7 de setembro: A História por trás da Independência do Brasil




Marcado no calendário dos brasileiros desde 1949, o 7 de setembro tornou-se feriado nacional durante o governo Eurico Gaspar Dutra. A data faz referência ao dia em que, às margens do riacho Ipiranga, D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil


Embora comemorada num dia específico, a emancipação foi desfecho de um longo processo político.

Nesse sentido, o 'Grito do Ipiranga' foi "apenas mais um evento no intenso ano de 1822", diz Rodrigo Goyena, professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP). João Paulo Pimenta, também professor do Departamento de História da USP, concorda: "O processo de Independência já era pensado, esperado, temido, defendido e combatido em diferentes lugares e momentos".

Desde o Rio de Janeiro, que foi o centro irradiador do processo, até as províncias mais distantes, o movimento de ruptura com Portugal era defendido por uns e combatido por outros, conforme interesses locais e a conjuntura internacional se desenrolavam.

Desde o Rio de Janeiro, que foi o centro irradiador do processo, até as províncias mais distantes, o movimento de ruptura com Portugal era defendido por uns e combatido por outros, conforme interesses locais e a conjuntura internacional se desenrolavam.

O Acontecimento da independência, com A maiúscula, poderia perfeitamente ser o famoso “cumpra-se”, quando se determinou ainda em maio de 1822 que as diretrizes de Lisboa deveriam passar pelo crivo do Rio de Janeiro para ter aplicabilidade no Brasil; ou, ainda, a própria coroação de d. Pedro I, em dezembro de 1822”, avalia Goyena.

A Independência

“A Independência do Brasil foi uma rica, complexa e dinâmica mescla de fatores internos e externos”, conta Pimenta. Segundo Goyena, “o processo começou em 1807/08, com a transmigração da Coroa bragantina para o Brasil; portanto, indubitavelmente, uma primeira pressão foi a napoleônica”.

“Quando as tropas francesas chegaram às portas de Lisboa, não restou outra possibilidade senão a de zarpar para o Brasil. O caso é que, com a transmigração, os interesses antes metropolitanos enraizaram-se no Brasil, tornando progressivamente mais conflitivo eventual retorno a Portugal. É o que na historiografia chamamos de interiorização da metrópole”, explica o historiador.

Goyena acrescenta que, "se as pressões foram primeiro externas, rapidamente se tornaram internas, por vias muito menos explícitas do que poderíamos pressupor inicialmente".

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