Os jesuítas nasceram durante um período de grandes mudanças na Europa marcada pelo Renascimento.
Seu renascimento depois da Supressão também foi marcado por um grande período de transição – o das revoluções industrial e democrática do século XIX.
A nota é do blog Jesuit Restoration 1814, 28-04-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Foi mais difícil se adaptar às mudanças depois do seu renascimento – particularmente porque uma corrente generalizada, herdada da Revolução Francesa, era a descristianização do Estado.
Um dos grupos mais poderosos que tentavam secularizar o Estado eram os maçons, para os quais um ponto de vista deísta especulativo e naturalista tornara-se influente.
No século XVIII, especialmente na França, uma suposta rivalidade entre os maçons e os jesuítas tinha surgido. Ataques intelectuais contra os jesuítas eram vistos como uma refutação eficiente para a antimaçonaria promovida pelos conservadores.
Teorias conspiratórias floresceram e persistiram até o século XIX como um componente importante do anticlericalismo francês.
No entanto, em grande parte, ele ficou confinado às elites políticas até os anos 1840, quando ele entrou no imaginário popular através dos escritos dos historiadores Jules Michelet e Edgar Quinet do Collège de France, que declararam "la guerre aux jesuites", e o romancista Eugène Sue, que, em seu best-seller Le Juif errant, representou os jesuítas como uma "sociedade secreta inclinada à dominação mundial por todos os meios disponíveis".
No século XIX, a população de Florença duplicou. A comunidade estrangeira passou a representar um quarto da população na segunda metade do século XIX. Em 1859, o domínio austríaco acabaria em derrota nas mãos da França e do reino de Sardenha-Piemonte.
Na mudança de poder, perdeu-se a proteção que a Áustria tinha oferecido à Igreja, e um dos primeiros atos anticatólicos foi banir os jesuítas, alegadamente devido à influência maçônica.
A Toscana se tornou província do reino unido da Itália em 1861, e quatro anos depois, em 1865, Florença substituiu Turim como a capital da Itália.
Vários papas publicaram objeções contra a maçonaria.
O primeiro, em 1738, foi o Papa Clemente XII em In eminenti; o mais recente foi o Papa Leão XIII, em 1890, com Ab apostolici.
O Código de Direito Canônico de 1917 afirmava que se tornar maçom implicava em excomunhão automática (cânone 1.399).
Os jesuítas faziam parte de uma ordem religiosa católica chamada Companhia de Jesus.
ResponderExcluirCriados com o objetivo de disseminar a fé católica pelo mundo, os padres jesuítas eram subordinados a um regime de privações que os preparavam para viverem em locais distantes e se adaptarem às mais adversas condições.
No Brasil, eles chegaram em 1549 com o objetivo de cristianizar as populações indígenas do território colonial.
Incumbidos dessa missão, promoveram a criação das missões, onde organizavam as populações indígenas em torno de um regime que combinava trabalho e religiosidade. Ao submeterem as populações aos conjuntos de valor da Europa, minavam toda a diversidade cultural das populações nativas do território.
Além disso, submetiam os mesmos a uma rotina de trabalho que despertava a cobiça dos bandeirantes, que praticavam a venda de escravos indígenas.
Ao mesmo tempo em que atuavam junto aos nativos, os jesuítas foram responsáveis pela fundação das primeiras instituições de ensino do Brasil Colonial.
Os principais centros de exploração colonial contavam com colégios administrados dentro da colônia.
Dessa forma, todo acesso ao conhecimento laico da época era controlado pela Igreja.
A ação da Igreja na educação foi de grande importância para compreensão dos traços da nossa cultura: o grande respaldo dado às escolas comandadas por denominações religiosas e a predominância da fé católica em nosso país.
Além de contar com o apoio financeiro da Igreja, os jesuítas também utilizavam da mão-de-obra indígena no desenvolvimento de atividades agrícolas.
ResponderExcluirIsso fez com que a Companhia de Jesus acumulasse um expressivo montante de bens no Brasil. Fazendas de gado, olarias e engenhos eram administradas pela ordem. Ao longo da colonização, os conflitos com os bandeirantes e a posterior redefinição das diretrizes coloniais portuguesas deram fim à presença dos jesuítas no Brasil.
No ano de 1750, um acordo estabelecido entre Portugal e Espanha, dava direito de posse aos portugueses sobre o aldeamento jesuíta de Sete Povos das Missões.
Nesse mesmo tratado ficava acordado que os jesuítas deveriam ceder as terras à administração colonial portuguesa e as populações indígenas deveriam se transferir para o Vice-Reinado do Rio Prata.
Os índios resistiram à ocupação, pois não queriam integrar a força de trabalho da colonização espanhola; e os jesuítas não admitiam perder as terras por eles cultivadas.
O conflito de interesses abriu espaço para o início das Guerras Guaraníticas.
Os espanhóis e portugueses, contando com melhores condições, venceram os índios e jesuítas no conflito que se deflagrou entre 1754 e 1760.
Depois do incidente o ministro português Marques de Pombal ordenou a saída dos jesuítas do Brasil.
Tal ação fazia parte de um conjunto de medidas que visavam ampliar o controle da Coroa Portuguesa sob suas posses.