É idéia generalizada de que a Maçonaria não é religião e que se
apresenta eclética, sem se fixar em qualquer doutrina ou seita.
No Grau Rosa
Cruz a concepção cristã apresenta-se com grande soma de imagens retiradas
do cristianismo.
O crucifixo é uma delas, pois, não podemos confundir crucifixo com a
própria Cruz.
A Cruz é mais recipiente que conteúdo; é sempre vista e não contém o
Crucificado; temos uma Cruz ocupada com o corpo de Jesus e, após, vazia
como símbolo de redenção.
No Altar do Capítulo vemos colocado o Crucifixo, ou seja uma Cruz
ocupada.
Qualquer dicionário definirá: Crucifixo: "Imagem de Cristo pregado na
Cruz", ou seja, o "Crucifixado".
Posto os dicionários cometam um erro filosófico, vez que, Cristo jamais
foi "crucifixado", mas apenas, Jesus.
Trata-se de uma concepção já mais moderna de que entre Cristo e
Jesus há certa diferença, face o aspecto espiritual do Cristo e o aspecto
exclusivamente humano de Jesus; a expressão exata será: "Jesus, o Cristo".
Logo, sobre o Altar teremos uma Cruz onde se verá crucifixada a
imagem de Jesus.
E isso constitui a presença essencial da figura exponencial do
cristianismo.
O Grau 18 é um Rito Cristão, e ao estudarmos os símbolos que usa,
mais nos convencemos disso.
A Cruz não se constitui apenas do objeto central, mas sim, do conjunto
de três Cruzes; tríade, porém ocupada pelos seus respectivos Crucificados.
Assim, tanto o bom como o mau ladrão, foram os companheiros de
Jesus, numa situação unida e como tal, deveriam permanecer.
O Calvário é o
conjunto das três Cruzes, e o cristianismo retira do fato uma lição permanente,
de que ao lado da Perfeição estão colocadas a dualidade do bem e do mal.
A interpretação filosófica da presença do bom (Dimas) e do mau
(Gestas) ladrões, será de que, tanto um como outro, encontraram em Jesus a
sua redenção.
Também o mau foi sacrificado, numa demonstração de que todo homem
é igual e merece a sua oportunidade, seja qual for a situação do momento.
Embora o criador do Rito não desejasse colocar no Altar as três Cruzes,
fê-lo simbolicamente, colocando de cada lado do Crucifixo, um castiçal com
vela amarela.
Esses castiçais simbolizam os ladrões que, purificados, foram
consumidos pelo fogo sagrado que neles entrou, através do elemento cera, que
traduz pureza.
A cera amarela, aqui, constitui apenas a escolha de material, pois, cera
amarela será a cera in natura sem ter passado por purificação química.
O método de clarificação da cera, mais usado, é deixá-la exposta à luz
do Sol; por si só, adquire transparência e perde a cor amarela.
A cera simboliza a purificação; acesas as velas, constituem a imolação,
ou seja, a morte necessária para significar a dação em sacrifício.
Os dois
ladrões, purificados pela presença do Senhor, foram dados em holocausto,
como "primícias", ou seja, frutos perfeitos, virginais, de uma iniciação recém
adquirida.
Não resta dúvida alguma que, ressurgindo Jesus da morte da Cruz, os
seus dois companheiros também ressuscitaram, apesar do relato bíblico
silenciar a respeito do destino dos corpos dos ladrões.
Quem se dedica ao estudo das abelhas terá notado como o inseto
executa tarefas maçônicas; muito já se tem escrito a respeito, e os apicultores
sabem, perfeitamente, que desde as células hexagonais fabricadas para
guardarem as larvas e o mel, até os rituais que se desenvolvem dentro da
colméia, há muito de maçônico.
O Dossel constitui a cobertura do Altar; não deve haver dúvida de que o
Altar onde vão o Crucifixo e os dois Castiçais, constitui a mesa do Presidente.
O Dossel está revestido de panos negros e as suas franjas prateadas.
O porquê da prata torna-se óbvio que é devido representar a Estrela
flamejante à noite.
As Estrelas são visíveis, de um modo geral, à noite e brilham, assim,
com maior intensidade.
Se as franjas fossem douradas, representariam o dia, eis que o ouro' é
um símbolo representativo do Sol.
A cor negra (que não é cor) representa o Cosmos, infinito e sem
visibilidade, ausente de claridade, onde se destaca, apenas, uma Estrela: a
Flamejante (não confundir com a Estrela"Flamejante" do 2o Grau).
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