O que são Landmarks?
A primeira menção maçónica a esta palavra aparece na Constituição de Anderson, em 1723, página 70, que conclui: os Regulamentos Gerais inseridos pelo célebre pastor na sua obra e coleccionados por George Payne em 1720, quando era Grão-Mestre da primeira Grande Loja.
O parágrafo XXXIX destes regulamentos precisa que:
“cada direcção anual da Grande Loja possui o poder e a autoridade para promulgar novos Regulamentos ou para introduzir alterações a estes, para verdadeiro proveito desta antiga Fraternidade; todavia com a condição de que os antigos Landmarks sejam cuidadosamente conservados e de que tais alterações nos novos Regulamentos tenham sido propostos e aceites no decurso da terceira reunião trimestral que precede a grande festa anual”.
A palavra Landmark não pode deixar de invocar ao leitor diversos textos da Bíblia na sua versão autorizada, utilizada em Inglaterra.
E assim que ela é descrita no Deuteronómio (Dt.27:17): “Maldito seja o que arrancar os Landmarks do seu vizinho”.
Ou ainda nos Provérbios (Pr.22:28) “Não arranques os Landmarks que os teus pais colocaram”.
Poderíamos continuar a enumeração dos textos, mas basta saber que a palavra hebraica groul que aqui é traduzida por Landmark aparece duzentas e quarenta vezes no Antigo Testamento (cf. Concordance, de Even Shoshan).
Havia, no hebreu bíblico, o sentido de fronteira que se mantêm no hebreu moderno e que tem a mesma raiz que groul, termo que significa ligar, entrançar uma corda, o que demonstra que as fronteiras deviam na época ser simbolizadas por cordas estendidas entre estacas. O significado bíblico da palavra Landmark é pois, em substância, «fronteira, marco delimitando uma possessão que não deve ser ultrapassado.
Seguros deste conhecimento, numerosos autores maçónicos procuraram definir Landmark no âmbito que aqui nos preocupa. Assim, J. Simmons citado por H. Carr, declara que se trata de:
“princípios de acção que existem desde uma época recuada e desconhecida (from time immemorial), integrados na lei escrita ou oral, são identificáveis à forma e à essência da nossa sociedade, não podem ser medidos segundo a opinião da maioria; por fim, cada Maçom deve mantê-los inviolados sob pena de graves sanções”.
William Prestou via nos Landmarks uma barreira erigida contra as inovações. Isto não é rigorosamente exacto na medida em que, sendo pré-existentes, não podiam ter sido erigidos por ninguém!
G. Olivier, citado por E. Béde n ‘Os Landmarks da Maçonaria, exprime-se assim: “Alguns, restringem esta noção às Obrigações, sinais, toques e palavras. Outros, nela incluem cerimónias de Iniciação, Passagem e Elevação, ou ainda a sua decoração, jóias e símbolos. Outros, enfim, pensam que a Ordem não possui nenhum Landmark para além dos seus segredos particulares”’
De acordo com E. Béde, pensamos que esta enumeração é demasiadamente vasta. Se um outro autor, Hexstall, declara que os Landmarks não são de facto senão segredos de antigos operativos, ele evita nomear estes, o que lhe seria, sem dúvida muito difícil.
E. Béde cita ainda um outro Anglo-saxão, Billson, que declara que:
“os Landmarks da Franco-Maçonaria Inglesa são os grandes princípios fundamentais do nosso sistema particular de moral, os quais foram adoptados pelos fundadores da primeira Grande Loja como essenciais, tendo sido reputados como tal por uma autoridade competente”.
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