é a inteligência em cada ser humano.
A gratidão é uma confirmação da razão, sancionada por gesto do coração.
Há reconhecimento e há gratidão; onde aquele para, por não poder continuar o seu caminho, esta começa num sulco de luz, a ascensão para a Eternidade.
Não há virtude mais nobre, por isso mesmo mais rara que a gratidão. Ela nos conduz pelo amor e nos eleva a Deus.
Muitas são as almas reconhecidas, mas poucas são as que têm gratidão.
O mundo está cheio de reconhecidos, mas vazio de gratidão.
O reconhecimento incita o interesse; a gratidão reveste o amor.
No reconhecimento só age o interesse.
Na gratidão é o amor que fala.
O reconhecimento é o princípio inteligente que nos aproxima da Verdade.
A gratidão é um dever que a ela nos alia.
Na vida particular, como na vida social, há reconhecimento e gratidão; mas aquele, quando lustrado pela nobreza de caráter, é o princípio em que germinam as graças que nos dão a pureza de sentimento.
O reconhecimento é, finalmente, para a gratidão, o que a bolota é para o carvalho.
Bibliografia:
“Parábolas e Ensinos de Jesus” – Cairbar Schutel.
“Parábolas e Ensinos de Jesus” – Cairbar Schutel.
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