O Cristo ensina em todo o Evangelho e todas as suas máximas se dirigem ao princípio: a imortalidade da alma.
Quando Jesus disse: Meu reino não é deste mundo se refere a outro reino, além do físico. O seu reino está no mundo espiritual, nas esferas superiores. Esse deve ser o objetivo da nossa vida, conseguir um bom lugar nesse mundo, que é o destino de toda a humanidade depois desta vida.
Conceito: Somos Espíritos e vivemos depois da morte do corpo.
Provas: Pela mediunidade (vidência, materialização, audiência, etc).
Mediunidade: Os Espíritos se comunicam com os homens através dos médiuns.
Como Jesus falou da imortalidade da alma?
O Evangelho fala da vida no mundo espiritual como os céus e dos bons espíritos como os anjos. Jesus fala de preparar um lugar depois que ele morrer, e das recompensas no outro mundo, a quem for bom.
Mas, o fato mais marcante é que Ele mesmo, após a morte do seu corpo, demonstrou a imortalidade materializando-se aos seus discípulos por quarenta dias, ao que chama-se de ressurreição.
Jesus falou da mediunidade?
Sim. Jesus pedia a prática da mediunidade, assim como hoje os espíritas o fazem: Restituí a saúde aos doentes é o passe espírita, ressuscitai os mortos são as reuniões mediúnicas, curai os leprosos são as curas espirituais, expulsai os demônios são as reuniões de desobsessão, e Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido é a mediunidade cristã, sem fins lucrativos.
O que quer dizer dai de graça?
Jesus prescreve que ninguém deve cobrar por aquilo que nada pagou.
Os discípulos haviam recebido gratuitamente a faculdade de curar os doentes e a de expulsar os Espíritos maus.
A mediunidade lhes havia sido dada gratuitamente por Deus, para alívio dos que sofrem e para ajudar na propagação da fé.
Jesus recomendava-lhes que não fizessem dela objeto de comércio, nem de especulação, nem meio de vida.
Os médiuns receberam de Deus um dom gratuito: o de ser intérpretes dos Espíritos para assim, instruir os homens, mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé.
Jesus e o Espírito de Moisés
Durante a transfiguração, Jesus conversa com os Espíritos de Moisés e Elias. Moisés, há mais de mil anos, tinha proibido a mediunidade, mas agora como Espírito comunica-se com o Cristo, dando a entender que o tempo dessa proibição havia acabado.
Com o Espiritismo, a imortalidade da alma e a vida depois da morte do corpo tornam-se uma realidade material demonstrada pela mediunidade.
Só a ideia clara e precisa que se faça da continuidade da vida, proporciona ao homem uma fé inabalável sobre o seu futuro depois da morte.
Os discípulos eram médiuns e produziam fenômenos que o Espiritismo estuda.
Dias depois da morte do seu corpo, Jesus – materializado – com as marcas da cruz – permite que o seu períspirito seja tocado.
Diante da dúvida de Tomé, demonstra a imortalidade da alma pela mediunidade dos seus discípulos.
Fonte: HU RIVAS, Luís. Evangelho Fácil. Catanduva, SP: Boa Nova Editora,
Com o despontar das religiões mistéricas e dos primeiros filósofos entre os séculos VI e V a.C., começam a florescer as preocupações e conseqüentes indagações concernentes à alma humana, tais como a sua origem, substância, trajetória e razão de ser.
ResponderExcluirPor conseguinte, a questão de sua imortalidade torna-se um crescente desafio a ser desvelado pela nova racionalidade grega.
Não se sabe a origem exata da palavra “alma”, mas, conforme Wolff, seu significado hebraico nêfesh aparece 755 vezes no Antigo Testamento, tendo sido traduzido por psykhè na septuaginta e por anima na vulgata.
O antigo termo nêfesh teria um significado mais amplo a nível físico do que se entenderia posteriormente, compreendendo a totalidade da figura do homem com alguns de seus órgãos específicos e, especialmente, com a sua respiração.
Nêfesh não abarca a ideia de um núcleo de existência indestrutível em oposição à vida corporal, e significa, principalmente, “o homem necessitado que tende para a vida e sob este aspecto é vivo” (WOLFF, pgs. 21, 34 e 40).
A palavra psykhé, de certa forma, amplia esta conceituação ao contemplar um princípio de vida mental ou um princípio cognoscente.
A alma é entendida como aquilo que, em nós, permite conhecer. Assim, combinam-se, no termo, as idéias de vida, alento e consciência. Muitas foram as definições de alma, sendo que, em geral, seu significado mais forte se alinha com a ideia de princípio de vida, de sensibilidade e espiritualidade, enquanto constitui uma entidade em si.
Mesmo na conceituação materialista, a alma é entendida como substância, ou, precisamente, como uma realidade em si, que existe independentemente das outras. O reconhecimento da realidade-alma parece prover sólido fundamento aos valores vinculados às atividades espirituais humanas, os quais, sem ela, pareceriam suspensos no nada.
Por esta razão, a substancialidade da alma passa a ser considerada, pela maior parte das teorias filosóficas tradicionais, como uma garantia da estabilidade e da permanência desses valores; garantia que, Septuaginta é o nome da tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego, que começou a ser traduzida por volta do ano 250 a.C. e concluída no final do primeiro século a.C.
Vulgata é a tradução para o latim da Bíblia, tanto do Antigo como do Novo Testamento feita por São Jeronimo (Strídon, 347 d.C - Belém, 420 d.C.).
Conforme definição de Abbagnano em seu Dicionário de Filosofia. 21 às vezes, é reforçada pela crença de que a alma é, no mundo, a realidade mais alta ou última, ou, às vezes, o próprio princípio ordenador e governador do mundo.
A ideia de imortalidade da alma, na Grécia, parece ter tido sua origem no renascimento do culto a Dioniso. Nas palavras de Charles Werner, “este culto misterioso e profundo, onde a ideia da morte se mesclava com todas as manifestações da vida, suscitou a ideia do sacrifício expiatório, da purificação através da qual a alma se desprende dos laços do corpo e vive uma vida divina”.
Esta ideia se espalharia no século VI a.C. através das comunidades órficas que se propagaram com extraordinária rapidez, sobretudo na Itália meridional e na Sicília (WERNER, p.22, tradução nossa).
Em termos públicos, Jaeger (1992, p.80) nos traz uma forte indicação de que tenha sido o poeta Píndaro10 um dos primeiros a afirmar que a alma é a única coisa que permanece depois da morte do corpo.
Para Píndaro, a alma nos comunica um estranho legado de um mundo mais elevado do que o nosso e desce para cá como habitante de um corpo na qualidade de hóspede.
Também Reale confirma esta hipótese ao afirmar que nos documentos literários gregos aparece - pela primeira vez com Píndaro - uma concepção da natureza e dos destinos do homem praticamente desconhecida aos gregos das épocas precedentes.
Esta nova concepção seria a expressão de uma crença revolucionária sob muitos aspectos, a qual, justamente, foi considerada como elemento de um novo esquema de civilização.
De fato, começa-se a vislumbrar no homem a presença de algo divino e não mortal, que provém dos deuses e habita no próprio corpo, sendo, entretanto, de natureza antitética à natureza do corpo, de modo que este algo só é ele mesmo “quando o corpo dorme ou quando se prepara para morrer e, portanto, quando enfraquecem os vínculos com ele, deixando-o em liberdade” (REALE, 1993, p.178).
ResponderExcluirEis o célebre fragmento de Píndaro, citado por Reale: O corpo de todos obedece à poderosa morte, em seguida permanece ainda viva uma imagem da vida, pois esta vem dos deuses: ela dorme enquanto os membros agem, mas em muitos sonhos mostra aos que dormem o que lhes é furtivamente destinado de prazer e de sofrimento. (Píndaro, frag.133)
Conforme definição deAbbagnano 10 Píndaro nasceu em 518 a.C., em Tebas, e faleceu aos 80 anos em Argos. Foi um poeta grego, autor também da célebre frase "Homem, torna-te no que és".
Era chamado de "príncipe dos poetas" e, com ele, a lírica grega atingiu simultaneamente o apogeu e o fim.
Nos filósofos pré-socráticos, o conceito de alma assumiu a forma da phýsis com a qual cada um definiu sua cosmologia, como veremos no capítulo a eles dedicado.
Conforme relatos, é quase certo que o primeiro a tratar da alma como tal teria sido Anaxímenes que, ao utilizar a expressão “a alma nos governa”, conduziria a uma interpretação de que existe na alma alguma potência intelectual, ou consciência, capaz de governar.
Esse vislumbre de Anaxímenes é bastante importante para o desenrolar das pesquisas futuras pois, conforme Jaeger, mesmo que Anaxímenes não tivesse pretendido explicar a alma como o fizeram seus posteriores, o passo da sua “psykhè-ar” até a psykhè como alma-consciente seria um passo muito curto (JAEGER, 1992, p.84).
Assim, a filosofia não demoraria a pensar que a verdadeira substância é a alma em sua essência imortal, radicalmente distinta do corpo. Esta concepção, que anuncia a pura filosofia do espírito, foi a obra postulada por Pitágoras.
Também Aristóteles confirma que a ideia de alma como alentar do mundo provém dos velhos pitagóricos que a harmonizaram com a sua teoria de que o mundo encerrava um espaço vazio (WERNER, p.22).
Em Platão veremos que “a alma é a causa da vida e por isso é imortal, já que a vida constitui a sua própria essência” (Fédon, 105d).
Com essas determinações, Platão fazia uma nítida distinção entre a realidade da alma, simples, incorpórea, que se move por si, que vive e dá vida, e a realidade corpórea, que tem os caracteres opostos.
E essas determinações serviriam de base a todas as ulteriores considerações filosóficas sobre a alma .