Landmarks estabelecidos por Mackey


Damos aqui a lista dos Landmarks estabelecidos por Mackey, seguida de um comentário:

1- Os meios de reconhecimento entre Maçons.

2- A divisão da Franco-Maçonaria simbólica em três graus.

3- A lenda de Hiram no terceiro grau.

4- O governo da Ordem por um Grão-Mestre.

5- O poder do Grão-Mestre de presidir a todas as reuniões maçónicas.

6- O poder do Grão-Mestre de conferir uma dispensa a fim de poder passar um candidato a um grau superior antes do tempo prescrito.

7- O poder do Grão-Mestre conferir uma dispensa permitindo a realização de reuniões em datas não previstas.

8- O poder do Grão-Mestre de “fazer Maçons à vista”.

9- A necessidade para os Maçons de se reunirem em Assembleias chamadas Lojas.

10- O governo de uma Loja deve pertencer a três oficiais principais: o Venerável Mestre e os seus dois Vigilantes.

11- A necessidade de que todas as Lojas devem estar cobertas durante uma Assembleia, isto é, ter a sua entrada interdita a todas as pessoas não autorizadas.

12- O direito de todos os Maçons estarem representados em todas as Assembleias gerais.

13- O direito de todo o Maçom apelar em Grande Loja das decisões tomadas a seu respeito pelos Irmãos da sua Loja.

14- O direito de todo o Maçom de visitar qualquer Loja regular.

15- A impossibilidade de todo o visitante desconhecido dos Irmãos de uma Loja assistir aos trabalhos desta antes de ter sido devidamente identificado (interrogado e posto à prova) por um membro da Loja.

16- A impossibilidade de uma Loja qualquer se imiscuir nos trabalhos de outra.

17- O facto de todo o Maçom ser responsável pelos seus actos face à jurisdição, maçónica do seu lugar de residência mesmo se pertence a outras jurisdições.

18- As qualificações físicas e morais necessárias à admissão de um candidato à Iniciação.

19- A crença em Deus enquanto Grande Arquitecto do Universo.

20- A crença numa vida futura, isto é, na ressurreição.

21- O facto de a presença do Volume da Lei Sagrada na Loja ser obrigatória e indispensável.

22- A igualdade de todos os Maçons.

23- O facto de a Ordem ser uma sociedade secreta.

24- A origem da ciência especulativa na arte operativa e a utilização simbólica dos termos desta.

25- O facto dos Landmarks não poderem ser mudados por ninguém no mundo.

Uma lista, na aparência tão exaustiva, origina alguns comentários.

Sabemos que os meios de reconhecimento entre Maçons variaram ao longo de séculos, e que hoje diferem ligeiramente entre os ritos. Isto mostra que o Landmark n° 1 na versão Mackey não é só um.

Por outro lado, investigações provaram que o terceiro grau não foi trabalhado em Loja antes de aproximadamente 1725. O Landmark n° 2 também cai da mesma forma.

Quanto à lenda hirâmica, ela não é muito antiga o que faz cair o Landmark n° 3. A existência de um Grão-Mestre, no sentido que Mackey descreve não data senão da instauração da primeira Grande Loja em 1717, o que torna caducas as alusões aos Landmarks do n° 5 ao n° 8.

H. Carr condenou, pela sua parte o Landmark n° 9, salientando que o lugar da vida (e não simplesmente de encontro virtual) dos Maçons operativos, tenha o nome de Loja não corresponda ao que entendem os especulativos modernos.

Quanto ao n° 10, relativo ao governo da Loja, ele mostra que a presença de dois Vigilantes não foi atestado nos séculos passados. Os direitos de cada Maçom (n° 12 a 14 e 17) encontram-se em diversos manuscritos dos Antigos Deveres, mas não foram estabelecidos em tempos imemoriais. 

No que concerne ao Landmark n° 16, o leitor poderá encontrar em Stevenson (The First Free Masons’) traços de numerosas interferências entre Lojas, tornando este artigo inaceitável. 

Se as deformidades ou deficiências físicas (Landmark n° 18) impediram por vezes numerosas personagens de se tornarem Maçons face ao seu passado, é preciso reconhecer e apreciar que a doutrina evoluiu gradualmente neste domínio, permitindo assim a cegos receber a Luz, ou filhos de escravos serem iniciados. 

Esta revisão de posições por felizes que sejam, impedem o n° 18 de ser considerado um Landmark. 

Uma semelhante evolução de hábitos fez com que a Franco-Maçonaria se considere hoje mais uma sociedade discreta que secreta, fazendo assim vacilar o Landmark n° 23.



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