SIGNIFICADOS dos passos...
- do Aprendiz que é: 1º LUTA, 2º PERSEVERANÇA E O 3º FRATERNIDADE.
- de Companheiro: 1º IMAGINAÇÃO, 2º AFETIVIDADE. Juntando o p∴dir∴ ao calc∴ esq∴ chegamos a RAZÃO.
- E os de Mestre, qual significado?
Antes das considerações propriamente ditas, saliente-se que as Marchas, ou Passos do Grau, como são conhecidos na Maçonaria, acontecem em alguns ritos, sendo que essa prática não é generalizada na amplitude dos trabalhos maçônicos.
A despeito disso, cada Rito ou Trabalho, possui suas particularidades e propriedades litúrgicas inerentes à sua estrutura iniciática.
Em assim sendo, que fique bem claro que os apontamentos seguintes se referem apenas ao simbolismo do REAA.
Tornando mais palatável essas interpretações, o conceito das Marchas no simbolismo do REAA é simplesmente iniciático e se refere à jornada do maçom em direção ao Oriente (lugar do Mestre).
Destaque-se que a Maçonaria busca por ordem da razão dar sentido às suas práticas com explicações plausíveis e não em meras suposições.

Nesse sentido, os passos do Aprendiz (Marcha) iniciaticamente se relacionam com uma linha reta por onde é conduzido aquele que, pelo aspecto de ser ainda um iniciante, traz consigo a ausência de experiência e, por conseguinte, a insuficiência de um conhecimento mais acurado sobre a Arte Real.
A melhor explicação para essa insígnia emblemática é a de que o Aprendiz não possa ainda se desviar desse rumo sob a pena de se perder para sempre da senda da Sabedoria.
Assim, a liturgia da Marcha do Aprendiz também menciona racionalmente a “retidão”, tanto de caráter, bem como de objetivo. É dessa condição que o Aprendiz representa a infância no processo iniciático da Maçonaria.
Faz-se apropriado nesse momento lembrar de que um dos mais importantes símbolos da “retidão” na Maçonaria é o Esquadro, sendo essa a razão pela qual a esquadria se faz presente na execução dos passos.
É nesse contexto então que o conjunto dos tr∴ pp∴ significam o primeiro ciclo do aprendizado e dele se destaca a idade simbólica do Aprendiz.
Esotericamente, a alegoria da Marcha no Primeiro Grau prevê que o Aprendiz, por se apresentar ainda como um elemento despreparado para a Arte, bruto em essência, deve então ser amparado ao peregrinar em linha reta, o que simbolicamente acontece quando ele no Ocidente, e de frente para o Oriente, dá os tr∴ pp∴ sobre o equador do Templo.
Explica-se que o desvio daquele que ainda não possui experiência necessária pode demandar num ato temerário, cujo qual poderá leva-lo a se perder para sempre.
A ação de se perder denota no ato de se desviar do caminho que vai em direção à Luz (objetivo daquele que espera um dia alcançar na plenitude maçônica).
Cumprida a idade simbólica dos tr∴ aa∴ e dando sequência à senda iniciática o Aprendiz é então alçado à Elevação ao Segundo Grau, Grau esse que tem a pragmática da juventude, da ação e do trabalho.
Assim, agora como Companheiro Maçom, portanto mais experiente indo do Norte para o Sul, ou passando para a perpendicular ao Nível, ele já pode perambular por todo o Ocidente da Loja (canteiro de trabalho).
Uma síntese dessa evolução (aprimoramento das ações e dos costumes) é representada emblematicamente pelos dois pp∴ a mais que o Companheiro dá além dos três primeiros hauridos da primeira etapa da sua jornada iniciática. Agora totalizando c∴ pp∴, os mesmos denotam aos c∴ aa∴ de aprendizado na Arte, condição simbólica de aperfeiçoamento para se atingir o Segundo Grau.
Assim, os c∴ aa∴ correspondem à idade figurada do Companheiro.
Esotericamente, os dd∴ pp∴ a mais - um oblíquo e outro de retorno ao eixo (equador) - significam que o Companheiro representando a juventude e com mais experiência já pode, a partir do eixo do Templo, se deslocar pelas Colunas e posteriormente a ele retornar na sua jornada em direção à Luz.
Assim, o Companheiro demostra que pela sua evolução é senhor dos caminhos pelo Ocidente da Sala da Loja.
Prosseguindo na jornada, alcança-se por fim o final da senda iniciática – a plenitude maçônica, ou o Grau de Mestre Maçom.
Agora como senhor de todos os quadrantes da Loja, desde o Ocidente até o Oriente e do Norte até o Sul, entre o Esquadro e o Compasso o Mestre completa a sua Marcha.
A plenitude do trajeto iniciático somente será alcançada pela consecutiva conclusão de todas as etapas da jornada do simbolismo, isto é, no REAA marchando como Aprendiz, como Companheiro e por fim efetuando os caminhares do Mestre.
Na realidade a sinopse dessa plenitude corresponde ao trajeto completo da senda iniciática maçônica.
Por oportuno cabe mencionar que a Moderna Maçonaria Universal (simbolismo) é composta apenas e tão somente por três graus – Aprendiz, Companheiro e Mestre.
É bom que se diga que a mais antiga, a Maçonaria de Ofício, se constituía apenas de duas classes de trabalhadores.
Retomando os comentários sobre a Marcha do Mestre, os t∴ últimos pp∴ que completam simbolicamente a sua jornada remontam, no REAA, à alegoria da morte e do renascimento da Natureza.
Sob essa égide esse teatro emblemático tem o desiderato de demostrar sequencialmente os ciclos naturais (estações do ano).
Em linhas gerais essa alegoria procura demonstrar o alcance da maturidade (plenitude, experiência) e o descanso à meia-noite (morte).
Nesse contexto cada passo do Mestre simboliza o trajeto (eclíptica) na revolução anual do Sol, destacando que nessa alegoria Hiran, na concepção deísta do Rito é o Sol que morre no inverno deixando dele a Terra sua “viúva”.
Assim, é imperativo que o maçom compreenda essa representação ao mesmo tempo em que se afaste das interpretações fantasiosas, temerárias e desprovidas de justificativas.
No tocante à Marcha em si, o Mestre como que a transpassar por sobre um e∴ simbólico, imitando o deslocamento do Sol de um para o outro hemisfério, dá, a partir da conclusão da Marcha de Companheiro, na forma de costume e com o p∴ dir∴ um p∴ em direção à Coluna do Sul (em seguida junta ao seu p∴ dir∴ normalmente o p∴ esq∴) - o ponto ao Sul alcançado pelo primeiro passo representa solstício de inverno no hemisfério Norte.
Prosseguindo, a partir dai e representando a volta do Sol do Sul para o Norte, o Mestre, como que ainda a transpassar por sobre um e∴ simbólico, dá outro p∴, porém agora com o p∴ esq∴, em direção à Coluna do Norte (em seguida junta ao seu p∴ esq∴ normalmente o p∴ dir∴) – o ponto ao Sul alcançado pelo segundo passo representa o solstício de verão no hemisfério Norte.
Por fim, o Mestre, ainda como que a passar por sobre um e∴ simbólico, dá com o seu p∴ dir∴ o terceiro e último passo em direção ao equador do Templo como que a se preparar para ingressar no Oriente da Loja (junta em seguida o seu p∴esq∴ ao p∴ dir∴ formando pelos cc∴ uma esq∴).
Esotericamente. essa alegoria procura demonstrar que os tr∴ pp∴ finais elevados do Mestre desenham figuradamente no espaço a trajetória anual do Sol, isto é, a sua ida e a sua volta de um para outro hemisfério, o que confere ao Planeta Terra as suas estações do ano.
Ficam assim demonstrados, à direita e à esquerda, os solstícios de inverno e de verão, cujas datas, caras aos nossos antepassados (Maçonaria Operativa) correspondem a João - o Batista e a João - o Evangelista. Dessa característica solsticial as Lojas ficariam mais tarde sendo conhecidas também como as “Lojas de São João”.
Assim sendo, esse teatro simbólico que associa o Homem à Natureza representa toda a jornada iniciática maçônica do simbolismo – infância, juventude, maturidade e morte.
Em suma essa alegoria solar representa o aperfeiçoamento do iniciado que, tal qual a Natureza cumpre o seu ciclo, morrendo no inverno para renascer na Luz.
A Marcha completa, do Aprendiz ao Mestre, resume todo esse corolário iniciático.
Por óbvio, essa é apenas uma explicação sintética de toda essa jornada que propõe o aperfeiçoamento do maçom conforme o arcabouço doutrinário do REAA. A regra é a de que investigando constantemente a Verdade o Iniciado cumpra todas as três etapas iniciáticas.
A título de esclarecimento, os oito passos que se dão a partir do Aprendiz até o Mestre têm no REAA origem nos tempos dos seus primeiros rituais em França a partir do século XIX.
Nessa época, a Marcha era única e simplesmente se constituía por “oito passos normais”.
Somente mais tarde, a partir dos meados desse mesmo século é que com a evolução dos rituais essa jornada seria dividida em três etapas relativas a cada grau simbólico. Atualmente esses “oito passos” permanecem, porém quando somados os de Aprendiz, os de Companheiro e os de Mestre.
Destaque-se que a Marcha completa do Companheiro se dá a partir da do Aprendiz. Já a do Mestre se dá a partir da do Aprendiz passando pela do Companheiro. Salvo a Marcha do Aprendiz, a dos dois outros graus somente se completa seguindo sequencialmente a(s) Marcha(s) anterior (es).
Dado os comentários é esse o significado superficial das Marchas no simbolismo do REAA.
Cada conjunto por grau completa uma etapa iniciática, portanto não faz sentido interpretações individuais de cada passo como a que fora mencionada na sua questão.
Destarte, os significados de cada ciclo iniciático, a alegoria somente se completa no encerramento da jornada, cuja qual exalta a plenitude maçônica adquirida ao se receber o salário na Câmara do Meio.
Concluindo, se isso puder ajudá-los, me resguardando da atitude de não revelar segredos e ser escrachado pelos puristas de plantão, esses são os meus comentários.
PEDRO JUK
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
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