O Rito de Heredom ou Rito de Perfeição



Antes de tentarmos entender o Rito Escocês Antigo e Aceito, faz-se necessário abordarmos aquele que lhe serviu de berço – O Rito de Heredom ou Rito de Perfeição.

Através de estudos, foi-nos possível compilar as suas peculiaridades, porém estamos certos que, ainda, encontramo-nos muito longe de esgotar toda a sua história.

Este trabalho é, apenas, um atrativo, para que o leitor se encaminhe na sua pesquisa e, consequentemente, entenda a origem dos Altos Graus maçônicos....

O Rito Escocês Antigo e Aceito tem a administração de seus graus simbólicos subordinada às Grandes Lojas, cabendo a administração dos graus filosóficos aos Supremos Conselhos do Grau 33. 

A autoridade Dogmática, Reguladora, Diretora e Conservadora do Rito no Brasil é do Supremo Conselho, todavia as Grandes Lojas no Brasil alteraram ao longo do tempo os Rituais dos Graus Simbólicos, sem consulta e aprovação do Supremo Conselho. 

Diante disto, há que se indagar: a quem pertence verdadeiramente o governo do Rito Escocês Antigo e Aceito. 

Este estudo investiga a questão e deduz que no Brasil o Rito tem um governo misto exercido pelas Grandes Lojas e pelo Supremo Conselho, que tornou-se letra morta o Tratado firmado em 1927 entre o Supremo Conselho e as Grandes Lojas e que o Rito Escocês Antigo e Aceito é governado pelo Supremo Conselho, que divide com as Grandes Lojas a administração do Rito, sem que nenhum desses Corpos interfira no outro sob qualquer aspecto, reconhecendo-se mutuamente pelos Princípios Básicos de Regularidade Universal.

Todos sabem que o Rito Escocês Antigo e Aceito é composto de 33 graus, divididos em Graus Simbólicos e Graus Filosóficos. 

Os Graus Simbólicos, que compreendem os três primeiros denominados de Aprendiz, Companheiro e Mestre, são administrados pelas Grandes Lojas e os Graus Filosóficos, que compreendem os trinta graus restantes divididos em Graus de Perfeição (4 ao 14), Capitulares (15 ao 18), Filosóficos (19 ao 30), Administrativos (30 e 31) e Honorífico (33), são administrados pelo Supremo Conselho.

ORIGEM DO RITO 

A resposta a estas indagações não pode ser dada sem que um estudo investigativo sobre o Rito, sua evolução e disseminação pelo mundo inteiro, sobre a divisão política e administrativa dos graus, sobre a estrutura da Maçonaria no mundo, seja produzido com todas as nuances da questão. 

Assim, para apreciarmos a questão com vistas a descobrirmos a quem realmente compete proceder a alterações nele, temos que nos reportar inicialmente aos registros históricos da criação do Rito Escocês Antigo e Aceito. 

Quando nos debruçamos no estudo da História da Maçonaria, vamos observar que os autores são concordes em dividir essa história em dois períodos distintos a que denominam de Maçonaria Operativa e Maçonaria Especulativa. 

Eles estabelecem que a história maçônica tem por referência o ano de 1717, quando aí termina o primeiro período cognominado de Operativo e inicia o segundo chamado de Especulativo. 

Esta é a divisão clássica da História da Maçonaria, não obstante haverem sido formuladas outras classificações, muitas delas beirando as raias da invencionice e do absurdo. 

Há autores que afirmam que a Maçonaria “era coeva da criação do mundo” (George Olivier); que “Deus e o arcanjo São Miguel foram os primeiros grão-mestres da primeira loja dos maçons estabelecida pelos filhos de Sete, depois do fratricídio de Caim” (Enoch); que “o patriarca Adão, fiel às instruções recebidas do Altíssimo formou a primeira loja com os seus filhos” (Marcos Bedarride); que “a Maçonaria vem de Deus mesmo e começa na época do caos” (Moreau). 

Em resumo, os historiadores se achavam divididos entre duas tendências principais: aqueles que se perdiam na busca de origens nebulosas e extravagantes, e aqueles que se queixavam das dificuldades encontradas para determinar a teoria que mais se aproximava da verdade (Berthelot). 

Deixadas de lado tantas teorias sem critérios científicos, admite-se que a Maçonaria é “um produto genuinamente inglês e medieval, operário na origem e não iniciático ou religioso” (Aslan, pag. 21). 

A data de 24 de junho de 1717 é o marco divisório dos dois tipos de maçonaria, assinalado pela reunião de quatro lojas operativas de Londres e de Westminster com a finalidade de fundação de um Centro de União que receberia o nome de Grande Loja de Londres. 

Até esse ano, a maçonaria era uma sociedade de operários especializados, os talhadores de pedras, os construtores das igrejas e das catedrais, que se reuniam em guildas, em confrarias de mútuo socorro, para defenderem os seus interesses contra os patrões que os exploravam. 

A partir desse ano é que a maçonaria começou a implementar finalidades humanitárias, vindo a atrair pessoas escolhidas oriundas das camadas mais elevadas da sociedade. 

Os nobres, príncipes, reis e imperadores, passando a fazer parte da maçonaria, modificaram seus objetivos e princípios, dando-lhe conteúdo especulativo. 

No decorrer do Século XVIII a maçonaria desenvolveu-se muito rapidamente e nele foram surgindo os ritos, rituais, graus, doutrina, filosofia, liturgia. 

Alguns ritos se dividiam, outros se fundiam, até que alguns se encontraram definidos e equilibrados no Rito Escocês Antigo e Aceito, aceito universalmente. 

Não obstante, todos os ritos praticados e os que ainda permanecem nos dias atuais, fazem residir a unidade maçônica na iniciação, nos três graus simbólicos e nos sinais de reconhecimento, estreitando o espírito de fraternidade que liga os maçons em todo o mundo. 

Kurt Prober afirma que o Rito Escocês surgiu na França, por volta de 1730/1735, nos graus simbólicos, depois de nesse país haver sido introduzida a maçonaria inglesa que naturalmente adotava o Rito de York. 

No ano de 1758 fundou-se em Paris um Corpo Maçônico que recebeu o nome de Capítulo ou "Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente", e nove Comissários deste Corpo elaboraram, o que se tornaria conhecido como a Constituição de Bordeaux, de 21 de setembro de 1762, que introduzia um sistema de Rito Escocês de 25 Graus. 

José Castelani diz que o escocismo nasceu na França como maçonaria stuartista, sendo a primeira manifestação maçônica em território francês, remontando este fato ao ano de 1649, após a decapitação do rei Carlos I, da família dos Stuarts, pelos partidários de Oliver Cromwell. 

Portanto, muito antes da fundação da Grande Loja de Londres, que se deu em 1717. 

Henriqueta da França, viúva de Carlos I, aceitou do rei francês Luiz XIV o asilo político no castelo de Saint- Germain, onde membros da nobreza escocesa e inglesa passaram a preparar a reação contra Cromwell para a retomada do poder pelos Stuarts. 

Desde a criação da Grande Loja de Londres, em 1717, se desenvolveram na França dois ramos distintos da Maçonaria: um ramo inglês, obediente à Grande Loja e, um ramo escocês, livre dessa obediência. 

O ramo escocês vivia segundo os antigos preceitos maçônicos, pelos quais os maçons constituíam lojas livres, sem subordinação a uma autoridade ou a um poder supremo. 

Em 1771, de acordo com Gustave Bord, das 154 lojas de Paris, 322 da Província e 21 de regimentos, não haviam 10 lojas constituídas sob a obediência da Grande Loja de Londres. 

Em 1717, o Rito Escocês ou o escocismo como Obediência não existia, vindo a se implantar o sistema obediencial a partir da segunda metade do Século XVIII, com a criação dos altos graus. 

O Rito de Heredom, composto de 25 graus pelo Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, em 1758, viria a ser modificado em 1801, com a fundação em Charleston, nos Estados Unidos, do primeiro Supremo Conselho do mundo, que ampliando para 33 graus o Rito de Heredom deu nascimento ao Rito Escocês Antigo e Aceito. 

Segundo Oswald Wirth, em 1735 já se praticava um quarto grau denominado Mestre Escocês, de nítida origem jacobita ou stuartista que, reunindo a suprema autoridade maçônica seria a Grande Loja escocesa. 

O tema desse grau era a descoberta sob as ruínas do Templo de Jerusalém, de uma abóbada que continha um altar, sobre o qual estava escrito o nome da Divindade, isto é, a Palavra Perdida, daí em diante reencontrada. 

O painel desse grau mostrava o templo em ruínas, com as colunas J e B quebradas e o altar despedaçado, representando simbolicamente a ruína da Ordem Maçônica que o iniciado do quarto grau deverá reconstruir. 

As pretensões desses iniciados eram a de constituir uma classe superior de maçons e de reger as lojas simbólicas. 

Grande parte dos autores apontam três acontecimentos como responsáveis pela criação dos altos graus e pela evolução do sistema escocês: 

- o Discurso de Ramsay, 

- a criação do Capítulo de Clermont e 

- a instalação do Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, Grande e Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém. 

André Michel Ramsay era membro de nobre família escocesa, Grande Orador e Grande Chanceler da Ordem, iniciado na Loja Horn em 10 de março de 1730, no Palácio Hord de Westminster. 

Nasceu em Ayr, na Escócia, em 1686, e faleceu em SaintGermain, na França, em 1743. 

Em 1737 foi impedido pelo Cardeal Fleury de pronunciar um discurso, o qual foi publicado em 1738. 

Esse discurso representou uma tendência de uma profunda reforma institucional da Maçonaria, razão pela qual é citado como um dos textos fundamentais do sistema escocês. 

O Capítulo de Clermont foi criado em Paris, em 1754, pelo Cavaleiro de Bonneville, com o nome de Colégio dos Jesuítas. 

Propunha-se a praticar os Altos Graus sem manter vínculos com a Grande Loja. 

De existência efêmera, muito contribuiu para a propagação das idéias dos Altos Graus. 

O Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente foi fundado em Paris, em 1758, por Pirlet. Criou nesse mesmo ano o sistema de Altos Graus, chamados “graus de perfeição”, em número de 25, que veio a ser chamado de Rito de Perfeição ou de Heredom. 

Em 1761, Etienne Morin recebeu do Conselho dos Imperadores uma patente, que lhe dava autoridade para fundar lojas dos Altos Graus nas Américas. 

Possivelmente, sob a inspiração de Morin, os maçons americanos liderados pelo Dr. Dalcho acrescentaram aos 25 graus criados pelo Conselho dos Imperadores, mais 8 graus, vindo a criar o sistema de 33 graus. 

Reunidos em Charleston, Carolina do Sul, eles fundaram em 31 de maio de 1801 o primeiro Supremo Conselho do Rito Escocês, que se deu a conhecer em 4 de dezembro de 1802, quando fez um comunicado à maçonaria mundial atribuindo a sua organização em maio de 1786 pelo rei da Prússia, Frederico II. 

Após sua fundação, o Supremo Conselho de Charleston outorgou ao conde francês Alexandre de Grasse-Tilly uma patente que o habilitava a fundar um Supremo Conselho em São Domingos. 

Chegando, porém, a Paris em 1804, elevou ao grau 33 um grande número de maçons franceses e fundou o segundo Supremo Conselho, sendo seu Grande Comendador de 1804 a 1806. 

Sucedido pelo duque de Cambacérès que o governou de 1806 a 1818, Grasse-Tilly voltou a dirigir o Supremo Conselho de 1818 a 1821, período em que o Rito Escocês se disseminou por toda a Europa. 

Em 12 de outubro de 1804 os grandes oficiais do Rito Escocês se reuniram, e em nova reunião de 22 de outubro de 1804, de Grande Consistório, formaram uma Grande Loja Escocesa de França do Rito Antigo e Aceito, elegendo o príncipe Luiz Napoleão para Grão Mestre e para seu Representante-Presidente o Conde Alexandre François August de Grasse-Tilly. 

Em dezembro desse mesmo ano este estabeleceu um acordo com o Grande Oriente de França, delegando-lhe poderes para administrar, além dos 3 graus simbólicos, também os graus 4 até o 18. 

Em julho de 1805 o Grande Oriente de França resolveu administrar também os restantes graus filosóficos, do 19 em diante, o que ocasionou um rompimento entre as duas jurisdições, que só veio a ser sanado em 1821, quando o Rito Escocês Antigo e Aceito se reorganizou totalmente na França. 

Porém, a atual Grande Loja de França só em 7 de novembro de 1894 foi reconstituída, quando 60 Lojas do Supremo Conselho decidiram separar o Simbolismo do Sistema Filosófico dos Altos Graus. 

A denominação de Antigo e Aceito dada ao Rito Escocês surgiu na França. 

Ele proveio do fato de que o Grande Oriente resolvera revisar o sistema dos Altos Graus para reduzir-lhe o número de graus que, em 1786, tendo a Assembléia aprovado o projeto de um rito contendo apenas 4 Altos Graus, passou este a ser praticado sob o título de Rito Francês ou Moderno. 

Os adeptos do Rito Escocês que já haviam aumentado o número de graus adotaram a denominação de Maçons Antigos e Aceitos, passando ao mesmo tempo o rito a ser chamado de Rito Escocês Antigo e Aceito.

Comentários

  1. LEGISLAÇÃO DO RITO

    A análise do governo do Rito Escocês
    Antigo e Aceito no mundo e, especificamente no Brasil,
    requer um estudo da legislação internacional e nacional do
    Rito, para que se possa ter uma exata compreensão da sua
    situação jurídica.

    Isto implica na hermenêutica geral e
    particular das leis que regem o escocismo na comunidade
    maçônica internacional e na brasileira.

    Para tanto, a seguir
    são apresentadas algumas normas pertinentes, tanto em
    nível das leis fundamentais do Rito quanto das relativas ao
    Supremo Conselho brasileiro.

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  2. Artigo VI das Constituições de 1786:

    O Poder do Supremo Conselho não interfere em nenhum
    grau abaixo do 17 ou Cavaleiro do Oriente e Ocidente,
    mas tanto o Conselho como as Lojas de Perfeição
    Maçônicas são obrigados a reconhecer, no que concerne
    ao Grau 33, a autoridade dos Inspetores Gerais,
    recebendo-os com as honras que lhes são devidas.


    Resoluções do Congresso de Lausanne
    de 1875:
    3º) Cada Supremo Conselho governa, por
    estatutos gerais, as Oficinas de sua jurisdição; a sua
    autoridade é soberana e independente em toda a extensão
    da sua jurisdição territorial, mas sem poder atacar as leis
    gerais do escocesismo e dos estatutos fundamentais do
    rito;
    5º) A ação de um Supremo Conselho não pode,
    legalmente, estender-se senão sobre os maçons de sua
    jurisdição;
    7º) A missão de todas as Oficinas do Rito
    Escocês Antigo e Aceito é de trabalhar para o fim da
    Ordem; a dos Supremos Conselhos é de lhes ensinar a
    doutrina maçônica e de dirigir as ações pela pureza dos
    princípios e pela observância dos estatutos fundamentais
    da Ordem.

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  3. Declarações de Princípios:

    6º) Todo o maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito é obrigado a
    observar fielmente as leis fundamentais da Ordem e as
    decisões do Supremo Conselho de sua jurisdição.

    Condições para fazer parte da
    Confederação dos Supremos Conselhos do Rito Escocês
    Antigo e Aceito:

    Art. 2º) Reconhecer, como lei orgânica
    do Rito Escocês Antigo e Aceito, as Grandes
    Constituições de 1786, as modificações de 22 de setembro
    de 1875 e o novo Cobridor, tais como foram determinados
    e adotados pelo presente Congresso de Lausanne;

    Art. 3º)
    Ser o Chefe Supremo, Soberano Absoluto do Rito Escocês
    Antigo e Aceito em sua jurisdição, no que se referir pelo
    menos a todos graus acima do 3º e possuir exclusivamente
    a administração e o governo dos membros;

    Art. 4º) Se um Supremo Conselho Confederado fizer parte de um Grande
    Oriente, nenhum dos seus atos relativos aos graus acima
    do 3º poderá ser criticado ou revisto por esse Grande
    Oriente, nem por qualquer de seus corpos maçônicos, tais
    como Conselhos ou Senados.

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  4. Estatutos do Supremo Conselho para o
    Brasil:

    Preâmbulo
    Pelo regime administrativo, o governo
    maçônico, em todo o Mundo, tem uma linha divisória
    entre a Maçonaria Simbólica e a Maçonaria Filosófica,
    embora ambas vivam em paz e harmonia, limitando-se a
    ação de cada uma delas às respectivas Jurisdições, pois à
    Maçonaria Simbólica está entregue universalmente o
    governo dos 3 primeiros graus do Rito: Aprendiz,
    Companheiro e Mestre, cabendo á Filosófica a regência
    dos demais Graus, 4 ao 33, denominados graus filosóficos
    ou superiores;

    Art. 5º) Como única e suprema autoridade
    do Rito Escocês Antigo e Aceito no Brasil, o Supremo
    Conselho poderá reunir-se em qualquer parte do Território
    Nacional, sob a presidência do seu Soberano Grande
    Comendador, tendo as seguintes atribuições:

    -b) ser a única autoridade dogmática do Rito dentro do Território
    Nacional;

    -d) conceder todos os Graus do Rito;

    -e) organizar, reformular, imprimir e mandar adotar os rituais
    dos vários Graus do Rito;

    o) suspender os direitos de
    qualquer Maçom filiado aos Graus Filosóficos e, em casos
    graves e urgentes, expulsá-lo do Rito e da Ordem,
    inclusive os que estiverem no exercício de cargo
    Administrativo em Corpo Subordinado;

    x) conferir qualquer grau das séries filosóficas a Maçom que julgue
    merecedor”;

    Art. 52) São maçons do Rito Escocês Antigo
    e Aceito no Brasil, os que estiverem legal e legitimamente
    investidos nos Graus 1 ao 33;

    Art. 73) Todos os Rituais dos Graus 4 ao 33, inclusive, e os de Cerimônias
    Maçônicas adotadas no Supremo Conselho, são de sua
    exclusiva propriedade;

    Art. 74) Nenhum dos Rituais do
    Supremo Conselho poderá ser traduzido para outra língua
    sem sua expressa autorização, exceto em se tratando de
    outro Supremo Conselho regular e reconhecido, que
    poderá, querendo, adotá-lo;

    Art. 74, §1º) Ninguém, sob pena de responsabilidade civil e criminal, ou de expulsão
    do Rito e da Ordem, poderá imprimir, nem direta ou
    indiretamente permitir que se imprima ou se venda,
    qualquer trabalho intitulado Ritual ou parte do Ritual de
    qualquer dos Graus do Rito, ou de Cerimônias Litúrgicas
    outras, sem ordem expressa do Supremo Conselho.

    Código Penal do Supremo Conselho:

    Art. 8º) A aplicação da lei penal maçônica terá lugar
    contra Maçons de Altos Graus (4º a 33º) e contra Corpos
    Subordinados, por delitos cometidos dentro ou fora do
    território jurisdicional do Supremo Conselho.

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  5. Como se vê, a lei basilar do Rito Escocês Antigo e Aceito é o diploma legal denominado
    Constituições de 1786 que, segundo o seu preâmbulo, tendo reunido “em um só corpo maçônico, todos os ritos do regime Escocês”, os fundiu com as necessárias
    adequações em 33 graduações ou graus, pelos quais “todo maçom será obrigado a passar sucessivamente, antes de chegar ao mais sublime, e último”.

    Os ritos assim unificados e adaptados foram os de “Antigo de Heredom,
    ou Heredom de Kilwening; do Oriente de Santo André; dos Imperadores do Oriente e Ocidente, Príncipes do Real Segredo ou de Perfeição Filosófica, e do Rito muito
    Moderno, chamado Primitivo”.

    Pelo seu Artigo VI o Supremo Conselho não interferiria nos graus abaixo do 17º, mas as Lojas de Perfeição que compreendiam os graus acima do 3º até
    aquele, teriam que reconhecer a autoridade máxima do Grau 33, dispensando-lhe todas as honras

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  6. O Congresso de Lausanne de 1875 procedeu a uma revisão das Constituições de 1786,
    buscando criar uma confederação de Supremos Conselhos e certa unificação ritualística.

    Nenhuma destas tentativas vingou, haja vista que ficou estabelecida a liberdade de
    cada Supremo Conselho adotar a versão revista das Constituições de 1786, a permissão a todas as jurisdiçõesdo Rito Escocês de terem idênticas Constituições apesar
    das diferenças dos rituais e o caráter não obrigatório do
    Monitor Escocês ou Cobridor editado em 1876 pelo
    Supremo Conselho da Suíça.

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  7. A título de exemplo, esse Monitor dispõe a cor vermelha do rito para o avental do Mestre
    Maçom. Todavia, não se estabeleceu consenso em torno dos três primeiros graus do Rito, ou seja, se esses graus são vermelhos ou azuis.

    Latinos e anglo-saxônicos não se entenderam quanto a essa questão, continuando os latinos usando o avental vermelho do Mestre Maçom e os anglosaxônicos usando o avental azul.

    Observe-se que no Brasil, o Grande Oriente do Brasil e as Grandes Lojas
    seguiram a tendência anglo-saxônica, diferentemente dos Grandes Orientes Independentes que adotaram a linha latina.

    As resoluções do Congresso de Lausanne de 1875 não foram seguidas por todos os
    Supremos Conselhos. Alguns as adotaram, outros não, outros em parte.

    O Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para a República Federativa do Brasil não faz menção a esse Congresso no preâmbulo de seus Estatutos, denotando a sua não adesão àquelas normas.

    No seu preâmbulo está escrito que “o Rito Escocês Antigo e Aceito, regido universalmente pelas Grandes Constituições de 1786 e pelos Regulamentos Gerais de 1762, é uma Instituição Maçônica Universal, dividida em Jurisdições territoriais, independentes e soberanas, cada uma sob o governo de Alto Corpo denominado Supremo Conselho, constituindo estes uma
    união, mantida pelas Conferências Internacionais de Bruxelas, em 15 de junho de 1907; de Washington, em 7 de outubro de 1912; de Lausanne, em 29 de maio de 1922;
    de Paris, em 29 de abril de 1929; de Bruxelas, em 15 de julho de 1935, e por todas as outras realizadas e que venham a se realizar para propaganda do Rito, pelos Supremos Conselhos do Mundo, de acordo com as leis e resoluções básicas que o regem e o mantém até a presente data.

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  8. Já o Supremo Conselho do Brasil para o
    Rito Escocês Antigo e Aceito adota tais resoluções. Isto
    pode ser constatado no prefácio da sétima edição das
    Grandes Constituições Escocesas editada pelo Supremo
    Conselho, no qual se lê que “Tendo as “Constituições,
    Institutos e Regulamentos Maçônicos” adotados em
    Bordeaux em 1762 e em Berlim em 1786, bem como as
    Resoluções do Congresso de Lausanne em 1875, as de
    Bruxelas em 1907 e as de Washington em 1912, o Decreto
    do Sob Gr Comend General Thomaz Cavalcanti de
    Albuquerque, se tornado as Leis que regulamentavam o
    REAA no Brasil, foram elas anexadas aos
    Estatutos do Supremo Conselho e publicadas como Leis
    que regem o Escocismo no Brasil”.
    É importante ressaltar que o Artigo V
    das Constituições de 1786 determina que em cada país
    haverá um único Supremo Conselho do Grau 33, à
    exceção dos Estados Unidos da América que terá dois.

    Não é, porém, o que acontece no Brasil, onde existe uma
    dezena de Supremos Conselhos, dentre os quais se
    destacam os dois já mencionados.

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  9. Trata-se de uma desobediência àquelas Constituições, que ocasiona uma
    situação de irregularidade e de não reconhecimento internacional.

    Existem Supremos Conselhos nos Estados do Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Curitiba, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

    No Brasil, o único Supremo Conselho que goza do reconhecimento dos demais Supremos Conselhos Regulares do Mundo é o Supremo Conselho do Grau 33
    do Rito Escocês Antigo e Aceito para a República Federativa do Brasil.

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