Virtudes e Sabedoria.

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Prancha Pública, Valores Maçónicos.

Quando as atividades humanas são pautadas pela rígida disciplina e racionalidade, afloram virtudes que estabelecem maneiras de se comportar ao longo da vida calcado em regras pessoais intransferíveis no discernimento do que é bom e mau.

A sabedoria está conectada rigidamente com a capacidade de analisar racionalmente, com a força do próprio pensamento, sem a interferência de emoção, resultando em ações que conduzem a vida da maneira mais amena possível.
Não deve ser confundido com a absorção de conhecimentos, técnicas ou ciências, muito menos do que diz respeito ao divino e elevado.

A sabedoria, apesar da sua importância, está rebaixada aos assuntos meramente humanos, de como este lida no seu dia-a-dia na tomada de decisões que visam exclusivamente o bom viver.

A sabedoria que o homem tem, a capacidade de colocar em ação na sua vida, diz respeito ao conjunto de virtudes tornados hábitos práticos e racionais que se referem ao que ele realiza de bom.
Considerando a capacidade do homem de mudar a cada instante em resultado da sua cognição e principalmente por estar imerso numa sociedade, esta sabedoria muda também.

Tudo depende de como se age. Apesar de na definição de sabedoria filosófica se determinar que as virtudes sejam imutáveis, a sua aplicação prática muda de um individuo para outro e de instante a instante.
O homem que não pratica virtudes não é sábio e deste os vícios se apoderam e escravizam de formas diversificadas.
É da sabedoria que nascem todas as virtudes, e esta constatação leva a decretar que a mesma é mais importante que a filosofia, pois enquanto esta última debate o conhecimento numa base especulativa, a sabedoria é resultado da ação e posicionamento pessoal para o bem, influindo directamente no estabelecimento de muitos momentos de felicidade do homem na vida diária.

Depois da filosofia vagar pelos meandros de pensamentos impossíveis de provar, abstracções de intuito absoluto e eterno, a sabedoria faz o homem voltar para a sua realidade, ao seu mundo real, ao qual sempre presta contas pelo que ele é, o que faz e aonde vai.
Alguns estudiosos consideram a sabedoria como aplicação denodada da prudência, ou a capacidade de se frear, de pensar antes de agir.

A sabedoria é a maneira correcta buscar conselho da razão antes de qualquer atitude.

É o condicionamento mental de perscrutar todas as virtudes e maneiras correctas de aplicá-las.

Ao se marcar um alvo e a vontade concordar com a ação, então, na aplicação de considerações virtuosas, o resultado sempre será satisfatório.

É a maneira de conduzir a vida de forma saudável, feliz e agradável.
Em todas as atividades humanas há espaço para aplicação da sabedoria, sem o que, os vícios tomam conta.

Assim, a sabedoria pode ser observada como uma aplicação do saber prático e inteligente.

É a capacidade de identificar a maneira mais prática, eficiente e precisa de se obter resultados que conduzem ao bem.
As virtudes são tendências de fazer sempre o melhor em qualquer atividade.

É lógico pensar que existem sempre duas maneiras de efetuar um trabalho: bem ou mal feito – tanto para fazer mal feito, como para fazer bem feito, leva-se quase o mesmo tempo e gastam-se quase os mesmos recursos – então que se faça bem feito!
O uso nobre de virtudes está ligado à capacidade de desenvolver capacidades morais e éticas.

Onde a aplicação continuada e intensa acaba por conduzir a sabedoria, pois esta última é a aplicação de virtudes o tempo todo, com persistência.
Um ato moral não é virtude, mas as virtudes desenvolvem actos que preconizam pela moralidade, que levam a conduzir a vida dentro de preceitos morais.

A sabedoria surge então como uma virtude das quais todas as outras descendem, daí a afirmação de ser esta a mãe de todas as virtudes.

A sabedoria como virtude leva o homem a discernir de quais vícios deve fugir e quais perseguir para tornar a sua vida neste Universo a mais prazerosa possível, sem se escravizar a nenhuma ideologia, hábito ou droga.

É a capacidade de avaliar a medida certa de se submeter às paixões, para que não advenha nenhum prejuízo. É a disposição inteligente do homem de produzir felicidade.
O homem que aplica virtudes com sabedoria, age, vive e conserva em si excelentes decisões com orientação da razão prática e útil, equilibrada com emoção e espiritualidade.

De nada adiantam ao homem ser apenas racional sem que a sua ação contenha valores emocionais, os quais o alimentam e movem à ação, pois o que não é feito por afeição, por amor, não é nem bem nem mal.

Algo só pode ser caracterizado como bem quando existe uma emoção ou afeição que a coloque em movimento.

O homem por ser um ser social por excelência tem a sua ação no Universo impulsionada pela emoção.

Ao alimentar as suas emoções o homem torna-se bom para si mesmo, desenvolve auto-estima, ama a si mesmo, e só então tem capacidade de amar ao próximo, de fazer o bem ao próximoa suprema sabedoria que conduz ao amor fraterno, a única solução de todos os problemas da humanidade.

A reta final a que deve chegar o Maçom por se utilizar da filosofia desta escola do conhecimento denominada Maçonaria.

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