Três Fatores à meditação e à realização da Cadeia de União.


A Luminosidade 

Para que possa haver um ambiente propício à meditação e à realização da Cadeia de União, outros fatores são de relevante importância, como a luminosidade, o som e o perfume. 

Quando o Sol está por nascer ou em seu ocaso, quando a terra começa a iluminar-se ou a escurecer, os pássaros calando ou iniciando seus trinados, as flores e folhas a fechar suas corolas ou unirem-se aos seus ramos, ou desabrochar e quando a Natureza toda inicia sua dança de agitação ou seu período de descanso, aproxima-se a hora propícia para meditação. 

Evidentemente, não se poderá pretender que os maçons realizem os seus trabalhos em horas tão difíceis, e é por isto que deve ser criado artificialmente, o ambiente de luminosidade a conduzir à meditação, ao silêncio e à introspecção. 

Em absoluto, não se exige que a Cadeia de União seja formada no escuro.(14) 

A luminosidade deverá ser guardada de conformidade com o interesse da pessoa encarregada de regulá-la: o Arquiteto, dependendo de sua sensibilidade ou da orientação do Venerável da Loja. 

Muitas Lojas usam tão-somente a luz dos três candelabros de vela; outras adotam a luz de uma pira que arde alimentada a álcool. 

Luz elétrica, luz de vela, ou chama a álcool, não se estabelecem regras rígidas. 

Poderíamos, outrossim, nos ater ao significado da luz espiritual que emana dos próprios elementos formadores da Cadeia de União que viriam iluminar o ambiente, com suficiência e propriedade. 

O corpo humano pode gerar luminosidade; trata-se de um fenômeno raro em nossos dias, mas já os antigos pintores aplicavam às figuras de santos uma auréola que simbolizava essa luz proveniente do interior da alma. 

Todas as divindades são representadas com um “halo” em torno de si. 

Há um Provérbio de Salomão que diz: “Pois o ensino é uma lâmpada, e a lei uma luz”. 

De qualquer forma, a luz é e sempre será algo material que se mede, se pesa e se vê. O próprio ensino, o conhecimento, a lei podem ser medidos e analisados. 

Muitos conceitos do Velho Testamento em torno da luz que ilumina o dia encontram, posteriormente, novas concepções diante do caso que ocorre nos Pólos, quando o sol ilumina durante seis meses, não havendo, propriamente, noite, e esta, por sua vez, dura também seis meses, posto não exista lá uma noite negra como sucede entre nós; trata-se de uma noite cujas sombras assemelham-se ao crepúsculo dos nossos países sulamericanos.

 O Novo Testamento nos dá mais “luzes” a respeito do porquê foi tomado o termo “luz” como um símbolo sagrado marcando de uma forma carinhosa e convincente a presença de Deus no homem. 

“Vós sois a luz do mundo. Não pode permanecer oculta uma cidade no monte. Nem se acende uma luz e se põe debaixo do alqueire, e sim sobre o candelabro para alumiar a todos os que estão em casa. Assim brilha diante dos homens a vossa luz, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai celeste”. (Mateus 5: 14-16) 

“E o Senhor reconheceu que o feitor desonesto procedera com tino. É que os filhos deste mundo são mais atilados, em sua própria geração, do que os filhos da luz”. (Lucas 16:8) “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens e a luz brilhava nas trevas, mas as trevas não a prenderam”. (João 1:4) “Era a luz verdadeira, que ilumina a todo homem que vem ao mundo”. (João 1:9)

Há nestas frases princípios filosóficos a serem considerados. Uma distinção entre duas luzes: a verdadeira e a falsa. São Paulo, na sua 2ª carta escrita aos Coríntios diz: 

“Pudera não! Pois se o próprio Satanás se apresenta como anjo de luz”. 

Satanás, aqui, não é o diabo, demônio ou espírito do mal, mas sim o “opositor”, o que nega a Verdade.(14) 

É evidente que a sua luz, embora luminosa, não será a Verdadeira Luz. A importância da Luz, seja em que sentido se a tome, transcende à compreensão do homem comum, do profano e do maçom primário.(15) E, porque a luz tem seu grande significado, precisamos tê-la sob controle. Como? A resposta continua um motivo de pesquisa.

O Som 

O som é um elemento que conduz por caminho natural e suave à meditação. 

Quando mencionamos o som, nos chega imediatamente à compreensão a música; um fundo musical propício. 

Hoje, o conceito música se torna um tanto difícil de ser expresso, mormente se atentarmos ao que se vê, ouve em funções litúrgicas religiosas, dentro do ambiente o mais convencional possível, sons de guitarras elétricas e o frenesi da música denominada “jovem”, com os seus “sons” diferentes, nem sempre harmoniosos ou pelo menos agradáveis aos ouvidos menos acostumados. 

Temos assistido a missas solenes dentro de Igrejas Católicas Romanas, tanto aqui como visto em filmes, em outros países, jovens usando as suas vestes características e multicoloridas, emitindo sons e cantando estranhos ritos; ao som da música “jovem”, o sacerdote impassível, cumprindo seu cerimonial. 

Nesse misto que denominamos de som “jovem”, há, também muito de folclore. 

Um curioso é a “Missa Crioula” (Misa Criolla) composta por Ariel Ramirez.

Ramirez é natural de Santa Fé, Argentina, tendo-se especializado em temas folclóricos após estudos profundos, buscando-os em suas verdadeiras origens. Não se limitou ao seu País, mas buscou elementos na Europa, obtendo um título universitário no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid. 

Em 1952 realizou na Rádio Vaticano um concerto de música e ritmos argentinos, aonde, quiçá, lhe veio a inspiração de compor sua “Missa Crioula”. 

Sua idéia de realizar uma missa cantada com temas exclusivamente folclóricos encontrou estímulo e assessoramento de parte de alguns sacerdotes da Basílica do Socorro. 

Compôs uma obra para solistas, coro e orquestra, elementos necessários para abranger a riqueza de sua composição. 

Os instrumentos também não poderiam ser exclusivamente convencionais. 

A percussão, formada por bombos, bateria, tumbadora, gongos, cocos, sinceros instrumentos típicos de cada região, deram muito colorido e expressão latino-- americanos à obra. 

A “Missa Crioula” inicia-se com o “Kyrie”, concebido sobre dois ritmos: “vidala” e “baguala” aptos para expressar a profunda súplica da litanía. 

O “Gloria” é demarcado com o ritmo de uma das danças mais populares da Argentina, o “carnavalito”, urna forma popular eleita para traduzir o júbilo da glória ao Senhor. 

Um dos momentos mais difíceis é sem dúvida, o do “Credo”, pela extensão do seu tema e pelo ritmo escolhido, a “chacareca trunca”, melodia muito popular em Santiago del Estero. 

O ritmo é obsessionante, quase exasperado de uma formosura “nervosa”. 

O “Sanctus” foi composto sobre um dos ritmos bolivianos, o carnaval de Cochabamba, de compasso batido, apropriado à aclamação que enche os céus e a terra. 

O “Agnus Dei” é dito num estilo “pampeano íntimo”, terno e solene. Diz o comentarista que a “Missa Crioula” é uma síntese e um convite: 

“Abre os braços ao homem para dizer-lhe: vem à Igreja com tudo o que há em sua carne e em seu sangue; com sua cultura e seus ritmos, com sua forma de expressão e suas paisagens. A Igreja não quer que no Templo se fale uma língua estranha. Sua linguagem é a do Pentecostes, língua materna que o homem aprendeu no contato áspero e vital com seu próprio solo. 

Venha à dança e ao compasso; venha à terra mesmo. É que a Igreja está enamorada da terra porque ela é criatura de Deus. A terra assumirá seu próprio Espírito, integrará seu próprio tino e o transformará em veículo de expressão para Deus. E o homem sentir-se-á na casa do Pai como se estivesse em sua própria casa”.

Se compararmos a “Missa Crioula” com a música da páscoa em canto gregoriano, com seu responsório “Christus resurgens”, a “Paschoa nostrum”, o “Salve festa dies”, com as suas antífonas, evidentemente não saberíamos o que dizer. 

E se também comparássemos a música “jovem” ao som das guitarras elétricas e sintetizadores, ritmadas pelas características dos ex-Beatles, ou dos nossos Caetano Veloso, Caymmi, Roberto Carlos ou Jobim, muito menos saberíamos o que dizer. 

Mas poderíamos dizer da propriedade ou da impropriedade dos ritmos jovens dentro da liturgia maçônica! 

É evidente que se deve distinguir entre música jovem apropriada e ritmo inapropriado. Julgamos que o som deva conduzir à meditação; por isto, qualquer som será apropriado, mesmo que não seja melódico; uma simples nota, algo uníssono, sempre igual, porém que conduza a mente aos “páramos” celestes. Um som vibrante, seja em ritmo popular, clássico, tudo é indiferente. 

O valor do som não está na melodia nem no ritmo. 

Nas Lojas Maçônicas atuais a música é apresentada por meio de discos ou fitas, sendo selecionada com total preferência para as peças tradicionais clássicas. 

Raríssimas Lojas conservam o órgão e, se algumas ainda os possuem, falta o organista. 

O som dentro de uma Loja, entregue à responsabilidade do “Mestre de Harmonia”, não significa parcela muito importante, mas o “som” enquanto se forma a Cadeia de União adquire importância relevante e total. 

Por isto faz-se necessário muito cuidado na escolha do som. 

Ou música jovem, clássica, de câmara, popular, folclórica, ou qualquer outra, primitiva ou requintada, tudo será válido, uma vez que produza os efeitos necessários para a “comunhão” que há de realizar, no cruzamento dos braços e na união das mentes.

E se por acaso não houver a possibilidade de se obter um “som” dentro de uma Loja? 

Bastará que um membro do Quadro, fora da Cadeia de União, emita uma melodia, a mais simples possível; caso haja quem possa cantar, um cântico apropriado, aceito por todos e que produza o efeito necessário. 

Ultimamente tem sido ouvida com freqüência a música eletrônica que é uma notação musical inteiramente diferente da tradicional, estranha e dissonante. 

Ou extremamente harmoniosa e calmante como a música chamada new-age. 

Novos métodos, novas técnicas e novos sons, nos conduzem a novos conceitos, e novas aplicações que sempre serão válidos. 

Surgiu há alguns anos, na Inglaterra, um novo ídolo para os jovens: Richard Wakeman que apresenta temas antigos como os “Cavaleiros da Távola Redonda”, “Henrique VIII”, “Viagem ao Centro da Terra”, as “Lendas do Rei Arthur”, envolvendo os personagens da Idade Média, suspeitando-se de uma influência maçônica talvez através de seu pai, também músico, Cyril Wakeman. 

Sua música é denominada de Rock sinfônico, pois tira efeitos dos clássicos através de compassos autenticamente modernos, no sentido vibrante que caracteriza a música jovem. 

Utiliza-se dos sons os mais sofisticados, reunindo órgãos, pianos, instrumentos de percussão, corda e sopro, tudo super-amplificado através de alto-falantes poderosos, sendo necessários grandes ambientes, como salões de esporte, campos de futebol e catedrais imensas, para que os sintetizadores emitam a sua potência total. 

Quem teve a oportunidade de assistir a orquestra de Rick Wakeman, que esteve entre nós, terá sentido momentos de grande ternura e de grande nervosismo. 

Imaginando-se em Cadeia de União aqueles sons tão estranhos, muito elevados para a nossa conceituação maçônica além de qualquer imaginação, talvez não se consiga um recolhimento a ponto de meditar. 

Porém, é uma experiência válida porque não sabemos o que nos reserva o dia de amanhã, em “sons” musicais; se a música acompanhar a evolução tecnológica, teremos surpresas e será de todo conveniente que não nos “apanhem” de surpresa, mas que tenhamos nossos ouvidos “adaptados” às conseqüências que poderão sobrevir. Enfim, o Maçom de hoje deve estar pronto à adaptação porque deve acompanhar o que “vai à frente”, para que não estacione em algum ponto fixo e de lá não se possa mover.

Quando do lançamento da primeira edição de A Cadeia de União, proferimos várias palestras, fixando-nos no tema da música e levando para dentro de vetustos Templos a música jovem, nativa e os estranhos sons eletrônicos, produto de sintetizadores, sem a interferência humana. Procuramos, após uma longa explanação, percorrer o campo experimental, induzindo os assistentes (na ocasião foram convidadas as famílias dos maçons) a exercícios meditativos, com o intuito de selecionar as músicas capazes de conduzir à meditação. 

A experiência foi muito proveitosa e emocionante, pois ninguém jamais poderia ter imaginado que “alguém” ousasse fugir ac convencionalismo e romper as barreiras de tradições arraigadas, fazendo vibrar os velhos símbolos, ao compasso frenético ou lânguido da música popular. 

Também na Maçonaria há oportunidade para, em campo experimental, chegar a conclusões necessárias para saber fazer seleção, não a “priori”, mas depois de viver a experiência na própria carne. 

O Perfume 

O terceiro elemento é o perfume. 

Poderá parecer tarefa singela, especialmente, seguindo o uso já consagrado de se acender um “defumador”. 

Defumadores os há, em múltiplos aspectos; com perfumes os mais exóticos, nacionais e estrangeiros. 

Defumadores preparados, compactados, bastando acendê-los para que sa desvaneçam, lentamente, perfumando o ambiente com sua tênue de fumo(16). 

Todos os povos, em suas cerimônias religiosas, usaram e continuam a usar substâncias aromáticas, à guisa de perfume em seus cultos. 

A Maçonaria, por sua vez, não poderia apresentar-se como exceção; sempre o usou e continua a fazê-lo. 

A melhor das fontes escritas, a mais antiga que temos, e que com extrema facilidade todos podem consultá-la é, sem dúvida, a História Sagrada. 

Lemos no livro do “Êxodo”, no capítulo 3º, o seguinte, sobre o “incenso santo”: 

“Disse mais Jeová a Moisés: toma especiarias aromáticas; estoraque (resina odorífera extraída da árvore do mesmo nome e conhecida entre nós com o nome de “jenjoeiro”), onicha, ou onyque, (resina mais conhecida como “unha odorífera”) e gálbano (planta umbelífera, sempre verde que fornece uma resina medicinal); especiarias aromáticas com incenso puro. Cada uma delas será de igual peso; e delas farás um incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado com al, puro e santo. Uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do testemunho na Tenda da Revelação, onde virei ti; será para vós santíssimo. O incenso que fareis, segundo a composição deste, não o fareis para vós mesmos; consideralo-eis sagrado a Jeová. O homem que fizer tal como este para cheirar, será exterminado do meio do seu povo.”

Desta passagem do Êxodo depreende-se que o “incenso” especialmente preparado segundo as indicações de Jeová, teria duas finalidades. 

Atrair através de seu fumo e perfume a presença espiritual de Deus; evitar que o “homem” o cheirasse, sob pena de extermínio. 

O “incenso”, considerado como defumador, tem o seu sentido de provocar “ataraxia” nas pessoas. Diríamos hoje, um entorpecente alucinógeno. 

“Ataraxia”, termo grego, é o estado feliz em que a serenidade mental combina com o bem estar físico uma síntese equilibrada, livre daquelas violentas subidas e descidas que desarmonizam a vida emocional. 

Não se pode considerar os gregos os únicos a desejarem a felicidade como condição suprema da vida. 

A firmeza, a calma interior e a harmonia foram e têm sido exaltadas por todos os sistemas religiosos: o Cristianismo, o Budismo, o Taoísmo, o Vedantismo; não há necessidade da pessoa ser santa ou filósofa para ansiar por essa tranqüilidade interior. 

O desejo de semelhante estado é natural pois, sem ele, a felicidade se torna impossível. 

Hoje, o homem moderno, preocupado e ocupado, sem tempo para notar o “sinal vermelho” de que deve parar, tem ânsia muito maior por essa paz íntima. 

Houve nos tempos idos, e ainda em raros casos sucede que a prática da religião e a da filosofia conduziam a esse estado de paz interior. 

Ambos, porém, exigiam autodisciplina e muita dedicação, o que equivale ao uso de “tempo”, hoje considerado tão precioso. 

Eis que o homem buscou, mesmo dentro da religião, um caminho mais rápido, posto totalmente condenável: o entorpecente. 

Hoje os termos empregados são um pouco diferentes: em lugar de fantástica, chamamos de “alucinógenas” as drogas capazes de produzir alucinações: sendo exemplo disso o LSD-25 e a mescalina. 

A série hipnótica, drogas que produzem sono como os barbitúricos, nos referimos mais comumente, agora, como sedativos. 

Dispomos de um novo grupo: os “ataráxicos”, que tranqüilizam sem produzir letargia. 

Por fim, a série “excitatia”, classe que inclui estimulantes do sistema nervoso gomo a cocaína ou a benzedrina, ou que também são conhecidos como “analépticos”, pois têm uma ação oposta à dos sedativos, despertando e estimulando ao invés de acalmar e serenar. 

As “drogas” foram por muito tempo empregadas nos serviços religiosos. 

O “peiot” era sagrado para os Aztecas, a “coca” para os Incas; os deuses, nos Vedas bebiam “soma”, ao passo que a “Ambrósia” era o manjar das divindades. 

Homero elogiava o “nepenthe” como “poderoso aniquilador do sofrimento”, e o “cânhamo”(17) com a sua resina “charas” era descrito pelos sábios da fedia como “propiciador de delícias”. 

Por não ter sido proibido por Maomé o uso das drogas, os maometanos entregaram-se ao consumo do “haxixe”, um derivado do “cânhamo”, cujos efeitos foram elogiados por Baudelaire que fundou o tristemente célebre “Le Club des Hachischins”, e que corretamente observou que o “haxixe serve apenas para engrandecer aquilo que já se acha presente na alma do homem e que cada qual recebe a visão que a sua própria natureza lhe dita”. 

As experiências sucederam-se e continuam, tendo, há bem poucos anos, Aldous Huxley, em seu livro “As portas da percepção, o céu e o inferno”, demonstrado, com o seu estilo de emérito escritor, a descrição fantástica do mundo visto através da ação do ácido lisérgico, mescalina e “Peiote”. 

Há algumas décadas tivemos os “hippies” que se reuniam para consumir drogas a fim de viverem o irreal. 

Levando em conta os efeitos de qualquer droga, é que a mente “pode” reagir aos efeitos de um “defumador”; quando em estado de meditação, busca o “algo mais” desconhecido, mas que anseia. 

Estamos no limiar de um novo estudo neste sentido: o resultado na formação da Cadeia de União, do ambiente externo, provocado pela luminosidade, som e incenso.(18) 

Chegaremos a conclusões satisfatórias, após o período de experiências e análises. 

Para cada reunião maçônica, um novo estudo é um novo resultado.

A queima do incenso deverá ser feita no início dos trabalhos como ação preparatória. 

E poderá continuar até o encerramento ou ser suspensa e reiniciada no momento da formação da Cadeia de União.

Teria sido o incenso descrito no “Êxodo” um caminho mais fácil para a aproximação de Deus, ou pelo menos, para que o homem assim julgasse? 

A proibição sob pena de extermínio nos faz suspeitar que sim. 

Louis Lewin, famoso toxicólogo alemão, em 1924 classificou a ação das “drogas” em seu livro “Phantastica”, em cinco classes: “Eufórica, fantástica, inebriante, hipnótica e excitante (euphorica, phantastica, inebriantia, hypnotica e excitatia).

Hoje os termos empregados são um pouco diferentes: em lugar de fantástica, chamamos de “alucinógenas” as drogas capazes de produzir alucinações: sendo exemplo disso o LSD-25 e a mescalina. 

A série hipnótica, drogas que produzem sono como os barbitúricos, nos referimos mais comumente, agora, como sedativos. 

Dispomos de um novo grupo: os “ataráxicos”, que tranqüilizam sem produzir letargia. 

Por fim, a série “excitatia”, classe que inclui estimulantes do sistema nervoso gomo a cocaína ou a benzedrina, ou que também são conhecidos como “analépticos”, pois têm uma ação oposta à dos sedativos, despertando e estimulando ao invés de acalmar e serenar. 

As “drogas” foram por muito tempo empregadas nos serviços religiosos. 

O “peiot” era sagrado para os Aztecas, a “coca” para os Incas; os deuses, nos Vedas bebiam “soma”, ao passo que a “Ambrósia” era o manjar das divindades. 

Homero elogiava o “nepenthe” como “poderoso aniquilador do sofrimento”, e o “cânhamo”(17) com a sua resina “charas” era descrito pelos sábios da fedia como “propiciador de delícias”. 

Por não ter sido proibido por Maomé o uso das drogas, as maometanos entregaram-se ao consumo do “haxixe”, um derivado do “cânhamo”, cujos efeitos foram elogiados por Baudelaire que fundou o tristemente célebre “Le Club des Hachischins”, e que corretamente observou que o “haxixe serve apenas para engrandecer aquilo que já se acha presente na alma do homem e que cada qual recebe a visão que a sua própria natureza lhe dita”. 

As experiências sucederam-se e continuam, tendo, há bem poucos anos, 


NOTA

(14)Dentro de nós mesmos não é “escuro”. Há luz abundante.

(15) O Oficiante.


REFERÊNCIA: A CADEIA DE UNIÃO - Rizzardo da Camino



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