Assuntos do Grau 31 (Origem histórica e mitologia do Grau 31)
![]() |
Painel do Grau 31 |
O principal relato do ritual do Grau 31 faz referência à Europa no período medieval, quando, por conta da invasão dos povos bárbaros e a consequente queda do Império Romano, as leis imperiais, as instituições romanas e formas de administrar a sociedade foram, em grande parte, abandonados, resultando que, em diversas áreas, se espalharam a desordem, a criminalidade e a injustiça.
![]() |
O Império Romano incluiu toda a Europa Ocidental e todo o em torno do Mar Mediterrâneo, chamado à época pelo romanos de Mare Nostrum. |
Em algumas regiões, como na Alemanha, a reação à falência do modelo da civilização romana foi a criação de tribunais para a aplicação sumária da justiça. A Santa Feme (ou Santa Vehme) foi um desses tribunais.
A Santa Feme possuía o título de Soberano Tribunal.
A Santa Feme possuía o título de Soberano Tribunal.
Os crimes reprimidos pelos Soberanos Tribunais tinham as seguintes características: ou ameaçavam a ordem social ou desafiavam o poder da Igreja, vindo daí o título de Santo a esse colegiado de juízes.
Com o fim da Idade Média e a formação dos Estados-Nacionais, os países recém-criados constituíram poderes judiciários organizados e independentes. Com isso, os tribunais fêmicos perderam progressivamente espaço e a razão de existirem.
Um dos personagens de destaque no período de surgimento dos tribunais fêmicos foi o imperador Carlos Magno, ou Carlos I, o qual foi sagrado Imperador do Ocidente pelo papa Adriano III. Esse grandioso título havia sido utilizado pela última vez em 476 a.C., pelo imperador romano Rômulo Augusto.
Carlos Magno imperou praticamente sobre toda a Europa Ocidental e realizou importantes ações na área da educação, do comércio, da cultura e das leis.
Outro personagem apresentado no ritual é o rei Ruperto III, ou Ruperto, o Breve. Esse monarca foi rei da Germânia a partir de 1400, onde viveu de 1352 a 1410. Seu papel é pouco relevante no contexto geral do Grau 31. Contudo, segundo a tradição, Ruperto III tornou oficial o Tribunal da Santa Feme.
Outra importante referência histórica relatada no ritual do Grau 31 situa-se no século XVIII, no período em que Frederico II, rei da Prússia, conquistou a hegemonia política e militar em diversas regiões da Áustria, Alemanha e Polônia.
Esse monarca teve um papel importante na organização econômica e jurídica da Alemanha, tendo criado o Banco de Berlim e reorganizado o exército prussiano de modo a dotá-lo de oficiais extremamente disciplinados, o que mais tarde demonstrou ter sido uma peça importante na futura unificação da Alemanha.
Conforme o Ritual, por intermédio de Frederico II, o Rito Escocês Antigo e Aceito foi reestruturado, passando de 25 para 33 graus. Nessa ocasião, foi criado o Grau 31, inspirado nos tribunais fêmicos alemães.
O Grau 31 também nos remete à mitologia do Antigo Egito, nesse caso ao Tribunal de Osíris. Essa corte divina representa o conjunto de alegorias pelas quais os antigos egípcios acreditavam que se aplicava a Justiça Divina após a morte.
O ritual descreve sumariamente a formação do Tribunal de Osíris, descrevendo-o como uma corte que avalia os atos de cada pessoa no decorrer da vida. Esse colegiado, presidido pelo deus Osíris, era formado por 42 deuses-juízes.
![]() |
No Egito, a deusa Maat significava a Verdade, da qual não se pode escapar. |
O resultado da medição era anotado pelo deus Toth (deus dos escribas e da magia).
Caso o morto fosse absolvido, ele seguiria, juntamente com seus pertences, para o paraíso de Aaru. Caso fosse condenado, teria seu espírito destruído por Ammut, o devorador.
Comentários
Postar um comentário