Nestes dois últimos séculos, muito tem sido falado sobre a relação entre a Ordem dos Templários e a Maçonaria.
Tanto é assim que alguns autores têm tentado mistificar, não sabemos com que intenção, alguns atores que participaram do cenário do Templo e bem assim, numerosas passagens históricas caindo em especulações de difícil credibilidade.
No entanto, não se quer dizer que o mito seja uma ferramenta ruim para sustentar ou analisar um fato histórico,como se pode inferir, e tem sido demonstrado que qualquer história escrita, basicamente, é uma forma de mito.
O problema está essencialmente no fato de que qualquer relato histórico se inclui e se retira elementos, de acordo com as necessidades, aspectos e transcendências do tempo em que foi criado e não da época a que se refere.
Nestas condições podemos afirmar que é um equívoco; por conseguinte, falsifica forçosamente o que realmente aconteceu. Não se deve pensar, ademais, que queremos ditar um aula sobre a teoria e filosofia da história, pois não somos autoridade para isso, de repente isso é uma loucura nossa.
Porém, essa não é a discussão, só para chamar um pouco da atenção se verdadeiramente os Templários tinham qualquer relação com a Maçonaria, apesar de se ter gastado rios de tinta sobre esse tema.
No entanto, muitas pessoas, incluindo os maçons, estão se perguntando...
De onde veio a maçonaria?
Quem são os Cavaleiros Templários?
Os Templários tem algo a ver com as Cruzadas?
Os Templários foram os fundadores da Maçonaria?
A maçonaria atual conserva símbolos Templários?
Esta maçonaria tem graus dedicados aos Templários e aos Cruzados?
Com certeza temos todas as perguntas necessárias para desvendar esse tema e, para respondê-las, temos que falar sobre as origens da Maçonaria e em seguida faremos uma análise suscinta sobre algumas variáveis históricas que temos considerado de certa relevância para alcançar o objetivo a que nos propomos neste ensaio, como o de demonstrar a relação existente entre os Cavaleiros Templários e a Francomassonaria.
O assunto sobre a origem da Maçonaria tem dado muito o que falar; se tem especulado com algumas lendas que carecem de suporte histórico, maçônico e científico.
Tudo isto é possível por que desde o começo a tradição oral na Maçonaria tem servido como ferramenta defensora de seus inimigos; por tal motivo os antigos maçons procuravam não deixar nada escrito sobre os assuntos próprios da Instituição para evitar serem perseguidos e muitas vezes assassinados.
A evolução do mundo em que a Ordem Maçônica está inserida tem chegado a tal extremo que as faculdades de memorização da generalidade dos maçons tem declinado muito, fazendo-se necessário recorrer a esses “espaços-ajuda”. De todo modo os citaremos com a finalidade de refletirmos e assim tratarmos das muitas dúvidas a respeito.
Em várias oportunidades temos ouvido teorias idealistas, fantásticas e tão absurdas que provocam risos naqueles que pesquisam o tema. Dizem: “que nossa origem se remonta ao preciso instante da creação”, ou “que nossa Luz invadiu os paradisíacos locais onde um homem chamado Adão surgiu do nada no tempo”.
Também sugerem:
“que Deus, o Grande Arquiteto do Universo, fundou a Francomassonaria, e que esta teve por padroeiro Adão, os patriarcas, os reis e filósofos de outrora”,
e os mais ousados incluem Jesus Cristo na lista como Grão-Mestre da Igreja Cristã.
Tudo isso sem nenhum embasamento histórico ou proto-histórico.
Igualmente pretendem sustentar as afirmações anteriores, assimilando-se à Maçonaria a construção da Arca de Noé, a Torre de Babel, as Pirâmides do Egito, ao Templo de Salomão, etc.
Autores posteriores encontram a origem da Maçonaria nos mistérios egípcios, Dionísiacos, de Eleusis, Mitra, e Druidas; em seitas e escolas tais como a dos Pitagóricos, Essênios, Caldeus, do Zoroastrismo, e as do Agnosticismo, nas sociedades Evangélicas que precederam a Reforma; nas Ordens de Cavalaria (Hospitalários e Templários); entre os alquimistas, Rosacruzes, Cabalistas; em sociedades secretas da china e dos árabes. Se afirma, além disso, que Pitágoras fundou a Instituição Druídica e portanto que a Maçonaria provavelmente existia na Inglaterra 500 anos antes de nossa era.
Um grupo importante de historiadores, especialista na matéria, consideram seu início no Sufismo, escola mística e virtuosa do Islamismo, nascida na Pérsia (Século VIII de nossa era) como resultado da união das doutrinas islâmicas com as religiões da Índia, em especial o budismo, e a qual se incorporaram elementos cristãos e neoplatônicos.
Outra corrente muito respeitável crê que os Templários são a ligação entre a Maçonaria, o Templo de Salomão e o Sufismo.
Do mesmo modo há quem, sem depreciar essas teorias, pensam que encontraremos o nascimento da Maçonaria nos grêmios dos construtores de catedrais e a forte influência que tiveram de uma equipe de sábios, pertencentes em certos casos, à Real Sociedade de Londres.
Outros, ensaistas maçônicos, os mais ortodoxos, afirmam que a verdadeira Maçonaria surge no século XVIII quando deixa de ser Operativa e se converte em Especulativa.
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