... dos aprendizes, companheiros e mestres
“Não sei l.´. nem e.´., só s.´..
Dá-me a primeira l.´. que eu dou-te a s´..”
Este é um código secreto de reconhecimento entre os maçons.
Quando um deles suspeita que uma outra pessoa é da maçonaria, e lhe quer dizer, sem que mais ninguém perceba, que também é da irmandade, lança esta frase.
O outro, se for maçom, deve de imediato responder, dizendo alto a letra ".´.".
De seguida, o primeiro solta a letra ".´.", esperando que o outro soletre o ".´..
E termina dizendo a letra ".´..
Juntas formam a palavra ".´.", um termo bíblico que na maçonaria é usado como forma de os seus membros se reconhecerem.
Esta palavra é divulgada ao maçom no dia da sua iniciação.
No fim da cerimônia, baixinho e ao ouvido, o líder da loja onde vai passar a ter reuniões desvenda-lhe este segredo.
É apenas um dos muitos que a maçonaria guarda.
Para os conhecer todos é preciso chegar ao topo da hierarquia maçônica, pois os mistérios vão sendo desvendados à medida que o “irmão” vai progredindo dentro da organização.
-passa-se ao 2.º, como companheiro;
-e apenas depois se chega ao 3.º, como mestre.
Tal como no Opus Dei, só ao fim de dados os três passos se atinge o estatuto mais importante, se é considerado plenamente integrado e se pode exercer cargos de chefia e direção.
Em cada etapa cumprem regras específicas e partilham segredos e códigos, como a forma de se movimentarem nas sessões, os toques de reconhecimento, os sinais e as palavras secretas.
Em cada etapa cumprem regras específicas e partilham segredos e códigos, como a forma de se movimentarem nas sessões, os toques de reconhecimento, os sinais e as palavras secretas.
Se “B.´.” é a senha dos aprendizes, a dos companheiros é “J.´.”, um termo hebraico e nome do quinto filho do rei Salomão.
Nessa data ficam a saber também que quando os mandarem marchar dentro das reuniões devem dar três passos em linha reta, começando pelo pé direito.
Enquanto se é aprendiz não se pode falar, não se tem direito a voto, não se assumem cargos de chefia; e nem sequer se participa em todos os encontros.
Para subirem de grau têm de apresentar trabalhos, chamados internamente “pranchas”, e pelo meio vão recebendo formação sobre os símbolos, as histórias e os procedimentos maçónicos.
Fica-se, em regra, cerca de seis meses a um ano nesta situação.
Até que um dia um dos elementos mais antigos avisa o maçom de que chegou a hora de se tornar companheiro, uma fase intermédia, em que se pode permanecer uns meses ou anos.
Prepara-se a sala e o “irmão” protagoniza uma praxe que marca a sua entrada no mundo dos companheiros, que é conhecida entre eles como a “passagem”.
(...) Aos poucos, vai-se aproximando o momento mais esperado por todos que estão na maçonaria: a chegada ao 3.º grau. (...)
Com a sala revestida de negro, coloca-se, estendido no chão e ao centro, um c.´. ou um l.´. preto. Junto à zona da cabeça põe-se um esquadro e uma acácia, perto do sítio dos pés um compasso aberto e dos lados uma régua e uma alavanca.
Enquanto a loja está a ser preparada, o maçom que irá viver o ritual e ser elevado a mestre vai para a câmara de reflexão, rodeado de paredes pintadas de p.´.. Está de fato escuro, camisa branca com o avental desta mesma cor, mas sem as l.´. que costuma usar.
À sua espera, dentro da sala, estão todos os “irmãos” mestres da loja, e outros convidados.
Os aprendizes e companheiros estão proibidos de entrar.
E no momento em que dois maçons vão buscar o protagonista, o líder manda um dos presentes deitar-se no c.´., com um lenço branco m.´. de v.´. a tapar-lhe a cara.
Quando o candidato entra, de c.´., sente-se um profundo silêncio.
Ao voltar-se, repara então no c.´..
É, depois, informado que houve ali um crime.
O ritual baseia-se depois em descobrir o suposto assassino.
Trata-se da representação da m.´. e da r.´. e mostra a importância de se guardar segredo daquilo que se descobre dentro da maçonaria, especialmente neste 3.º grau. (…)
Enquanto olha para o caixão, o líder da loja explica ao futuro mestre que vai ter de provar que é inocente e manda-o passar por cima do “c.´.”. Ao fazer o que lhe é ordenado, e imitando os passos que um dos “irmãos” lhe explica, o candidato é posto de costas para o c.´.. Aí, sem que ele se aperceba, o homem que ali estava deitado levanta-se e sai.
Nesse momento, o maçom que lidera o ritual simula um g.´. na cabeça do c.´., que é empurrado por dois colegas para dentro do c.´.. Tapam-lhe a cara com o avental e o corpo com um pano preto.
Pouco depois, o líder olha para o caixão e grita. “É H.´.!”. Isto para simbolizar que este herói renasceu na pessoa do “irmão” que agora está a ser aceite como mestre.
Concluído este ritual, que pode demorar mais de uma hora, chega o momento do juramento.
“De minha livre vontade, na presença do Grande Arquiteto do Universo e desta respeitável Assembleia de Mestres Maçons, juro e prometo solene e sinceramente nunca revelar a qualquer profano, ou mesmo a qualquer aprendiz ou companheiro, os s.´. do grau de Mestre. Juro e prometo cumprir fielmente e com zelo as obrigações que são impostas por este S.´. G.´.. Renovo a promessa de amar os meus Irmãos, de socorre-los e ir em seu auxílio. Se alguma vez me tornar p.´., que segundo o castigo tradicional, o meu corpo seja c.´. em dois e que eu seja desonrado para sempre e que não fique de mim memória junto dos maçons. Que o Grande Arquiteto me ajude e me livre de uma tal infelicidade!”
Logo depois são-lhe desvendados alguns dos mais importantes segredos do grau de mestre: duas palavras secretas, T.´. e M.´., e quatro sinais. É através deles que os mestres maçons comunicam dentro e fora da organização.
Quando vão ao estrangeiro, por exemplo, e querem participar em encontros de mestres têm de saber aquelas senhas. Quanto aos sinais, grande parte são códigos usados durante as reuniões.
Com dois deles representa-se o castigo a ter, caso se traia os colegas. “Metemos os pés em esquadria, o braço esquerdo caído naturalmente ao longo do corpo, e o braço direito dobrado com a mão na zona abaixo do diafragma.”
Depois, com outro gesto, desloca-se horizontalmente a mão, da esquerda para a direita, como se se cortasse o c.´. em duas partes, deixando-se de seguida cair a m.´..
Uma vez que ao chegar a M.´. entra no grupo dos mais importantes, os chefes desvendam-lhe mais sinais: o “de h.´.” e o “de s.´.”.
Para executar o primeiro ergue-se as mãos acima da cabeça, tendo os dedos estendidos e separados e diz-se: “A Senhor Meu Deus!”.
Após esta exclamação, deixa-se cair as m.´. sobre o avental. Este sinal deve ser feito quando se entra em reuniões exclusivas de mestres.
Se estes três primeiros sinais são utilizados essencialmente nas cerimônias internas, o “de s.´.” é para ser usado sempre que dentro e fora da maçonaria um maçom se sinta em perigo e queira pedir ajuda a outros “irmãos”.
“À M.´., ó F.´. D.´. V.´..” (…)
Excerto do livro O Fim dos Segredos.
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