A coisa mais bonita que podemos experimentar é o mistério.
Ele é a fonte de toda arte e ciência verdadeiras.
Aquele para quem essa
emoção é estranha, incapaz de soltar a imaginação e quedar-se
extasiado, é como se fosse um morto: seus olhos estão fechados. (...)
Saber que
aquilo que nos é impenetrável realmente existe, manifestando-se como a maior
sabedoria e a beleza mais radiante que nossa pobre
capacidade só pode apreender em suas formas mais primitivas – esse
conhecimento, essa sensação, está no centro da verdadeira religiosidade.
Nesse sentido, e apenas nesse, pertenço às fileiras dos devotos.
Albert Einstein
Dizem que certa vez Buda fez um sermão sem dizer uma só palavra:
simplesmente mostrou uma flor para a multidão.
Assim foi seu
famoso “Sermão da Flor”, um sermão na língua dos padrões, no
silencioso idioma das flores. Sobre quê nos fala o padrão da flor?
György Doczi
O Poder dos Limites
Há mais de 2000 anos, os gregos deram uma contribuição
importantíssima para a resposta a problemas relacionados com a natureza,
nomeadamente através da Geometria.
Tales, Pitágoras e Euclides são
evocados nos conceitos de cunho
geométrico, com o nascimento de um sistema formal abstrato.
São discutidos
aspectos relevantes ligados ao fato de nossos órgãos sensoriais funcionarem em resposta a diferenças geométricas ou proporcionais, e não apenas a
quantidades inerentes aos estímulos.
Em torno do ano de 1220, um padrão recorrente na natureza foi
percebido: Leonardo (Fibonacci) Pisano inventou (ou descobriu) uma série
numérica que ofereceu o primeiro modelo matemático de crescimento
populacional.
Cada um dos famosos números de Fibonacci é a soma dos
dois
anteriores.
Os números de Fibonacci pertencem à seguinte série somatória:
1,1,2,3,5,8,13,21,34,55,89,144,233,377,etc.
Qualquer número nessa série,
quando dividido pelo seguinte, resulta em aproximadamente 0,618..., e qualquer
número dividido pelo que o antecede, em aproximadamente 1,618....
Estas são
as razões proporcionais características entre as partes maiores e menores da
Proporção Áurea.
A Proporção Áurea é uma razão constante derivada de uma
relação geométrica que, da mesma forma que o π e outras constantes deste
tipo, é irracional em termos numéricos, como indicam os três pontos que
aparecem depois dos números acima. Estes são números irracionais porque só
podem ser aproximados e nunca podem ser expressos totalmente numa fração.
Formas Recorrentes
Na constatação de certas regularidades naturais, percebemos que
somos partes em um universo de padrões. À noite, as estrelas descrevem
trajetórias circulares no céu. O Sol apresenta uma forma esférica, assim como a
Lua, pelo menos por alguns dias do mês.
Ondas cruzam o oceano e cruzam
também a superfície de um lago batido pelo vento.
Apesar de terem a mesma
simetria hexagonal, dois cristais de neve não são iguais como também não o
são as manchas em dois leopardos.
No entanto, podemos reconhecer em cada
um dos casos acima certas regularidades.
Vivemos em um universo de padrões
(Stewart,1996).
Árvores de espécies distintas podem apresentar a mesma forma, e
grupos similares de dunas caracterizam nossas restingas e desertos.
Arcos de
luz surgem no céu e formam o arco-íris.
A mente e a cultura humana
desenvolveram sistemas formais de representações para reconhecer, classificar
e transmitir padrões.
A arte e a ciência são dois exemplos destes sistemas.
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