A Busca da Verdade e Racionalismo: A Luz da Razão no Caminho Maçônico.

 


Desde o seu início, a Maçonaria se ergueu como uma ordem que venera a luz do conhecimento, uma luz que não vem de dogmas impostos, mas de exercício livre e consciente da razão.

Este princípio a irmã profundamente com a tradição racionalista que floresceu na Europa durante os séculos XVII e XVIII, encarnada por pensadores como Descartes, cujo "Penso, então existo" se torna um eco da maçônica máxima: "Conheça-te a ti mesmo".

Para o maçom, a verdade não é um tesouro estático, mas um horizonte que se aproxima pelo método científico, pela discussão fraterna e pela reflexão individual. Cada tomo, cada símbolo decifrado, é mais um passo nessa jornada rumo à compreensão.
A influência do Iluminismo na Maçonaria é inegável.

Figuras como Voltaire, Diderot e Montesquieu muitos deles maçons defenderam ideias que hoje são pilares da ordem: tolerância religiosa, educação como ferramenta de libertação e governo baseado em leis justas.

Não é por acaso que a tríade revolucionária "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" foi adotada como lema maçônico, pois resume o ideal de uma humanidade guiada pela razão e não pela superstição.

No entanto, a Maçonaria vai além do racionalismo frio: integra também a intuição e a experiência inicática, lembrando que, como escreveu Spinoza, "Deus não é um ser sentado no céu, mas a mesma substância do universo".
Neste sentido, o maçom não é um simples estudioso, mas um filósofo ativo, alguém que aplica em sua vida quotidiana os princípios que descobre sob o cofre celeste da loja.

Kant, outro pensador próximo dos ideais maçônicos, diria que a verdadeira sabedoria consiste em "ousar saber", mas também em agir com autonomia moral.

Assim, o avental do aprendiz não é apenas um distintivo, mas um lembrete: o trabalho intelectual deve ser traduzido em ação ética.
A tensão entre fé e razão, tão presente na filosofia ocidental, encontra na Maçonaria um equilíbrio singular.

Enquanto algumas correntes espirituais rejeitam a ciência, e certos materialismos negam o transcendente, o maçom busca harmonizar ambos os extremos.

Como disse Isaac Newton alquimista e teólogo além de cientista "O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano".

A Maçonaria, em sua essência, é uma viagem para esse oceano, mas com a bússola da razão e a vela da intuição desdobrada ao vento.
Poderia então dizer-se que a Maçonaria é a herdeira moderna dos antigos filósofos gregos, que viam na razão e na virtude os alicerces de uma vida significativa?

A resposta, como tudo na ordem, não é simples, mas talvez esteja noutra pergunta:

Não é todo procurador da verdade, de algum modo, um maçom sem avental?

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