Evolução pelo voto no Meio Maçónico / Quanto mais souber, menos temerá!
Votação – A votação é um dos actos mais importantes e transcendentais da Maçonaria e expressa a vontade soberana dos seus membros, dada a conhecer livremente, em todas as ocasiões, através do sufrágio. O carácter eminentemente democrático da Maçonaria e do regime representativo por que se governam Lojas e Obediências fazem das votações uma constante manifestação entre os Maçons. As votações verificam-se na ocasião das eleições dos Oficiais das Lojas e dos Altos Corpos, na admissão de profanos na Maçonaria e nos Graus, e nas deliberações sobre assuntos nos quais a Loja é chamada a se pronunciar.
Formação de Veneráveis Mestres – Alguns começam o trabalho de dirigente da Loja depois de uma aprendizagem teórica e outros iniciam-se na tarefa sem qualquer estudo específico do cargo.
Não há como se propor ou se dedicar ao estudo das atribuições gerais e específicas do Venerável Mestre, sem antes conceituar e definir com clareza o que ele é. Constitui um corpo especial de dirigente responsável pela Oficina maçónica – é, na expressão mais sagrada do termo, autêntico “guias da Fraternidade” e como tal precisa estar altamente preparado para exercer com competência e dignidade essa sagrada função. É obrigação do Mestre Maçon estudar para que possa transmitir aos outros o que tenha aprendido. É dever da Loja fornecer ao Aprendiz, ao Companheiro, os meios necessários ao seu pleno desenvolvimento, zelar e esforçar-se para transmitir a doutrina maçónica, exigindo pesquisas, trabalhos, preparando-os devidamente para elevações e exaltações.
Além dos seus conhecimentos adquiridos como Mestre Maçom (Ritualística – Liturgia – História da Maçonaria – Filosofia Maçónica etc., cabe ao Venerável Mestre para bem dirigir uma Loja Maçónica, aprender muito mais.
Lembramos alguns conceitos essenciais e atributos necessários de um Venerável Mestre: Competência, Conhecimento, Energia, Experiência, Humanidade, Tolerância, Resignação, Ética, Respeito, Justiça, Afabilidade, Fé, Esperança, Caridade e Amor.
Também significa a capacidade de trabalhar com afinco, a despeito da adversidade. O sentido de equilíbrio, como subproduto de autocontrole, é tão importante como a diplomacia. Outra característica de verdadeiro líder é ser sempre justo, honesto e não ter favoritos. A estas qualidades pode-se acrescentar a empatia, a profunda compreensão do outro. A empatia é fundamental em qualquer posição. Isto aplica-se ao Venerável de uma Loja com sete obreiros, quanto ao primeiro malhete da maior Potência do Universo.
Não será um bom Venerável Mestre, o obreiro que não tiver condições de reunir toda esta fórmula, e assim, não terá possibilidades de conduzir a sua Loja por destinos gloriosos.
Não se deve, absolutamente, eleger um Irmão para este cargo tão importante, apenas baseado na sua antiguidade ou na sua humildade. O cargo de Venerável, assim como qualquer outro cargo na Oficina, não é prémio ou compensação; é obrigação de trabalho e produção.
Iniciamos a compilação de algumas informações úteis ao bom desempenho das suas atribuições na direcção de uma Loja Maçónica:
Na qualidade de líder, o Venerável Mestre, além do conhecimento da ritualística e da liturgia, deve compreender o comportamento humano, expressar-se bem e com eloquência.
No seu trabalho, lidará com recurso humano com diversos níveis de cultura, capacidade de trabalho, capacidade de aprendizado e vontade de cooperar.
Logo percebe que as acções não se transformam em realidade significativa através de um trabalho isolado, mas sim, com o envolvimento de outros, com muito trabalho, esforço incessante, firmeza de propósitos, competência, planejamento, e atenção aos detalhes.
Como líder é o guia, a pessoa que conduz. É alguém responsável pelo seu grupo de Irmãos (e não de ‘panelinhas’).
Além disto, deve ser um homem experiente e digno de confiança, um ser humano que nunca desistiu diante da pior das tempestades e, principalmente, um entusiasta.
Sem entusiasmo, jamais se alcança um grande objetivo.
A maioria das pessoas bem-sucedidas descobriu que o entusiasmo pelo trabalho e pela vida são os ingredientes mais preciosos de qualquer receita para o homem e para os empreendimentos de sucesso. O aspecto mais importante a respeito deste ingrediente é que ele está à disposição de qualquer um – dentro de si mesmo.
A quem é dado o título de Venerável Mestre?
É dado ao dirigente máximo de uma Loja. É originário do século XVII, onde foi usado pelas guildas inglesas (no original, Worshipful). Ele atinge este cargo porque se torna o Maçon que pode orientar e dirigir com total independência, preso apenas a preceitos e Rituais para tomar as suas decisões.
Preparação para o Veneralato – O Venerável Mestre deve ter estudado a ciência maçónica e desempenhado os postos e dignidades inferiores. É necessário que possua um conhecimento profundo do homem e da sociedade, além de um carácter firme, mas razoável. As atribuições e deveres dos Veneráveis são muitos e de várias índoles e acham-se definidos e detalhados com precisão, de acordo com o Rito e a Constituição da Potência da sua jurisdição.
Todos nós precisamos muito de quem nos ensine a viver tendo como norma de conduta os Rituais da Ordem e que, independente da religião de cada um, saiba dar orientação que vai além deste pequeno tempo em que nos mantemos nas nossas Oficinas. Mas que não fale apenas – mostre-nos. Em vez de levar a mensagem que seja a própria mensagem!
Sabemos que tudo o que recomendamos temos de realizar primeiro em nós. Relembremos Gandhi: “Façamos em nós as mudanças que exigimos aos outros“.
Se tivéssemos um mínimo de bom senso, saberíamos que a maior tarefa do homem é a sua evolução, o que ninguém consegue combatendo os defeitos alheios, mas os próprios.
O Venerável Mestre é o divulgador da doutrina
Precisa ter bom senso e investir na busca incessante da mensagem embutida nas palavras, a qual, geralmente, é interpretada ao revés. Para ler a letra basta ser alfabetizado.
Para ler o espírito da letra é preciso ser sábio.
Inclusive quando nos referimos aos nossos problemas ou às nossas metas, dizemos que algo é importante para a Loja, quando devíamos afirmar que é importante para nós, porque nós somos a Loja. Quando perdoamos a nós próprios é quando desculpamos as faltas alheias. Quando amamos, é a nós mesmos que amamos, porque, para oferecer afecto e bondade, o homem precisa estar em paz primeiro consigo mesmo.
Sabedoria para governar – Vemos que alguns ao conseguirem posições elevadas, perdem a cabeça e consideram-se acima de tudo, dos Irmãos, das leis, donos e fabricantes da verdade (recentemente uma Grande Benfeitora Loja do Oriente de Brasília foi obrigada a tornar desnecessário um Venerável truculento que permaneceu no cargo uns 4 ou 5 meses, apenas). Tornam-se arrogantes, olham de cima para baixo o seu próximo e exigem-lhe submissão, honra e obediência absoluta.
A arrogância por si mesma inclui orgulho, presunção de superioridade. Não foi por nada que o Rei Salomão pediu a Deus sabedoria para governar. A sabedoria é definida como saber regular rectamente a própria vida conforme as normas da honestidade e da virtude.
“Grandes são aqueles que se fazem pequenos diante da pequenez dos que se fazem grandes”!
Aprender um pouco de humildade, saber dizer “Obrigado”, ter cuidado com os bajuladores (que não são poucos, incluídos certos irmãozinhos “visitantes” que apenas atrapalham ao fomentarem discórdia, na clássica trilogia – irmãos que trabalham, irmãos que não trabalham e irmão que dão trabalho), desencorajar a disputa por posições, evitar o espírito de grandeza, ser justo com todos e generoso quando apropriado, arriscar-se mais com a prudência, ser líder inspirador, não tentar servir a dois senhores, acabar com as disputas rapidamente, seguir pelo caminho estreito, preparar-se para os dias difíceis, preparar o seu sucessor, etc.
Creio que se estes princípios fossem conhecidos e praticados, muito sofrimento e prejuízos seriam evitados e os dirigentes seriam mais felizes e tornariam os seus governados mais felizes.
E, resumindo, seriam respeitados.
Naturalmente o lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” da nossa Sublime Instituição não seria simples utopia positivista vazia.
Muitos, felizmente, uma vez eleitos e empossados tornam-se ainda melhores, caracterizando-se por serem magnânimos, compreensivos, verdadeiros, tolerantes sem ser permissivo, como bons ritualistas, sabem que o conhecimento dos Rituais não lhes permite mudanças e alterações grosseiras, inventando procedimentos ritualísticos. Estes, por serem verdadeiros líderes, além de sábios, muitas vezes são reeleitos.
Quando se recebe um cargo, seja ele qual for, o melhor que se deve fazer é reconhecer todos os seus atributos e passar a exercê-lo com garra e desprendimento, para valorizá-lo ao máximo, por que cada um é o elo da corrente e se este não funciona o conjunto estará prejudicado. Todo cargo tem a dignidade; só o seu ocupante o torna nobre ou indigno.
Quando o Venerável é desnecessário – Uma das situações, talvez a mais dolorosa para o Venerável Mestre, é quando ele se conscientiza de que é totalmente desnecessário para a nossa Sublime Instituição: quando decorrido algum tempo da sua instalação e posse, os obreiros já demonstram desinteresse pelas sessões, faltando constantemente; quando não entende que junto com os Vigilantes, deve constituir uma unidade de pensamento; quando constata que a sua Loja, recolhe um Tronco de Beneficência insignificante. No caso todos são desnecessários, pois a beneficência é um dever do Maçon; quando a Chancelaria não dá importância aos natalícios dos Irmãos, Cunhadas, Sobrinhos e de outras Lojas; quando deixa o caos se abater sobre a Loja, não sendo firme o suficiente para exercer a sua autoridade; não tendo uma programação pré-definida; não cobrando dos auxiliares a consecução das tarefas determinadas, e não se importando com a educação maçónica, que é primordial para o aperfeiçoar dos obreiros, quando procura revogar actos e decisões de administrações anteriores, com o nítido propósito de incomodar os seus legítimos antecessores.
Sem cometer qualquer equivoco, com base na observação pessoal, podemos afirmar: “O êxito ou fracasso de uma Loja Maçónica depende exclusivamente do seu Venerável Mestre; nenhuma outra razão, influência ou fator interveniente de ordem interna ou externa pode prevalecer ou prosperar no sentido de enodoar uma administração, prejudicando-a, sem que o administrador dê para isso margem. Se isto acontecer, o ponto fraco é o administrador”. Na hipótese contrária, o êxito resultante também deve ser a ele creditado.
É uma dupla irresponsabilidade a eleição de um Venerável Mestre sem a necessária implementação para o exercício do cargo.
Dupla, pois é irresponsável quem desta maneira aceita a incumbência, como também, irresponsável o plenário que o elege.
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