ALTRUÍSMO E EGOÍSMO


Egoísmo e Altruísmo na Umbanda: precisamos falar sobre isso


ALTRUÍSMO

Na Ética, o altruísmo é a doutrina que tem como objetivo de conduta moral a realização dos interesses do nosso próximo, chegando até, nas suas expressões heroicas, ao sacrifício da própria vida, por amor ao próximo. O altruísmo, que se adquire desde a infância, é uma luta contínua contra as manifestações insistentes do egoísmo.
Em Psicologia, o altruísmo é a capacidade que o indivíduo tem de abrir mão dos próprios interesses, para se preocupar e interessar pelos outros.
Segundo Augusto Comte, fundador da escola positivista, este sentimento é instintivo, em virtude dos laços naturais de uma interdependência orgânica, que os membros de uma espécie experimentam entre si.
Há, porém, quem rejeite o uso da palavra alnesse sentido, limitando-o a uma atitude consciente que, intencionalmente, visa a vantagem de um outro. 
Admitindo-se, conjuntamente, os elementos instintivos e intencionais, o altruísmo pode ser posto em oposição de um lado ao egoísmo, e do outro, à caridade.
Nessa confrontação, o egoísmo visa somente a vantagem do indivíduo. 
O altruísmo realiza a concatenação natural do gênero humano, pela identificação dos interesses do indivíduo com o dos outros, de determinados outros, ou da humanidade como tal; e a caridade cristã, abandonando a apreciação dos vínculos naturais e das sugestões, considera os outros sob um ângulo novo, descobrindo e realizando um fundamento sobrenatural de comunidade.

EGOÍSMO

Termo que designa o amor de si mesmo. Do ponto de vista psicológico, é a tendência natural, inata em cada ser, a se preservar e se desenvolver, e é nesse egoísmo que se radica e se alimenta o instinto de conservação. Mesmo o amor e o sacrifício não seriam possíveis sem esse egoísmo radical do ser.
Entretanto,      o termo egoísmo é menos empregado neste sentido científico e filosófico, devido ao fato de evocar mais o seu sentido moral de amor exclusivo ou excessivo de si mesmo, subordinando tudo ao próprio interesse e julgando tudo deste ponto de vista.
O egoísta procura sempre, e em tudo, o seu interesse imediato, e, para alcançá-lo, não leva em conta nenhum princípio moral. 
A traição, a falcatrua, tudo, para ele, é bom, desde que favoreça a seus objetivos pessoais. 
O egoísta é roído pela ambição e pela inveja. Incapaz de se alegrar com a felicidade alheia, só vê nos outros os competidores que é preciso neutralizar e eliminar.

ABRA SUAS MÃOS

Ao dar apoio financeiro, pode abrir caminho para outros.     Ao estender ajuda àqueles que realmente saem em missões, torna-se um aliado da verdade e colaborador da causa.  Quando abrimos nossas mãos, as dádivas que doamos permitem que, literalmente, tornamo-nos participantes diretos. Esse tipo de serviço sincero produz sua própria recompensa.
Como Maçom, podemos atestar a alegria que resulta do observar as pessoas servindo. 
Já vimos Irmãos com tamanho coração aberto para a fraternidade que, apesar de trabalharem na vida profana em período integral, se entregam ao trabalho maçônico em toda e qualquer oportunidade. Ficamos felizes ao observá-los. 
Os esforços deles são estimulados pelo amor que dedicam à Sublime Ordem.
Quando servimos, em qualquer que seja nossa capacidade,  mostramos, como exemplo aos outros, tudo o que deve ser imitado ou copiado.
Algumas vezes, retraímo-nos por medo, porque mal conseguimos cuidar de nós mesmos. Nossas próprias necessidades prementes e as de nossas famílias forçam-nos a ter algum fundo de reserva. 
Ou também, às vezes, somos tão consumidos pelas ocupações de nossa vida que parece que, praticamente, não temos nada de sobra para dar aos outros.
Há coisas que requerem sacríficos   para muitos Irmãos e são fáceis para outros. 
Essa discordância precisa ser tratada com cuidado e elegância, para que as pessoas não se ressintam, pensando que isso seja insultante. 
Enquanto não arregaçarmos as mangas e começarmos a por as mãos na massa, tudo continuará parecendo difícil. 
Talvez seja melhor começarmos a suspeitar que, por trás da expectativa de dificuldade, acene a preguiça.

COTIZAÇÕES

Na hora de reunir-se aos outros,   para efeito de contribuir para uma despesa comum, para a manutenção de obras assistenciais, para a construção de Templos próprios, para aquisição de equipamentos para a Oficina e construção de sedes dignas, para um  evento programado e estatutáio que exijam um esforço pecuniário comum, sempre são motivos de descontentamento de alguns Obreiros! 
E esse descumprimento causa sérias consequências, com prejuízos para a Loja, de maneira geral e, em particular, para os Obreiros que cumprem os seus compromissos financeiros e que acabam suportando uma carga que deveria ser dividida entre todos. 
E a coisa chega a tal ponto que muitos Obreiros deixam até de saldar suas obrigações financeiras destinadas a manter de pé a Oficina, onerando aqueles que as cumprem. 
E o montante dessas obrigações é, geralmente, bem pequeno, numa quantia inferior à despendida na “Sessão gastronômica” de que muitos participam, depois da Sessão Maçônica, com mais gostos e mais prazer – na sua ótica distorcida.

ISSO PRECISA MUDAR

Não se mantém uma Loja, ou uma Obediência com brisa,  pois nenhuma instituição pode desenvolver o seu trabalho sem uma escora financeira, que, em grande parte, tem que ser providenciada por seus próprios membros. 
Uma Loja empobrecida, material e espiritualmente, não é respeitada
Temos de agir rápido. Se não tomarmos ações, vamos postergar a recuperação de crescimento, podemos ter momentos muito mais difíceis para frente. Há três coisas na vida que jamais retornarão: 
Tempo / Palavras / Oportunidades.
Isso precisa mudar, mas, primeiro, é preciso mudar a mentalidade de muitos Obreiros, que não respeitam a sua Obediência e que consideram a sua Loja como um simples local de reunião mundana e não como uma Oficina, onde se deve realizar o trabalho de construção social e de aperfeiçoamento do homem. 
Fica, aí, a escolha: muda-se a mentalidade, ou se muda de obreiros, mudando (ou mandando) os parasitas e negligentes para qualquer outro lugar. 
Qualquer outro!

O ESCORPIÃO NO BOLSO

Está implícita nos textos doutrinários maçônicos uma permanente convocação às atividades voluntárias em favor do bem comum. 
É preciso estar muito distraído ou indiferente para não perceber isso. 
Partindo do princípio de que Maçonaria é a doutrina da consciência livre, essas iniciativas ficam ao arbítrio dos Irmãos, mesmo quando se conscientizam, tendem a estabelecer cotas mínimas de participação e contribuição. Isso ocorre particularmente em relação ao dinheiro, o chamado vil metal, que pode ser transformado em metal nobre para atender às carências humanas. 
Quando se cogita  de qualquer novidade, envolvendo um serviço assistencial, a pintura inadiável, a ampliação necessária, a despesa inesperada, surgem inúmeras sugestões louváveis, mais seria muito mais prático e produtivo se todos se dispusessem a contribuir, extraordinariamente, considerando que integram uma sociedade maçônica que, como ocorre em todas elas, deve exigir de seus participantes o cumprimento de determinados deveres estatutários, a começar por um elementar – pagar em dia a contribuição mensal.


CONCLUINDO

Em última instância, tudo pertence ao Criador, somos apenas depositários do dinheiro que amoedamos. A mordomia “justa e perfeita” será sempre aquela que nos leva a atender aos filhos de Deus com seu próprio dinheiro, transitoriamente confiado à nossa administração.
O valor da contribuição do dízimo e sua regularidade são um assunto resolvido pelos evangélicos. 
Poderemos questionar, mas é inegável que dá resultado. 
E assim suas igrejas brotam em todos os bairros e o movimento cresce a olhos vistos.

Reflitamos agora caríssimos Irmãos: o que podemos fazer para nos tornarmos mais disponíveis e atuantes para a obra maçônica, tanto individual quanto por intermédio de nossa Loja?
A experiência demonstra que quando superamos essa tendência e nos dispomos a contribuir generosamente, timidamente e com grande constrangimento, lembramos que o dinheiro permanece sequestrado pelo escorpião em nosso bolso!

Comentários

  1. A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio

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  2. O trabalho voluntário é um ato importante para quem ingressa na Ordem Maçônica. Isso não poderia ser diferente, já que o altruísmo tem forte conexão com as raízes da Maçonaria. Entenda mais sobre como isso pode ser feito e saiba como o trabalho voluntário na Maçonaria é importante não somente para se conectar aos seus irmãos, mas para fazer com que você se sinta bem consigo mesmo.

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  3. A origem do trabalho voluntário na Maçonaria
    A origem da Maçonaria data-se no final da Idade Média, ela surgiu nos canteiros de obra na Inglaterra. Os pedreiros da época exerciam o trabalho que hoje é de engenheiros, arquitetos e empreiteiros, e para passar adiante os nobres ensinamentos dessa profissão, eles escolhiam cuidadosamente os aprendizes de maior confiança, o lugar e as datas especiais para isso.

    A Ordem Maçônica como conhecemos hoje não mais ensina como ser um bom pedreiro, mas como ser um bom homem para a nossa sociedade. Esse altruísmo, ao passar os ensinamentos de valores e princípios aos maçons aprendizes, é uma das principais características dos membros dessa ordem.

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  4. O maçom é um voluntário dentro e fora das reuniões, onde a cooperação não se restringe somente a irmandade
    Por definição, a Maçonaria é considerada um sistema de moralidade, do qual só participam aqueles que sentem genuíno interesse em fazer parte de algo maior, buscando sua evolução e assim poder contribuir para um mundo melhor.

    Como em qualquer outro ato voluntário, os maçons não são remunerados, pelo contrário, é preciso investir tempo além das reuniões semanais nas Lojas.

    Aos fins de semana, alguns irmãos gostam de trabalhar voluntariamente em instituições mantidas pela ordem, como hospitais, creches e instituições sem fins lucrativos. Estes atos dão uma percepção nova do mundo e de como as pessoas precisam ser solidárias umas com as outras. O voluntariado também é uma ótima oportunidade para envolver a esposa e os filhos às atividades ligadas à ordem.

    Esse senso de fraternidade passado de geração para geração é o que une a ordem e mantém todos os rituais e simbologias vivas após tantos séculos. Portanto, para entender a essência do que é ser maçom, uma bela oportunidade é dedicar-se aos trabalhos voluntários. Isso lhe fará bem não somente no que se refere a manter uma conexão entre você e seus irmãos, mas o altruísmo é um sentimento puro, que fará de você um homem melhor e mais evoluído.

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