Regularidade e Reconhecimento Maçônico
Para os recém chegados ao
seio da maçonaria tudo parece muito confuso, afinal, quando ainda éramos
candidatos pensávamos que a maçonaria era uma instituição única e universal
igual a clubes de serviços como Lions e Rotary.
Ledo engano, a
maçonaria não tem marca registrada, mas tem seu próprio sistema organizacional,
a shirarquia, e o fato é que a maçonaria é uma grande família
mundial, e como tal, para a ela pertencer, você tem que descender de algum
membro real (ou regular) desta família.
Ser “maçom” de uma loja irregular, é como dizer que é
herdeiro do trono de Portugal… Talvez até alguns acreditem, mas não reproduz
verdade ou o verdadeiro poder e efeitos que isso congrega.
A maçonaria, é uma ordem fraterna que congrega homens em
lojas (grupos de pessoas), que por sua vez são agrupados em potências, mesma
coisa que obediências, que são os grupos de lojas. Ela utiliza de sistemas de
aprendizado baseado nos antigos ensinamentos esotéricos, gnósticos,
filosóficos, etc. Esse conhecimento é transmitido em sessões, realizadas em em
lojas maçônicas, através de protocolos e metodologias que denominamos “ritos”.
Hoje, a maçonaria
regular universal possui mais de seis milhões de membros espalhados por quase
todos países no mundo. Em geral, cada país possui pelo menos uma potência
regular que organiza as lojas existentes naquela região em uma mesma cadeia
administrativa.
Aqui no Brasil, atualmente existem
somente três grupos regulares:
O Grande Oriente do Brasil (GOB), a Confederação Maçônica
do Brasil (COMAB) e os filiados à Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil
(CMSB), mais adiante vamos falar sobre esses grupos e suas peculiaridades.
História da maçonaria
No início, a maçonaria era composta por grupos que buscavam
seu aprimoramento e auto-proteção, composta exclusivamente por pedreiros,
arquitetos ou construtores (artesãos), ou seja, pessoas que trabalhavam na
construção civil.
Obras como as catedrais de Reims, Estrasburgo, a basílica de
São Pedro em Roma, de Sevilha, de Toledo e a famosa catedral de Notre Dame em
Paris, entre outros, foram construídas por maçons.
Por isso a geometria é tão
empregada na maçonaria, antigamente por uso prático e metafórico, hoje, exclusivamente
na metáfora da construção do individuo como alicerce de uma sociedade mais
justa, humana e igualitária.
Os primeiros
documentos conhecidos da maçonaria estão contidos no Manuscrito de Halliwell,
ou mais conhecido por Poema Regius, eles contam como o ofício de livre maçom
foi introduzido na Inglaterra durante o reinado do Rei Etelstano (924 a 939 –
DC), não se sabe a data exata em que foram escritos, mas a ciência moderna
apurou com a datação de Bond, que os documentos são da metade
do século XV.
Em seguida, temos o Manuscrito de Matthew Cooke, ou
“Constituições Góticas da Maçonaria”, abordando diversos outros aspectos como a
geometria equiparando-se a própria arte de maçonaria, e assim vários outros
documentos foram sendo descobertos ao longo dos séculos, cada qual dando sua
parcela de contribuição para os trabalhos como conhecemos hoje.
Há um descritivo de que em 1646, Elias Ashmole, um
antiquário, politico, oficial de armas e estudante de astrologia e alquimia
britânico, fora feito maçom em uma loja de homens que não trabalhavam na
construção civil, sendo os primeiros relatos do surgimento da maçonaria
especulativa. Nos anos de 1660 há mais evidências históricas de lojas que
iniciavam membros que não eram trabalhadores da construção.
Logo, a
maçonaria operativa era composta exclusivamente por construtores, pedreiros e
arquitetos, enquanto a maçonaria especulativa, foram as lojas que congregavam
pessoas de outras profissões, na forma que conhecemos hoje.
A partir do século XVIII a humanidade começa a experimentar o
iluminismo, um movimento intelectual e filosófico que mudou o mundo das ideias,
transformando o conhecimento empírico em científico, substituindo o controle
monárquico e do clero pelo controle da sociedade, com a visão de espalhar pelo mundo
a ideia de desassociação das igrejas e o estado, liberdades individuais,
igualdade entre os homens e o sufrágio universal.
Em Londres é fundada em 1717 a Grande Loja da Inglaterra
(UGLE – United Grand Lodge of England), na união das lojas Goose and Gridiron,
The Crown, Apple-Tree Tavern e a Rummer and Grapes Tavern, sua preocupação
inicial é aumentar seus quadros associativos e deter a quantidade de formas
ritualísticas que surgiram na época, destoando a maçonaria dos princípios
operativos deixados pelos construtores.
Como resultado do trabalho inicial
dessas lojas, em 1723 publicam o “The Book of Constitutions of Masonry”, o
livro das constituições da maçonaria, que eleva, por reconhecimento, sua
autoridade para além de Londres.
O conhecimento sobre
a nova maçonaria que se formara atravessa o Canal da Mancha, e em 1725 é
fundado o Grande Oriente da França (GODF – Grand Orient de Francé), que se
reúne em assembléia e também passa a iniciar e reconhecer maçons que não
trabalham na construção, bem como, pessoas ateias, gnósticas, agnósticas ou de
qualquer outra religião ou crença.
Com a chegada dos maçons modernos, que não
trabalhavam na construção, os conhecimentos utilizados em torno da obra “física” deram
espaço para metáforas sobre a construção do próprio ser e da sociedade,
despertando nos membros sua responsabilidade de viver uma vida progressista
para a humanidade, de não ser uma pessoa estéril na sociedade.
A
maçonaria no Brasil
Conforme os anos foram passando, a maçonaria foi se
estendendo pelo mundo todo, chegando ao Império do Brasil oficialmente em 1796
com a Loja Areópago de Itambé, fundada por Manoel Arruda Câmara. Em 1797 é
fundada a Loja Cavaleiros da Luz em Salvador e a Loja União em 1800, que
sucedeu a Loja Reunião em 1802 no Rio de Janeiro.
Em 1807, Dom João VI,
imperador do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, é obrigado a fugir de
Portugal que é tomado pela França durante as guerras napoleônicas, escoltado
por uma esquadra inglesa e alguns navios portugueses, ele chega à Bahia em 24
de janeiro de 1808, em 8 de março do mesmo ano se transfere para a capital
Rio de Janeiro.
O clima político no Brasil era efervescente, altamente
influenciado pela dissolução das colônias britânicas que fundaram os Estados
Unidos da América em 1776 e pelo liberalismo que nascia paralelamente apoiado
ao iluminismo.
Como consequência, em 1789 tivemos a inconfidência mineira, em
1798 a conjuração baiana, entre outras revoltas.
Dom João VI foi um gestor público que influenciou
positivamente em diversos aspectos os brasileiros naquele momento, já na sua
instalação criou o Banco do Brasil, a Academia Militar, o Jardim Botânico, a
Academia de Belas Artes, a Biblioteca Nacional, os Correios, o Museu Real,
entre outras grandes entidades que existem até hoje.
Além de ter reformado
portos e ter feito o calçamento da capital, Rio de Janeiro, a maioria desses feitos
com dinheiro do reino, herdado e trazido de Portugal.
Mesmo com todos esses feitos, o povo caminhava para sua
independência política do reinado, da igreja e das autarquias portuguesas, e
sendo assim, influenciados pelos ideais liberais e iluministas do incutidos
pela maçonaria, em 1817 deflagram a revolução pernambucana, que como as outras
revoltas é duramente reprimida pelas autoridades portuguesas.
Paralelamente a
isso, o Grão Mestre de Portugal – Gomes Freire de Andrade, lidera uma revolta
para implantar um regime publicano em Portugal, que estava sob intervenção
britânica, nas mãos de William Carr Beresford.
É descoberto o movimento e suas origens que fracassam,
desencadeia-se dali uma série de perseguições aos maçons.
Em 30 de março de
1818 Dom João VI decreta o fechamento das lojas maçônicas no reino de Portugal,
Brasil e Algarves.
Em 1820 uma nova revolta popular em Portugal, que vive uma
crise econômica sem precedentes – A revolução do Porto. Por aclamação dos
portugueses e o fim das guerras napoleônicas, Dom João VI e a família real
retornam para Portugal em 1821, deixando seu filho, Dom Pedro I como príncipe
regente do Brasil, o que enseja o reavivamento da maçonaria no Brasil, com
objetivo de constituir a primeira obediência nacional e usá-la como propulsora
da propaganda liberal no país.
Conforme a ata de 2
julho de 1821, se reinstala a Loja Comércio e Artes “da
Idade do Ouro”, praticante do Rito Adonhiramita.
Ficou deliberado nesta data, o seu desdobramento com a finalidade de fundar e
instalar as lojas Esperança de Niterói e União e Tranqüilidade, compondo dessa
maneira o tripé inicial, sobre o qual se estalaria em 17 de junho de 1822 o
Grande Oriente Brasílico.
Os quadros das lojas são formados por sorteios entre
os membros da Loja Comércio e Artes.
O principal objetivo desta nova (e primeira) obediência no
solo brasileiro é a independência do Brasil, assim como nos meios maçônicos se
deu com a fundação do Grande Oriente Brasílico.
A elite portuguesa, em crise econômica e enciumada com a
evolução do Brasil, que fora fomentada pelo próprio Dom João VI desde sua
chegada – e com dinheiro português, pressionava as cortes que redigiam a
constituição portuguesa para rebaixar o Brasil para a categoria de colônia.
Pressionado por essas cortes, Dom João VI emitiu três decretos:
– Que tornavam inefetivo o título de príncipe regente no
Brasil;
– Suprimia o Supremo Tribunal do Rio de Janeiro, sendo que
todas revistas de causas pleiteadas deveriam decidir-se em Lisboa, conforme a
organização judiciária da época;
– Que repatriava e exigia o imediato retorno do príncipe
regente Dom Pedro I para Portugal.
Obviamente isso não foi bem quisto pelos brasileiros,
principalmente porque atropelava os princípios de igualdade, já que um cidadão
qualquer não poderia interpelar no seu processo através da mais alta corte, já
que ficara em outro continente, sendo isso reservado somente aos mais abastados
ou pessoas do meio burocrático.
Começa então a primeira grande ação efetiva dos novos maçons
brasileiros, que colhem cerca de oito mil assinaturas da população pedindo para
o príncipe regente ficar no Brasil. Em 9 de janeiro de 1822, pronunciou-se o
príncipe no episódio que ficou conhecido como “dia do fico”, dizendo: “Como é
para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que
fico!”, declara também neste ato, que nenhuma ordem das cortes portuguesas
seria cumprida no Brasil sem a sua autorização.
Em 2 de agosto de 1822 o príncipe regente é iniciado nos
augustos mistérios da maçonaria, na Loja Comércio e Artes, recebe o nome
histórico (característico do Rito Adonhiramita) de “Guatimozim”.
Daí em diante o Grande Oriente Brasílico (e mais tarde, o
Grande Oriente do Brasil) passa a ser o percursor infiltrado em muitas das
grandes decisões e dos momentos políticos do Brasil, do grito da independência
até a proclamação da república, sempre agindo para o bem comum da sociedade,
com o mais puro sentimento de patriotismo que permeia um maçom, e sendo
exponente dos ideais de igualdade, liberdade e fraternidade.
Mas por aqui
é o básico que você precisa entender da nossa história para passar ao próximo
tópico.
Regularidade
Conforme observado, a maçonaria viajou através dos
continentes e do próprio tempo, se remodelando em cada situação para atender as
novas demandas e as intempéries sofridas pela humanidade.
Dentro deste aspecto,
ela não poderia se organizar como uma única instituição, com base e sede
centralizadora, pois seria fácil que quaisquer tirano derrubasse sua
organização, que não foi o caso até aqui.
Por isso também, Rotary, Lions e outras associações de
serviços com administração centralizada, tem como premissa não intervir em
política ou religião, elas sequer permitem o comentário sobre esses assuntos em
suas fileiras.
Este método de organização talvez preceda a maçonaria
especulativa, e remonte às guildas de construtores, quando membros
reconheciam-se entre si através de toques e suas lojas seguiam estritos
preceitos de regularidade, estes, que culminaram mais tarde na formatação dos
oito pontos de regularidade (Eight points of regularity and recognition) que
podem serem encontrados na íntegra no “Book of Constituitions”.
E aqui começa o desenrolar da nossa problemática, pois o
primeiro (e mais importante ponto) diz que:
“Uma (nova) loja somente pode ser formada por uma obediência
regular e reconhecida ou por três ou mais lojas regularmente constituídas em
uma potência regular e reconhecida”.
Esse ponto é o que
chamamos de regularidade de origem, ele determina se uma loja, e
consequentemente seus membros, podem ou não se ligar a shirarquia (tenha aqui
como família) maçônica.
Aqui já são barradas a maioria das ditas “obediências
maçônicas”, o que chamamos de espúrias – ou – simplesmente irregulares, mas que
de fato, não passam de associações não maçônicas com trajes e rituais
maçônicos.
Pois embora figurem como tal, não são compostas seguindo os antigos
ditames da maçonaria, e por assim, não podem ter ligação com a maçonaria
regular e tradicional que une todos maçons do universo em prol de objetivos comuns.
Então, uma loja não pode ser formada por três, dez ou cem
maçons regulares de lojas regulares e reconhecidas da maçonaria tradicional.
Nem por uma única ou duas lojas de uma obediência dentro deste mesmo escopo,
mas tão somente conforme diz a primeira lei: Por uma obediência regularmente
constituída ou por três ou mais lojas regularmente constituídas.
Como a história nos
mostrou, tivemos no Brasil uma grande descendência da maçonaria que permeava a
Europa no século XVII e aqui se instalou fundando o Grande
Oriente do Brasil, doravante denominado somente por GOB.
Que em 1880 foi
reconhecido pela Grande Loja Unida da Inglaterra (UGLE –
United Grand Lodge of England), berço da maçonaria
especulativa mundial, como regular e assim reconhecida em todo orbe terrestre
por todas lojas maçônicas regulares e também reconhecidas.
O GOB hoje acumula
centenas de tratados, dos mais diversos tipos, com outras obediências regulares
de todo o mundo.
Le Droit Humain
Em 1901 um grupo
tenta uma mudança brusca no seio da Grande Loja Escocesa, contrariando os
antigos costumes, Georges Martin, um maçom francês, convence os obreiros de uma
loja de iniciar uma mulher.
Assim feito, iniciam sob sigilo uma mulher
chamada Maria Deraismes, militante feminista que queria
ser membro da maçonaria.
Com este fato,
descumpriu o quarto ponto de regularidade, que diz:
“Uma loja somente será compostas por homens; E cada
obediência na hierarquia maçônica será composta somente por lojas de homens,
sem miscigenação de sexo ou lojas que admitam mulheres”
Quando fora descoberto tal feito, os envolvidos na oficina
foram todos expulsos da Grande Loja Escocesa, e consequentemente, da grande
família maçônica mundial.
Tendo perdido seus títulos e ligação à maçonaria
mundial, acabaram por fundar sua própria “obediência”, que admitiria desde sua
fundação homens e mulheres, o nome dessa entidade é Le Droit Humain.
Talvez não tenha sido o berço da maçonaria espúria, ou
irregular no mundo, omas certamente é o caso mais conhecido entre todos maçons
e historiadores pelo seu tempo de atuação, que perdura até hoje.
Ao longo dos anos, novos grupos como o Le Droit Humain
surgiram e acabaram dando forma para a nomenclatura “lojas mistas”, surgiram
também grupos exclusivos de mulheres, que de fato, nada diferenciam-se das
lojas irregulares somente de homens, pelo simples fato de não terem nenhuma
ligação à maçonaria, somente utilizando de tal nome para simples alimento dos
seus egos.
Le Droit Humain traduzido ao português quer dizer “direitos
humanos” –
Como se houvesse algum consenso mundial em relação a maçonaria, que
certamente é inexistente!
A maçonaria é uma organização de cunho filantrópico
privado e discreto, onde somente homens convidados a fazerem parte de suas
fileiras, após iniciados, são reconhecidos como legítimos maçons em uma
fraternidade universal.
Esta fraternidade é a guardiã dos princípios de
igualdade, liberdade e fraternidade à eras que remontam mais de três séculos de
história em praticamente todos os países do universo.
No
Brasil, quem é regular?
Entre cisões, idas e
vindas da maçonaria no Brasil, compilarei o básico que você precisa saber para
entender (e também explicar) a regularidade
de origem das obediências
brasileiras que são regulares.
Grandes Lojas Estaduais (CMSB) Confederação da Maçonaria
Simbólica do Brasil)
Em 1927, um desacordo
no seio do GOB, em virtude de eleições mal realizadas e da cobiça de membros
pelo poder, acabou gerando uma cisão em seis unidades federativas brasileiras,
que por sua vez, uniram suas lojas e utilizando do preceito de três ou mais lojas regulares ter autoridade para fundação de
uma nova grande loja regular, assim o fizeram.
Foram fundadas na cisão de 1927 a Grande
Loja do Amazonas, Grande Loja do Pará, Grande Loja da Bahia, Grande Loja da
Paraíba, Grande Loja do Rio de Janeiro e Grande Loja de São Paulo. Em seguida,
no mesmo embalo, foram fundadas a Grande Loja de Minas Gerais, a Grande Loja
Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul e a Grande Loja Maçônica do Ceará.
Juntas, em 12 de
novembro de 1965, elas fundaram a CMSB –
Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, como um grupo que reúne e
organiza os interesses comuns de todas grandes lojas estaduais – Note que a
CMSB não é uma obediência maçônica como o GOB, mas um grupo que organiza
diversas obediências maçônicas regulares situadas em cada estado brasileiro.
Essas novas obediências, embora regulares, não possuíam (ou
ainda possuem) reconhecimento de nenhuma obediência com autoridade suficiente
para reagrupá-las na grande shirarquia maçônica universal, ou seja, seus
membros estavam impedidos de frequentas outras lojas se não da mesma
obediência, e vice-versa, membros do GOB não poderiam (ou podem) frequentar
lojas pertencentes às grandes lojas estaduais.
Isso prevaleceu até 1999,
quando as primeiras grandes lojas, após profundo e restrito escrutínio à cerca
da sua regularidade, passaram a serem reconhecidas por grandes obediências
internacionais e seus membros passaram a integrar a grande família maçônica
novamente.
Grandes Orientes Estaduais (COMAB) Confederação Maçônica do Brasil
O tempo passou e o Grande Oriente do Brasil retomou suas
forças, mas o espírito de distância imposta entre os irmãos pertencentes aos
grandes orientes estaduais (até então federados ao GOB) e as grandes lojas,
somados ao descaso de parte da cúpula administrativa do Grande Oriente do
Brasil e novamente brigas eleitorais, levaram a uma segunda cisão em 1973.
Há de entendermos que o Grande Oriente do Brasil funciona
como uma república federativa, e na época, todos orientes estaduais à ele eram
federados.
Desta vez, um a um, foram desfiliando-se do GOB um a um os
grandes orientes de São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio Grande do
Sul, Ceará, Paraná, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e do Rio
de Janeiro, que ficaram conhecidos como “grandes orientes estaduais”.
Estes grandes orientes, após a cisão, agruparam-se em uma
entidade que representasse seus objetivos em comum e congregasse esforços para
obtenção de resultados, esse grupo foi chamado de Confederação Maçônica do
Brasil ou COMAB.
Quem
é a CMI?
A CMI – Confederación Masónica Interamericana, é um
colegiado que reúne 79 obediências regulares e reconhecidas dos continentes
americanos para congregar objetivos em comum.
Concluindo o assunto
Logo, são regulares no Brasil somente três vertentes que
nasceram de cisões da mesma obediência brasileira:
– As grandes lojas estaduais, representadas e agrupadas pela
CMSB;
– Os grandes orientes estaduais, representados e agrupados
pela COMAB;
– Os grandes orientes do GOB – Grande Oriente do Brasil.
A CMI, como a CMSB e a COMAB não são obediências maçônicas (e
por isso não detém ou tem autoridade de reconhecimento) mas representam e
congregam objetivos de grupos de obediências maçônicas regulares.
Praticar
um ritual (coisa de seitas) ou ser maçom?
Muito se confunde na relação ritual e maçonaria.
A imitação
de um ritual maçônico autentico não o torna um maçom, ou faz de um templo uma
loja, é preciso muito mais do que isso, é preciso principalmente estar conexo a
grande rede mundial que integra todas obediências, lojas e maçons em todo o
universo, com projetos, objetivos e princípios comuns. Isso é maçonaria!
Quem pratica ritual (seja adonhiramita, heredom, escocês
antigo e aceito, york, moderno, ou qualquer outro) sem pertencer a maçonaria,
pertence de fato a uma seita, nada além disso. Esses rituais podem ser
encontrados na internet, com todas palavras chaves, toques e sinais possíveis.
Saiba que não é (mesmo) isso que define o que é maçonaria ou o que é ser maçom,
há um universo muito mais amplo.
Maçonaria
irregular: Um problema social!
Quando uma pessoa é convidada a fazer parte da maçonaria,
muito provavelmente ela não teve a sorte de ler este texto previamente.
Uma breve historinha…
O convite vem como um ovo de ouro, ou uma pérola rara, por um
amigo, por um conhecido ou até um familiar.
Logo, essa pessoa, com a melhor das intenções, aceita e
dispensa dinheiro e tempo em participar de entrevistas para sindicantes,
preencher papéis, pagar taxas de iniciação, etc. Conversa com sua esposa,
explica o pouco que sabe, convence e dá seguimento ao processo.
Passado algum tempo, recebe a noticia que seu nome foi
aprovado, compra um terno, gravata, sapato, meia, cueca e aguarda o dia da sua
iniciação. A esposa faz um almoço especial, o candidato se veste, almoça e
aguarda ansioso a carona que virá buscá-lo. É “iniciado”, e após algumas horas
retorna para casa; A esposa com receio em perguntar o que se passara, mas
recebe um par de luvas brancas e algumas instruções.
E assim se vão as semanas, despendem os trabalhos, as
sessões, os esforços, as instruções e tudo mais, como se em uma autêntica loja
maçônica fosse, afinal… Até o teto é pintado com a abóboda celeste, cheia de
significados e mistérios! Uau!
Vivemos em sociedade, e invariavelmente, em algum momento um
vizinho bisbilhoteiro sempre nota sua saída semanal de terno, ou uma amiga da
família comenta, e o que era pra ser discreto acaba tomando algumas bocas, que
não falham em falar.
Sua esposa também tem seu circulo social, convive com amigas
no cabeleireiro, no clube e na igreja. Após algum tempo, chega nestes meios a
notícia que seu esposo “é maçom”, e como seus pares, convidam para que se
juntem aos eventos promovidos pelas diversas lojas maçônicas da cidade. A
esposa se arruma, faz chapinha, unhas, compra um vestido. O marido naturalmente
querendo ampliar seu circulo social e conhecer pessoas diferentes daqueles que
frequentam sua “loja”, também se arruma impecavelmente, mas ao chegar lá são
barrados de entrar – Sinto muito, mas sua loja não é regular!
Na próxima sessão, comente com seu padrinho, ou na “loja”
onde foi iniciado.
Recebe a explicação de que tudo é relativo, que regularidade
e reconhecimento na maçonaria é “relativíssimo” e dentro das potências
regulares existem membros que roubam, que querem dominar os outros membros e
lojas, que são más pessoas na sociedade onde convivem. Que tudo é relativo e
naquele lugar só querem fazer o certo, à parte de toda “podridão” da maçonaria
tradicional, que são os salvadores de mais de três séculos de história da maçonaria.
É claro que uma pessoa tão boa não poderia estar mentindo,
afinal, até o Roberto Jeferson, maior ícone na roubalheira do mensalão foi
regularizado no Grande Oriente do Brasil… Assume isso por verdade, e o tempo
passa, recebe o segundo, o terceiro grau… Resolve convidar um amigo! Faz todo o
processo de indicação e inicia um afilhado. Este afilhado, passa pelo
mesmo processo de iniciação que seu padrinho, as mesmas decepções.
Por ser muito mais vaidoso que seu padrinho, o afilhado
espalha aos quatro ventos adesivos e caricaturas de “esquadros e compassos”.
Certa vez vai procurar um emprego, e o empregador que é um maçom regular,
percebendo que obviamente trata-se de um membro de uma “loja” espúria, por não
conhecê-lo, sente-se tolido a não aceitá-lo, por melhor que seja suas
qualificações, afinal, ficaria deslocado frente aos seus pares.
– E assim o vendedor não vende;
– O funcionário não é promovido (ou é demitido);
– A esposa é colocada em uma situação de total desconforto
social perante suas amigas.
Vejam nessa pequena historinha quantos problemas sociais são
gerados pelas falsas maçonarias, em quantas enrascadas nosso personagem entrou
e colocou todos ao seu redor.
É por isso que devemos lutar pela informação das
pessoas e por conscientizar membros de falsas maçonarias para que não levem
mais pessoas para estas associações, e também, se realmente desejam ser maçons,
busquem sua regularização junto a entidades tradicionais, regulares e
reconhecidas.
Não há nenhuma vergonha em não ser maçom, ou em ter caído nas
unhas dessas entidades, muitas poucas pessoas tem a capacidade de se informar
antes de aceitar um convite deste tipo, ainda mais, quando eles vem de uma
pessoa próxima, ou com um pedido de sigilo, que coloca a pessoa a pensar nas
coisas mais mirabolantes possíveis.
Mitos
da regularidade (ditos por irregulares)
A loja
(ou obediência) é regular porque é registrada nos órgãos competentes e possui
CNPJ
Qualquer grupo de pessoas pode abrir uma associação, para os
mais diversos motivos e assuntos, desde a defesa de animais até lojas
maçônicas, o tramite é semelhante ao abertura de uma empresa.
A loja
é regular porque segue os preceitos antigos e aceitos
Se seguisse os preceitos antigos e aceitos não haveria loja,
se há loja e não é reconhecida pelos seus pares, algo de errado existe na
formação desta nova loja – Tudo o que uma obediência regular quer é mais lojas
e mais membros para fortalecer seus números e fileiras, isso é óbvio.
A
maçonaria feminina (ou mista) não tem nenhum dever de regularidade para a
maçonaria masculina (ou tradicional)
Não existem AS maçonarias, existe A maçonaria, embora que
descentralizada, ainda assim, é uma organização mundial que congrega lojas
seguindo os ditames acima citados de regularidade e reconhecimento, em nenhuma
hipótese houve ou haverá agora ou no futuro uma loja somente com mulheres ou
mulheres e homens misturados.
Existem
duas (ou mais vertentes) da maçonaria, a regular é a da Inglaterra e a
irregular é a da França, por aceitar ateus e não utilizar a bíblia, mas ambas
são maçonarias
Sim, ambas são maçonarias! E a maçonaria francesa
(representada pelo Grand Orienté de France – Nosso parceiro de conteúdos,
inclusive) é descendente da maçonaria inglesa, ambas regulares e reconhecidas
mundialmente. Nada tem a ver com questões de relativização das suas
regularidades ou reconhecimentos.
Nós
adotamos a constituição e/ou os landmarks de Anderson, Mackey, Chow-chow,
Pitbull (ou qualquer outro) e por isso somos regulares
Landmarks pouco importam quanto sua regularidade de origem,
se você não possuir a regularidade de origem, nenhum landmark poderá torná-lo
maçom com um “canetaço”.
É o mesmo que você afirmar ser descendente do trono
inglês, sem jamais ter nascido de um ventre real…
Nenhuma caneta no mundo
mudará isso!
Como
agir
Se você
foi convidado a fazer parte da maçonaria:
Pergunte ao seu padrinho,
a pessoa que lhe convidou, qual o nome da loja e obediência ao qual pertence a
loja, isso não é pecado ou imoral de ser perguntado mesmo a entidades
regulares. Verifique se a loja realmente pertence à obediência indicada
(ligando para ela), e se a obediência indicada está relacionada no site do GOB,
COMAB ou CMSB.
Se você
já entrou em uma falsa maçonaria:
Deixe de participar das
reuniões imediatamente, oriente qualquer outra pessoa que tenha indicado para
fazer parte que também o faça, procure o Ministério Público para mais
informações.
Regularização
Se perdura em você a
vontade de ser maçom, não deixe de seguir o caminho correto para a integrar as
colunas de uma loja regular. No nosso site temos um artigo bastante
esclarecedor com algumas dicas para você ser atrativo para que outros maçons
convide-os a ser iniciado.
Não deixe também de entrar em contato com as obediências maçônicas regulares da
sua cidade para averiguar possibilidades conforme as regras daquela obediência
ou loja.
Lista
de grupos irregulares e não reconhecidos
Embora seja muito difícil de enumerar todas falsas maçonarias
de um país, pois a cada dia surgem novos grupos, com interesses escusos ou não,
seguem alguns deles:
No
Brasil
Sereníssima Grande Loja Unida da Amazônia (GLUAM)
Grande Loja Regular Brasileira
Grande Loja Maçônica Independente do Brasil (GLIB)
Soberano Santuário Maçonico do Nordeste do Rito Memphis Misraim
Grande Oriente Independente de Santa Catarina (GOISC)
Grande Oriente Nacional Glória do Ocidente do Brasil
Grande Loja Unida do Brasil (GLUB)
Grande Oriente Maçônico Illuminati do Brasil (GOMIB)
Grande Loja Adonhiramita do Rio Grande do Sul (GLADON)
Grande Oriente Maçônico do Brasil (GOMB)
Academia Maçônica Brasileira (AMBRA)
Grande Loja Arquitetos de Aquário (GLADA)
Grande Oriente Feminino (GOF)
Grande Loja Independente de Santa Catarina (GLISC)
Le Droit Humain Brasil
Le Droit Humain BR
Maçonaria Paulistana
Maçonaria Symbólica Nacional Brasileira (MSNB)
Grande Oriente Independente de São Paulo (GOISP)
Grande Loja Unida de Roraima (GLURR)
Grande Oriente Paraense (GOPA)
Grande Loja Regular do Rio Grande do Sul (GLRRGS)
Grande Loja Maçônica Unida do Estado de Pernambuco (GLMUEP)
Grande Oriente Independente do Paraná (GOIP)
União Mineira de Lojas Maçônicas Independentes (UNILOJAS)
Grande Oriente Estadual do Paraná (GOEP)
Grande Loja Unida da Amazônia (GLUAM)
Grande Loja Unida do Paraná (GLUP)
Grande Loja Brasileira (GLB)
Grande Loja Unida Brasileira
Grande Loja Maçônica Mista do Brasil
Grande Loja Maçônica Mundial (GLMM)
Grande Oriente Maçônico do Cone Sul (GOMCS)
Grande Loja Unida Sul Americana (GLUSA)
Grande Loja Independente da Maçonaria Real Osanica
Grande Loja Universal da Maçonaria Autônoma do Brasil (GLUMAB)
Grande Loja Regular Brasileira
Grande Loja Maçônica Independente do Brasil (GLIB)
Soberano Santuário Maçonico do Nordeste do Rito Memphis Misraim
Grande Oriente Independente de Santa Catarina (GOISC)
Grande Oriente Nacional Glória do Ocidente do Brasil
Grande Loja Unida do Brasil (GLUB)
Grande Oriente Maçônico Illuminati do Brasil (GOMIB)
Grande Loja Adonhiramita do Rio Grande do Sul (GLADON)
Grande Oriente Maçônico do Brasil (GOMB)
Academia Maçônica Brasileira (AMBRA)
Grande Loja Arquitetos de Aquário (GLADA)
Grande Oriente Feminino (GOF)
Grande Loja Independente de Santa Catarina (GLISC)
Le Droit Humain Brasil
Le Droit Humain BR
Maçonaria Paulistana
Maçonaria Symbólica Nacional Brasileira (MSNB)
Grande Oriente Independente de São Paulo (GOISP)
Grande Loja Unida de Roraima (GLURR)
Grande Oriente Paraense (GOPA)
Grande Loja Regular do Rio Grande do Sul (GLRRGS)
Grande Loja Maçônica Unida do Estado de Pernambuco (GLMUEP)
Grande Oriente Independente do Paraná (GOIP)
União Mineira de Lojas Maçônicas Independentes (UNILOJAS)
Grande Oriente Estadual do Paraná (GOEP)
Grande Loja Unida da Amazônia (GLUAM)
Grande Loja Unida do Paraná (GLUP)
Grande Loja Brasileira (GLB)
Grande Loja Unida Brasileira
Grande Loja Maçônica Mista do Brasil
Grande Loja Maçônica Mundial (GLMM)
Grande Oriente Maçônico do Cone Sul (GOMCS)
Grande Loja Unida Sul Americana (GLUSA)
Grande Loja Independente da Maçonaria Real Osanica
Grande Loja Universal da Maçonaria Autônoma do Brasil (GLUMAB)
Entidades
internacionais
Sociedad de Grandes Logias en Alianza (SOGLIA)
Confederacíon Internacional de Grandes Logias Unidas (CIGLU)
Gran Logia de Austria R.·.E.·.A.·.A.·.
Gran Logia Bolivariana de Venezuela
Gran Logia Confederada de España
Gran Logia de Bulgaria
Gran Logia de Canarias
Gran Logia de Francia
Gran Logia de Grecia del R.·.E.·.A.·.A.·.
Gran Logia de Hungría
Gran Logia de Islas Canarias
Gran Logia de Letonia
Gran Logia de Libres y Aceptados Masones del Paraguay
Gran Logia de Moldavia
Gran Logia de Países Eslovaquia
Gran Logia Nacional de Filipinas
Gran Logia Nacional de Portugal
Gran Logia Nacional de Rumanía
Gran Logia Nacional de Serbia
Gran Logia Regular de Eslovenia
Gran Logia Tradición y Simbólica de Francia
Gran Logia Unida de Líbano
Gran Logia Unida de Marruecos
Gran Logia Unida de Rusia
Gran Oriente de Uruguay
Serenísima Gran Logia de Italia
Independent Grand Lodge of the Phillippine Island
Confederacíon Internacional de Grandes Logias Unidas (CIGLU)
Gran Logia de Austria R.·.E.·.A.·.A.·.
Gran Logia Bolivariana de Venezuela
Gran Logia Confederada de España
Gran Logia de Bulgaria
Gran Logia de Canarias
Gran Logia de Francia
Gran Logia de Grecia del R.·.E.·.A.·.A.·.
Gran Logia de Hungría
Gran Logia de Islas Canarias
Gran Logia de Letonia
Gran Logia de Libres y Aceptados Masones del Paraguay
Gran Logia de Moldavia
Gran Logia de Países Eslovaquia
Gran Logia Nacional de Filipinas
Gran Logia Nacional de Portugal
Gran Logia Nacional de Rumanía
Gran Logia Nacional de Serbia
Gran Logia Regular de Eslovenia
Gran Logia Tradición y Simbólica de Francia
Gran Logia Unida de Líbano
Gran Logia Unida de Marruecos
Gran Logia Unida de Rusia
Gran Oriente de Uruguay
Serenísima Gran Logia de Italia
Independent Grand Lodge of the Phillippine Island
Bibliografia
https://www.ugle.org.uk/about-freemasonry/history-of-freemasonry
https://pt.wikipedia.org/wiki/Elias_Ashmole
http://www.comercioeartes.com.br/palacio-lavradio.php
https://www.gob.org.br/grande-oriente-do-brasil-195-anos/
Espúrio - Conceito, o que é, Significado
ResponderExcluirO adjetivo espúrio vem do latim, mais concretamente do vocábulo spurius. Pode-se dizer que possui dois significados. Por um lado, refere-se a algo ou alguém que desde a sua origem se encontra degenerado por algum motivo. Por outro lado, trata-se de tudo que é enganoso, perverso, inautêntico ou falso em algum sentido. Em qualquer um dos seus usos, o termo espúrio tem uma conotação depreciativa.
Deve-se ressaltar que esta é uma das palavras que normalmente é escrita de forma incorreta, aparecendo como espureo, uma palavra inexistente.
O uso da palavra em diferentes contextos da linguagem
ResponderExcluirAs ideias argumentadas a partir de dados falsos, manipulados ou adulterados são espúrias, consequentemente, não podem ser consideradas verdadeiras.
Costuma-se dizer que uma pessoa pronuncia palavras espúrias quando diz falsidades com a intenção de manipular os demais.
Podemos empregar o termo espúrio como um insulto dirigido a alguém que mente, manipula e engana.
Se um indivíduo finge ser o que não é, significa que tem uma atitude espúria, pois se trata de um comportamento falso e mentiroso.
Na terminologia própria da estatística existe a relação espúria e consiste em dois dados ou acontecimentos matemáticos que não mantêm nenhuma conexão lógica
Um cultismo em desuso
ResponderExcluirNa linguagem cotidiana, costumamos dizer que algo é falso, corrupto ou incorreto. Poderíamos usar a palavra espúrio, mas na prática ela é usada apenas em contextos de linguagem culta ou muito formais.
A maioria dos cultismos são palavras que provêm do grego ou do latim, mas com o passar do tempo não evoluíram nem incorporaram novos significados. Assim, espúrio é um claro exemplo a este respeito.
Outros cultismos em desuso são os seguintes: atibar (do latin stipare que significa preencher uma escavação), coramvobis (que vem do latin Coram Vobis e quer dizer nossa presença) ou entrambos (que é uma contração do latim inter ambos e equivale ao adjetivo ambos)
A MAÇONARIA TEM DONO?
ResponderExcluirOS OITO PONTOS DE RECONHECIMENTO
ResponderExcluir“Para ser reconhecida como regular pela Grande Loja Unida da Inglaterra, uma Grande Loja deve observar os seguintes padrões:
1 - Deve ter sido legalmente estabelecida por uma Grande Loja ou por três ou mais lojas privadas, cada qual garantida por uma Grande Loja Regular.
2 - Deve ser verdadeiramente independente e auto-governada, com autoridade inconteste sobre a Maçonaria Operativa ou Básica (id est , os graus simbólicos de Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom) dentro de sua jurisdição e não estar sujeita de nenhuma maneira a divisão de poder com outro corpo maçônico.
3 - Os maçons sob sua jurisdição devem ser homens, e ela e suas Lojas não devem ter nenhum contato maçônico com lojas que admitam mulheres como membros.
4 - Os maçons sob sua jurisdição devem acreditar em um ser supremo.
5 - Todos os maçons sob sua jurisdição devem tomar suas obrigações sobre ou à plena vista do Volume da Lei Sagrada (id est, a Bíblia) ou o livro considerado sagrado pelo postulante.
6 - As Três Grandes Luzes da Franco Maçonaria (id est, o Livro da Lei Sagrada, o Esquadro e o Compasso) devem estar visíveis quando a Grande Loja ou suas Lojas Subordinadas estiverem abertas.
7 - A discussão de religião e política dentro das lojas deve ser proibida.
8 - Deve aderir aos princípios estabelecidos e as regras (os antigos Landmarks) e os costumes da Ordem e insistir na sua observação dentro das Lojas.
A Regularidade é um fato. As relações entre constituições regulares (id est, Grandes Lojas e suas Lojas) seguem reconhecimento, que é um ato bilateral decidido pelas Grandes Lojas afetas. Sem regularidade, não há reconhecimento. Sem reconhecimento não pode haver nenhuma relação entre Grandes Lojas ou Maçons em suas Lojas. Reconhecimento, uma vez fornecido pela Grande Loja “A” a uma Grande Loja regular “B” pode ser retirado. Isto, entretanto, não afeta a regularidade da Grande Loja B, porém, significa que os Maçons sob a Grande Loja A não podem em circunstâncias maçônicas, reunir-se com maçons da Grande Loja B.
ResponderExcluirUma lista atualizada das Grandes Lojas pode ser encontrada no Livro Anual (List of Lodges) Maçônico. Algumas também têm nas suas home pages.”
O próprio conceito profano de regularidade é uma instrução maçônica necessária para evitar os desvios. Regularidade é a condição daquele que se mantém conforme as leis, segundo a exata observância dos deveres e envolve também aspectos morais e comportamentais. É o que podemos chamar de harmonia.
ResponderExcluirA questão da Regularidade Maçônica tem sido a principal luta priorizada pelas organizações maçônicas, as quais se voltaram unicamente para a burocracia e apegos superficiais, esquecendo-se da verdadeira necessidade do aperfeiçoamento interior humano.
ResponderExcluirÉ lamentável ver maçons imorais, arrogantes, cheios de vícios e defeitos, galgarem os graus maçônicos, sem saberem qualquer significado das lendas ou dos personagens, sem retificarem sua moral e ética, a sua conduta social, arrogando-se "maçom regular" e imputando aos outros o anátema de "maçom irregular" ou “espúria”.
Para estes maçons, importa primeiramente saber, antes de mais nada, qual a Loja Simbólica ou Potência/Obediência Maçônica a qual se está filiado, do que avançar no diálogo calcado em conhecimento histórico, simbólico e místico da Maçonaria. São os considerados "MAÇONS DE PAPEL", que priorizam a carteira de identificação, o certificado de graus, atestados e declarações, os quais encontram-se todos em suas paredes para exibição.
Mas afinal, o que significa "SER MAÇOM REGULAR?".
Num tempo próximo, na época em que os pedreiros se reuniam em tavernas ou nos átrios de igrejas, ou ainda em campo aberto, seria impróprio perguntar a um irmão - "és maçom regular?".
Não havia qualquer templo para reunião periódica, porque nem periodicidade era obrigatória entre os maçons.
Os templos, atendendo a um conceito contemporâneo, somente foram institucionalizados entre 1715 a 1726, mas inicialmente com muitas reservas.
Não havia "grau superior ou filosófico" ou mesmo o grau de mestre.
Inexistiam os paramentos mais complexos, o painel do grau (que eram apenas um desenho riscado no chão, à giz ou com carvão), as colunas, os nós, os degraus, a balaustrada, os altares, enfim... a instituição maçônica era formada mais de irmãos do que forjada de aparências. O que antes era impensável e motivo de repulsa, hoje digladiam-se para saber quem é e quem não é "regular".
Ultrapassado o preconceito de achar que Maçonaria sempre existiu tal como é hoje, ainda há a questão da regularidade.
É evidente que ambos os termos "regular" ou "irregular" significam CONCEITOS DE EXCLUSÃO. Ou seja, quem é regular deverá atender ou atentar e se subordinar às regras, normas, estatutos, formalidades exigidas de quem se presta a "conceder" a tal regularidade. Assim, essa disciplina gera subordinação, dominação, submissão a determinado conjunto de normas, usos, costumes da Obediência da qual se pressupõe a regularidade. Mas...
Quem foi a primeira "Potência Regular"?
Foi a dos Estados Unidos que organizou o primeiro Supremo Conselho ou a da Inglaterra, onde aparentemente se estruturou a primeira Loja ou Primeiro Grão-Mestrado?
Será menos "regular" a França que teve os pedreiros-livres em seu seio antes mesmo dos Estados Unidos virarem um país independente?
E o que dizer no Brasil?
Será "regular" o Oriente mais antigo (Grande Oriente do Brasil), com ou sem vários reconhecimentos internacionais ou as Grandes Lojas Estaduais (dissidentes do Grande Oriente do Brasil), que se rebelaram daquele primeiro Oriente, fundando suas próprias Potências?
Quais das rupturas políticas geraram a "potência mais regular"?
ResponderExcluirE acaso se reconhecem uma à outra que convivem há décadas?
Observa-se que "regularidade" depende da instituição, conselho, congregação, para os quais se voltam o agrupamento que busque esse título “Regular”. Esse procedimento é, como tudo o mais na vida, vinculante à coerência.
Uma potência pode se dizer "regular", quando outra vizinha não a reconhece?
Afinal, será que a regularidade maçônica está sob o jugo e o cabresto de um conjunto de outras potências externas, elas mesmas lutando por ser "mais regular e reconhecida" que a outra?
Por óbvio, o raciocínio nesse diapasão não poderá prosperar, porquanto teremos a seguinte situação:
“Uma potência brasileira "X", do século XIX se diz regular, da qual nasceu uma potência brasileira "Y", por meio de um rompimento no século XX.
Essa potência "Y" não é regular para a potência "X", mas por ter sido reconhecida por um Supremo Conselho Internacional, o será para todas as potências ligadas a este Supremo Conselho, enquanto que a potência "X" torna-se irregular para este Supremo Conselho Internacional e suas demais Potências...”.
E então, como ficamos?
Ora, persistindo neste grande erro, a Obediência será e não será regular dependendo da conveniência política da ocasião, da instituição que a reconhece, dos interesses em jogo, da penetração social disposta no tabuleiro.
Como a maçonaria chegou a este ponto?
Onde ela errou tanto?
Como conseguiram desvirtuar a Maçonaria dessa forma?
Infelizmente hoje observamos Maçons corrigirem Maçons, dizendo o que é "certo" e o que é "errado", mesmo que a história demonstre que nunca houve nada além de Lojas livres, sem subordinação, sem obediências.
É uma ignorância sem fim ver os doutos expedirem os pareceres sobre cores, colunas, nós, altares, disposição de oficiais, jóias, usos e costumes, e toda essa pletora de práticas que se compõe um ritual, o qual já sofreu centenas de modificações ao longo do tempo, por razões das mais diversas.
Foram tantas as mudanças e eram tantas as vertentes locais, regionais e nacionais, ritos dos mais diversos que não há como afirmar quem é regular ou irregular.
Há os princípios gerais e só. Mais do que isso é fantasiar a história e mistificar a própria Obediência que sempre se arroga como "antiga, regular, aceita" e outros adjetivos. Na verdade, tais qualificações são apenas excludentes.
Afirmamos sem medo de errar que a estrutura profana tem dominado algumas potências maçônica ditas regulares. Tribunais, Ministério Público, Defensoria, Conselhos, Tratados, Direito Maçônico, Jurisprudência, Atas, Secretarias, carimbos, carteiras.
Qual a origem disso tudo?
ResponderExcluirÉ tradição ou criação moderna?
Então, resta a pergunta:
Tu és um maçom regular?
Como responder?
É muito simples, ao contrário do que parece.
Para nós o MAÇOM REGULAR é aquele que:
1) Estuda com freqüência e conhece o significado dos símbolos do seu próprio Rito?
2) É assíduo na loja da qual é filiado, arcando com todas as obrigações para com sua própria potência ou Rito?
3) Reflete e aplica na própria vida os ensinamentos adquiridos na loja que freqüenta?
4) Estende a mão a outro irmão, quando necessário, sem atender à coloração política?
5) Transforma a sociedade ao seu redor, atuando positivamente para a fraternidade e liberdade?
6) Julga-se igual ao seu semelhante, não fazendo distinção de credo, raça, religião ou orientação política?
7) É um exemplo de vida e de compostura diante da sociedade?
8) Aplaina as divergências e fomenta o consenso, ainda que se despindo de vaidades?
9) É discreto quanto à sua própria condição?
10) Está preparado para a transição para o Oriente Eterno (morte), preparando os seus familiares e todos que estão à sua volta?
Todos os Maçons, Ritos e Potências que enquadram-se nos princípios supracitados são regulares, sem necessidade de certificados ou tratados. Não é preciso qualquer certidão na parede para dizer ao público que se é honesto, assim como os atestados de regularidade são plenamente sem valor quando a potência ou a loja semeia cizânia, discrimina ou exclui.
A família do "irregular" vive contendas; Sua loja não pode contar com ele, porque não sabe se comparece ou não; Ele abandona sua loja, após galgar o grau pretendido; Ele deixa de estudar, de escrever, de dialogar, de palestrar, de conviver, tornando-se um poço de preconceitos sem qualquer explicação razoável.
"Ser regular" é ser honesto consigo mesmo e com o grupo a que se deve fidelidade. É simples, meus irmãos, é fácil e é ético.
Não deixe com que a "maçonaria de papel" vos contamine.
Seja um homem livre e de bons costumes.
Seja, pois, regular primeiro consigo e para com os seus