Em Hoc Signo Vinces
("Sob este signo você vencerá")
A∴L∴ G ∴ D ∴ G ∴ A ∴ D ∴ U ∴
Liberdade, Igualdade, Fraternidade
Como bem nos lembra o texto de Oswald Wirth em *O Livro do Mestre*, a Maçonaria não é um mero cerimonial, mas uma escola de vida que nos convida a dominar a nós mesmos para que possamos servir a humanidade.
Ser mestre de si mesmo
O primeiro dever do Mestre é, sem dúvida, o domínio de si mesmo. Como bem nos ensinam os antigos sábios que pisaram nesta terra, conhecer-se a si mesmo e alcançar o domínio de si mesmo, é o instrumento com o qual trabalhamos na Grande Obra da Construção Universal.
Este edifício, composto por células vivas, é autónomo no seu funcionamento fisiológico, mas a inteligência soberana não governa de forma absoluta o animal que carregamos dentro de nós porque, como todos sabemos, está o ser humano sujeito às paixões e ao vaivém das emoções que, constantemente lutam para brotar para o exterior sob a forma de atos.
Desde o início da vida, o instinto sufoca a razão, e só com o tempo e a maturidade conseguimos afirmar nossa vontade sobre as paixões. O Mestre deve, portanto, esforçar-se por possuir a si mesmo, dominando seus instintos e emoções, para alcançar a serenidade necessária que lhe permita agir com justiça e discernimento.
Isso não significa que não tenhamos emoções e desejos como qualquer ser humano, mas se formos capazes de controlar a qual podemos ceder e a qual devemos lutar para que nunca venha à luz, como rezava um velho ditado, do qual não quero dizer o autor, pois tenho medo de estar errado;
... não somos capazes de controlar nossos pensamentos, mas se pudermos controlar quais transformamos em ações... (Algo assim)
No primeiro Grau, com a mão em esquadra, da forma conhecida por todos os Filhos da Viúva, lembre-nos de que a cabeça deve estar livre das agitações que surgem do peito, onde fervem as paixões, assim devem ser separadas.
Para o segundo grau, devemos avançar no caminho do autodominio, submetendo não só o seu intelecto, mas também os seus sentimentos. Suas paixões, longe de serem suprimidas, são colocadas ao serviço da sua vontade, tornando-se forças que impulsionam a sua ação, num caminho difícil e sujeito ao erro da matéria.
No terceiro grau, conclui este processo de autodominio. Seu mestrado estende-se até aos instintos mais primários. Não se trata de aniquilar esses instintos, mas de subjugá-los, de colocá-los ao serviço de um propósito superior.
O Mestre não procura maravilhar com feitos extraordinários, mas cumprir com humildade e sabedoria a tarefa que lhe foi confiada, tarefa difícil para muitos (servir a humanidade).
A Iniciação nos chama a transcender a mera especulação e a nos tornarmos artífices da nossa própria existência.
A Arte da Vida não é um mero exercício intelectual, mas uma prática constante que nos convida a aprofundar o conhecimento de nós mesmos e do mundo ao nosso redor.
O Mestre não se contenta com teorias superficiais; procura ir ao fundo das coisas, desvendar os mistérios que estão nas profundezas da existência.
Só assim ele pode iluminar seus irmãos e guiá-los na busca da Luz.
O Mestre não trabalha só para ele mesmo. Sua missão é guiar os Aprendizes e Companheiros, iluminando seus caminhos e ajudando-os a superar as sombras da ignorância e do erro através do exemplo e da ação.
Como bem nos lembra Wirth, o Mestre que não aprofunda a Arte, que não se esforça para compreender e transmitir a Verdade, é responsável pelas faltas cometidas por sua negligência.
Mestrado não é um título em uma parede pintada e bonita, mas uma obrigação constante de servir e elevar os outros.
Por isso, o mestre deve ser, acima de tudo, um ouvinte atento.
A verdade não é monopólio de ninguém (mesmo queiram mantê-la em segredo por uma fantasia de custódia), e o Iniciado sabe que pode encontrar flashes de luz mesmo nas opiniões mais opostas às suas.
A tolerância é uma virtude essencial do Maçom Franc, e o Mestre deve ser um exemplo de abertura e compreensão. Ouvir os outros, dialogar com respeito e buscar a verdade em todos os lugares é uma parte fundamental do seu trabalho.
Finalmente, o Mestre deve ser um homem de ação. Não basta meditar e refletir; é necessário agir com discernimento e firmeza.
A Maçonaria não é um refúgio para o lazer, mas um workshop onde se forja o caráter e se constrói o templo humano e, por sua vez, o da humanidade.
O Mestre deve ser a encarnação material da LUZ, um farol que guie seus Irmãos na intensa escuridão, um exemplo de integridade e dedicação para todos.
O mestrado não é um fim, mas um caminho. Um caminho que exige esforço, disciplina e uma busca constante pela Verdade.
Como Mestres, temos a responsabilidade de ser guias, iluminar nossos Irmãos e trabalhar incansavelmente pelo progresso da humanidade.
*Per Aspera ad Astra*
("Através das dificuldades, rumo às estrelas")
EU SOU PEÇON & M:. M:. Kae
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