A origem do termo é espanhola.
Significa “pano”, com sentido de quadro.
Assim, temos o que chamamos “Quadro de Pano”.
Tem como significado simbólico o de orientar os trabalhos. Demonstrar os símbolos que regem os trabalhos de determinado grau maçônico e elevar o pensamento à além de simples figuras.
O Painel do grau de Aprendiz não é diferente; eis que formata um resumo de todos os ensinamentos afetos ao grau.
De frente para o painel, precisamente pelo lado esquerdo, transpostos os três degraus de ascensão nos fazendo lembrar a necessária tríade escalonada para alcance do grau de Mestre, o que me chama a atenção em primeiro plano é a coluna “J”, especificamente nomidada de Jakin.
Através de uma interpretação latina, Jaquim significa “Ele firmará”.
Somada a coluna “B” – Boaz – força temos a complementação: “Ele firmará a força”.
Por seu aspecto, coluna traduz força, imponência da construção arquitetônica.
Sobre elas repousam as romãs, símbolo da união fraternal maçônica.
Podemos assim antever: COLUNA = FORÇA + UNIÃO.
A maçonaria verdadeiramente estruturada representada pela Coluna resulta da força entre irmãos e sua natural união.
Ao lado da coluna “J” visualizamos o malho e o cinzel.
O primeiro (malho) instrumentaliza a idéia de trabalho braçal, do uso da força. Nâo é instrumento de criação mas sim de desbastação.
Sempre retira e jamais recoloca aquilo sob o qual atuou.
Já o cinzel, representa o trabalho inteligente.
A capacidade do desbaste, da criação.
Unidos, o malho e o cinzel representam a vontade, a força que o aprendiz deve exercer para se tornar ou pelo menos sempre buscar seu aperfeiçoamento exterior e interior.
O dualismo, neste caso:
FORÇA + INTELIGÊNCIA
=
DESENVOLVIMENTO DE UM SER MELHOR.
Observamos que a força empregada para desbastar a pedra bruta não ocasiona apenas uma mudança externa desta.
As pancadas também são sentidas pelo interior da pedra. Significa dizer que o árduo trabalho de desbaste ocorre exterior e interiormente.
Aonde o indivíduo (Aprendiz) deve insistir principalmente em mudanças de seu interior, de seus pensamentos, de sua própria relação consigo mesmo.
No futuro, com o desbaste da pedra bruta, a transformação exterior ocorrerá de forma igualmente precisa.
Registre-se ainda o prumo, estrategicamente alocado acima das romãs.
Não representa apenas profundidade do conhecimento e sua retidão.
Enfoca também cautela, prudência, perspicácia e sagacidade sob o foco da união, ou seja, não basta o aperfeiçoamento unipessoal.
É preciso e até mesmo necessário que o conhecimento seja unificado e afeto a todos os irmãos.
Neste ponto, forma-se a tríade:
ESTABILIDADE + UNIÃO + RETIDÃO = CONHECIMENTO (representado pela Lua acima do prumo).
Acima e a esquerda da coluna “J”, focalizamos a prancha de traçar.
Historicamente, a prancha de traçar tinha como objetivo de manter em sigilo absoluto as comunicações maçônicas. Hodiernamente, verifico que tal posicionamento acabou ultrapassado visto que a Maçonaria não é mais considerada Secreta e sim Discreta.
Segundo Rizzardo de Camino, a prancha de traçar é o local destinado a receber uma mensagem ou produzir uma comunicação.
Mediante um olhar um pouco mais atento, percebemos que a prancha fica posicionada entre as romãs e o prumo, formando uma nova perspectiva:
UNIÃO + CONHECIMENTO = RETIDÃO
(no sentido de pensar – de almejar aquilo que está dentro de um padrão de aceitabilidade não só entre irmãos, mas também por toda a sociedade).
Podemos afirmar que o somatório realizado entre a união e o conhecimento ou retidão resulta no aperfeiçoamento maçônico a ser transcrito na prancha para futuras gerações.
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