Se não recordarmos a história poderemos cometer os mesmos erros do passado...
Que dia é hoje? 13 de maio?...
Neste mês de maio, hoje, faz 134 anos que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea que libertou definitivamente os escravos no Brasil Império.
Neste texto vamos falar um pouco sobre este acontecimento com tópicos não muito divulgados desta época escura da História de nosso país.
Em início veremos um pouco sobre Joaquim Nabuco, o verdadeiro libertador dos escravos negros, em seguida, o importante papel da Maçonaria na realização deste fato histórico, e por fim, uma crônica criticando o libertos "sem seguro" depois de 1888.
Joaquim Nabuco, o abolicionista.
Neste ano de 2019, Joaquim Nabuco que foi Estadista, historiador, jurista, diplomata e, segundo alguns, sedutor (as mulheres não resistiam a Nabuco) completou 109 anos de sua morte (* Recife, 19 de agosto de 1849 +Washington, 17 de janeiro de 1910).
Suas lutas partiram da Educação, Reforma Agrária (já na época do Império), a especulação financeira e ainda foi um sedutor incorrigível, dizem até que a princesa Isabel caiu nas suas garras.
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Contudo, sua grande luta foi a Libertação dos escravos. Ele que foi o verdadeiro arquiteto do abolicionismo - e não a Princesa Isabel como se ensina nas escolas -, apesar de ter sido educado por uma família escravocrata é um dos maiores heróis brasileiros, filho do Senador José Tomás Nabuco de Araújo e de Ana Benigna Barreto Nabuco de Araújo, estudou humanidades no Colégio Pedro II, bacharelou-se em letras (foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras - 1896). Em 1865, em São Paulo fez três anos de Direito e formou-se no Recife, em 1870. Foi adido de primeira classe em Londres, depois em Washington de 1876 a 1879.
Joaquim Nabuco se opôs de maneira intensa à escravidão, lutou tanto por meio de suas atividades políticas, quanto pelos seus escritos, sendo seus principais textos: Um Estadista do Império, biografia do pai e Minha Formação, obra clássica da literatura brasileira, quando viajou pela Europa em 1883 publicou 'O Abolicionismo' em Londres. Era um monarquista esclarecido, escreveu até contra D. Pedro II com o panfletário 'O Erro do Imperador'.
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Era um monarquista, contudo sua posição política mesclava-se à sua postura abolicionista, criticava a sociedade escravocrata, fez campanha contra a escravidão na Câmara dos Deputados em 1878 e fundou a Sociedade Anti-escravidão Brasileira, sendo responsável, em grande parte, pela Abolição em 1888. Para Nabuco, a abolição da escravatura, não deveria ser feita de forma violenta, e sim segura e consciente. Em 1880 fundou a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão.
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Por 328 anos (de 1560 a 1888), os escravos foram oprimidos no Brasil, e duraria por muito mais tempo se não fosse o Abolicionismo. Nabuco no movimento abolicionista lutou de forma ativa, ainda mais ao perceber que o quadro político da época estava “triste e degradante”: o governo se afundava, as autoridades subornáveis, os partidos rebaixados e desleais, as leis dominadas, a justiça vendida, o Parlamento sem voz, a igreja deixava-se levar por oportunistas.
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A maçonaria e a libertação dos escravos
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A libertação dos escravos no Brasil foi uma iniciativa dos maçons. A participação da Maçonaria na Lei Áurea, da libertação dos escravos, não foi um ato repentino, e sim precedida de outras leis, como a do Ventre Livre, da não separação familiar, a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros com mais de 65 anos e etc., foram feitos anônimos da Maçonaria, que precedia a situação que ocasionaria economicamente a liberação da força de trabalho do negro, assim como a mais valia que representava então, sobretudo nas grandes fazendas de café, para a implantação da República.
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Dentre muitos se destacaram Visconde de Rio Branco, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queiroz, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Cristiano Otoni, Castro Alves, e muitos outros.
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Com a Revolução Industrial Inglesa do século XVIII, abriu terreno para o avanço do capitalismo. Originou-se a produção industrial, onde boa parte de seus proprietários eram maçons. Influenciados pelos maçons ingleses, os brasileiros defendia a libertação dos escravos, pois a visão capitalista exigia o consumo, e o Brasil, como ainda vivia um regime escravocrata não era interessante para os ingleses e capitalistas em geral. Na Europa, para se ter uma ideia, nuca aconteceu o comércio de escravos.
Dom Pedro II, que era maçom, se viu em uma situação delicada. Ou tomava uma atitude contra a escravidão ou entraria em guerra contra a Inglaterra. Assim, em 1850, foi aprovada a lei Eusébio de Queirós pelo próprio Ministro da Justiça Eusébio de Queirós, a qual proibia o tráfico negreiro no Brasil.
Mas a igreja, que era beneficiada pelos senhores de escravo, foi contra a libertação dos negros, tanto que em 1872, D. Vital e D. Macedo, bispos de Olinda e de Belém, respectivamente, seguiram ordens do papa Pio IX, puniram com a excomunhão, religiosos que apoiavam os maçons (membros da maçonaria). Foi até divulgado, por padres maçons, um manifesto em que reafirmavam a compatibilidade entre a atividade religiosa e a Maçonaria.
Enfim, a Abolição da Escravatura em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, finalmente foi alcançada pelos negros no Brasil e comemorada por sete dias.
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