A maldição de Jacques de Molay, último grão mestre dos Templários

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  1. A QUEDA DOS TEMPLÁRIOS E A MALDIÇÃO DE JACQUES DE MOLAY

    “Todos vocês serão amaldiçoados até a 13ª geração”, foi a maldição lançada por Jacques de Molay, o último mestre templário, enquanto o fogo consumia seu corpo.

    Era o fim da mais poderosa ordem de cavaleiros surgida durante as Cruzadas.
    Como entender que, em poucos anos, os prestigiados monges guerreiros da Ordem do Templo, defensores da cristandade, se tornaram inimigos do Estado e do papa?

    Surgida em 1119, em Jerusalém, a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ou simplesmente Templários, tinha por missão proteger os locais santos de Jerusalém e os peregrinos cristãos que para lá viajavam. Lutando ao lado de reis durante das cruzadas derrotou as forças muçulmanas, inclusive na Península Ibérica. Paralelamente, acumulou uma enorme fortuna a ponto de emprestar dinheiro a reis e príncipes europeus tornando-se, em muitos países, a percursora dos bancos, inclusive na Suíça. O patrimônio da Ordem do Templo incluía mosteiros, fortalezas, terras aráveis, moinhos além muito ouro e prata guardados nos cofres de suas sedes espalhadas pela Europa. Os templários tinham ainda seus próprios navios nos quais transportavam artigos de luxo do Oriente para a Europa (sedas e especiarias). Tamanha riqueza pode ter contribuído para a ruína dos Templários.
    Ao final do século XIII, contudo, o destino dos templários começou a mudar.

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  2. As derrotas militares Jerusalém foi sede da Ordem do Templo desde sua fundação, em 1119 até a queda da Cidade Santa, tomada por Saladino em 1187.
    A sede templária foi, então, transferida para São João de Acre onde permaneceu pouco mais de um século, até nova derrota para os muçulmanos em 1291. A queda de Acre, o último estado cristão na Terra Santa, foi um golpe para os cristãos e os templários, que haviam jurado defender os locais sagrados. A ordem transferiu sua sede para a ilha de Chipre, a terra cristã mais próxima.
    Foi em Chipre que viveu Jacques de Molay, o último mestre da ordem, eleito em 1293. Em 1303, Chipre também foi perdida assim como a ilha de Rodes, e os cristãos expulsos do Oriente. O período das Cruzadas havia terminado.

    Os Templários caem em desgraça

    A perda da Terra Santa abalou o prestígio dos Templários e fez crescer a animosidade contra a ordem, especialmente pela vida de luxo e abundância de alguns templários, em contradição ao voto de pobreza.
    Em suas propriedades na Europa, cobravam taxas, banalidades, fretes, direitos etc. Possuíam um poder militar equivalente a 15 mil homens, treinados em combate – uma força que estava submetida unicamente ao papa. A presença dos templários como jurisdição pontifícia afrontava a soberania real limitando o poder do rei em seu próprio território. A situação ficou particularmente ruim para os templários a partir de 1305 quando Clemente V foi eleito papa e aliou-se a Filipe IV, o Belo, rei da França.
    O novo papa comprometeu-se a retirar a excomunhão da família real francesa, colocada pelo papa anterior.
    O papa e o rei, pensando em formar uma nova cruzada, propuseram juntar as duas ordens de monges guerreiros – templários e hospitalários – tendo por líder absoluto Filipe IV.
    O mestre templário Jacques de Molay rejeitou a ideia de fusão e se recusou a condecorar o rei francês como honorário da Ordem do Templo.

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  3. O pergaminho de Chinon Pergaminho de Chinon localizado em 2002 pela a historiadora Bárbara Frale nos arquivos do Vaticano. Em 2002, a historiadora Bárbara Frale localizou nos arquivos do Vaticano o original pergaminho de Chinon, produzido em 1308, no qual o papa Clemente V absolveu secretamente os líderes da Ordem do Templo. A condenação e morte na fogueira foi, portanto, teria sido responsabilidade do rei Filipe IV e não do papa e da Igreja, como se supunha. Contudo, paira uma grande dúvida sobre a data exata do texto. A datação por métodos modernos consegue comprovar a data em que o couro da capa foi preparado, mas não a data em que o texto foi escrito. Há quem sustente que o documento tenha sido produzido após 1314, com a finalidade de atenuar a provável exposição da crueldade papal. O pergaminho foi liberado ao público e a descobridora escreveu um livro a respeito, editado no Brasil em 2005. O destino dos Templários em Portugal Os templários estavam no Condado Portucalense antes mesmo do reconhecimento oficial da Ordem (1128). Desde 1126, eles lutavam para expulsar os muçulmanos da península Ibérica, o que lhes rendeu doações em castelos e terras. Em 1160, a Ordem estabeleceu a sua sede em Tomar. O processo de queda dos templários em Portugal iniciou-se com a recepção da bula Regnan in coelis, de 12 de agosto de 1308, em que o papa Clemente V informava os reis cristãos do processo movido contra a Ordem do Templo.
    Pouco depois, a bula Callidi serpentis vigil, de dezembro de 1310, o pontífice decretou a detenção dos templários.
    Diante dessas medidas, D.Dinis I, rei de Portugal, se esforçou para evitar a transferência do patrimônio dos templários para a ordem dos hospitalários. Finalmente, em 15 de março de 1319 conseguiu obter do papa João XXII a autorização para constituir a Ordem de Cristo para a qual foram transferidos os bens dos templários no país.
    A Ordem de Cristo sediou-se também em Tomar.
    Acredita-se que a Ordem de Cristo tenha sido um dos últimos redutos, na Europa, onde os templários continuaram a existir. Há quem afirme que sua esquadra e seus conhecimentos náuticos tenham servido para impulsionar as navegações portuguesas. O infante d. Henrique, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral entre outros, foram membros da Ordem de Cristo, ou seja, herdeiros dos templários.
    A esquadra de Vasco da Gama levava a cruz templária nas velas dos navios.
    Como escreveu Umberto Eco: “os templários sempre estão por trás de tudo” (O Pêndulo de Foucault).


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