ANDRAGOGIA MAÇÔNICA


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O Maçom que se limita ao conhecimento ou à instrução é comparável às belas árvores que se vestem de flores, mas que nunca frutificam
Batuíra.

Andragogia, terminologia e método criado pelo norte-americano Malcolm Knowles, é a Arte e Ciência de orientar adultos a aprender.

E esta arte é o que nós, na Maçonaria, precisamos aprender, atualizar e dar um novo rumo ao aprendizado que transmitimos não só aos que entram mas, principalmente, aos que estão a mais tempo na Ordem.

Não cabe mais ler para pessoas alfabetizadas, nem ter uma postura paternalista e protetora, tratando adultos, profissionais, com a pedagogia para crianças.

Se a criança requer dependência de quem transmite o conhecimento, o adolescente questionando e rebelando, solicita de quem transmite maior habilidade nesta transição, sendo o adulto maduro e independente.

E esta a ótica que precisamos ter para a transmissão dos nossos conhecimentos. Ele quer compartilhar, participar e colaborar.

A maturidade da fase adulta leva à independência, e com as experiências é proporcionado aprendizado e, também, erros, que trazem vivências que marcam para toda a vida.

Há a capacidade de crítica e de análise das situações. E com os paralelos nas experiências da vida, aceita ou não as informações que chegam. Tem discernimento. 
Mais intelectualidade, experiência e vivência.

Portanto, não cabe mais ensinar com pegagogia como a utilizada para a fase infantil, onde tudo é absorvido.

Andragogia, nesta fase, é o “ensino para adultos”. 
Caso típico da Maçonaria. 
E que deveria ser um caminho educacional que busca compreender o adulto, considerando todos os componentes humanos, e decidir com um ente psicológico, biológico e social.

Se faz necessário que tenhamos uma visão holística do Maçom.

Também, por aí compreendemos que o Aprendiz Maçom deve ser tratado como tal, ou seja, um adulto, e não um ser infantilizado e desprovido de vivência, conhecimento e de ação.  

Não! Há nele uma história que precisa ser despertada e colocada à disposição dos IIr.´., compartilhando as várias vivências de todos com todos. E esta vivência transformando o conteúdo e transformando e impulsionando a assimilação do conhecimento.

O adulto absorve, digere e aplica, é o apender através do fazer, o “aprender fazendo”.

Há quem diga que a andragogia na essência é um estilo de vida, sustentado a partir de concepções de comunicação, respeito e ética, através de um alto nível de consciência e compromisso social.

No relacionamento, diferente da educação infantil, onde há um superior e um inferior, na educação de adulto as regras são diferentes: os facilitadores, os Mestres; e os alunos, os Aprendizes e Companheiros.

Sabem que têm diferentes funções, mas sem superioridade ou inferioridade.

Ninguém educa ninguém, nem ninguém aprende sozinho; nós, homens, aprendemos através do mundo.  Paulo Freire.

Essa possibilidade de compartilhar vivências é o que tornará nossas Sessões Maçônicas mais atraentes, dinâmicas e úteis para absorção de conhecimento e possibilidades  de descobertas de ações, sejam elas individuais ou coletivas. 

Precisamos começar a migrar e transformar nossos ensinamentos, ainda imaturos, para ensinamentos com enfoques andragógicos. 

Explorando as capacidades, os talentos e habilidades dos Aprendizes e Companheiros, que atuando saberão melhor agir com os propósitos maçônicos disponibilizados. Além de proporcionar aos demais Mestres novos aprendizados.

Ensinar não é transferir conhecimento mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Paulo Freire.

E também autonomia, um dos ensinamentos de nossos IIr.´. Iluministas, hoje em dia esquecida na Maçonaria. Estamos cada vez mais com Maçons Obedientes, em vez de disciplinados e comprometidos.

Reflexo da pedagogia infantil, utilizada –como por exemplo- nas leituras de instruções ou nas formalidades inibidoras, com o medo tradicional do questionamento. Quem questiona, atrapalha.

Aplicando o modelo andragógico na Maçonaria, veremos que os Maçons, na diversidade em Loja, poderão eles mesmos constituir o recurso mais rico da própria aprendizagem. O conteúdo é oferecido, mas a busca é individual.

Necessário é que façamos uma ampla ligação dos conteúdos dos nossos Rituais, doutrina e valores, para o dia a dia da vida que estamos enfrentando hoje, neste mundo de novidades e mudanças.

Por isso, a leitura amplia o nível cultural e possibilita a compreensão deste mundo novo, globalizado. 

Não cabe mais avaliar nossos conhecimentos pelo passado, mas trazê-los para o futuro e que este se ilumine com esta leitura atual.

Hoje em dia não cabe mais o envolvimento do ser humano na esfera do “pensar” através de estímulos lógicos e racionais. Faz-se necessário o envolvimento na esfera do “sentir”, proporcionando estímulos interiores e emocionais.

Só assim poderá o SENTIR estimular o QUERER, transformando em VONTADE e AÇÃO. 

De nada vale a Maçonaria e seus ensinamentos se não tiver AÇÃO.

Esta é a única maneira de tornar feliz a humanidade. 
Ou seja, precisamos fazer o Maçom, com sua vivência e com os ensinamentos adquiridos AGIR NA SOCIEDADE e não apenas e tão sómente dentro do Templo, que todos nós já sabemos como é.

O que nós precisamos é a sociedade saber o que o Maçom faz, pois sabemos que o mais importante na Maçonaria é o Maçom, ela foi feita para ele.

É hora de parar de observar, é hora de começar a fazer.

É sempre melhor fazer para ensinar depois, do que ensinar sempre sem nunca fazer ou ter feito.

Oriente de Guarulhos, 30 de Março de 2017, da E.´. V.´.

ANTONIO CLAUDIO VENTURA, M.´.M.´., CIM 270360   
1º Vig Anuênio 2016-2017

Bibliografia:                                                                      ANDRAGOGIA, UM CONCEITO DE
EDUCAÇÃO.                                                                      A TROLHA, MAR.2010



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